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Introdução V

Á sua esquerda – Varadim aéreo do ultimo piso (cerca de 1638). Como já foi observado o exemplo precedente, este esquema de torres reúne o estilo Islâmico Persa com a tipologia arquitectónica Hindu, revela uma ulterior evolução da cúpula, tornada numa espécie de corola invertida, de linhas delicadas e muito elegantes. Também os arcos polilobados (na realidade pseudo-arcos), nos pisos superiores são típicos do estilo Moghul (1526-1858).

A principio, a Mesquita era simplesmente um espaço fechado por um muro, por vezes com o lado voltado para Meca dotado de um pórtico. Quando a primeira dinastia Árabe dos Omeiades (661-750) transferiu a capital para Damasco, os Árabes entraram em contacto com a civilização Bizantina, da qual adoptaram os modelos da Basílica, adaptando-se às suas próprias necessidades. Para alargarem o espaço útil, aumentaram a planta longitudinal da igreja de três naves, multiplicando o número destas ultimas até obterem um edifício quadrado. O seu interior transformou-se numa selva de colunas, sobre as quais se apoiam os arcos que sustentavam um tecto plano, com uma pequena cúpula sobre o mihrab. É esta disposição que caracteriza o primeiro tipo de Mesquita: pátio quadrado, com pórticos, e uma sala de Oração com naves.

Quando a capital se fixou em Bagdade, entrando em contacto com o Mundo Persa, a Mesquita derivou dos edifícios Sassânidas, de planta quadrato-cruciforme com pátio central e um iwan em cada lado, talvez inspirado no esquema da Madrassa, que já tinha surgido na Pérsia.
Um outro tipo de Mesquita nasceu com os Turcos e os Mongóis, que convertendo-se ao Islamismo e tornando-se sedentários, transformaram a sua tenda de feltro numa construção de tijolos, dando origem a ulterior desenvolvimento da Mesquita de cúpula sobre planta central, que encontrou a prova na adaptação das grandes construções Bizantinas, após a conquista Turca de Constantinopla, em 1453.
Estes os três esquemas principais do edifício sagrado que em todos os casos deve cumprir a tarefa de organizar uma multidão em fileiras ordenadas, e todas voltadas para a Meca.
O único elemento não prescrito, o minarete (de minar, farol), talvez tenha mesmo derivado das torres de sinalização e vigia. A origem do minarete, todavia, deve recuar, segundo os estudiosos, às torres sepulcrais de Palmira, aos obeliscos Egípcios, às massebah (a estrela fúnebre ou comemorativa dos povos Semitas) e, segundo alguns, mas com escassa credibilidade, até aos campanários Cristãos.

O túmulo de Itimad Al-Dawla, em Agra (Índia), construído em 1862. é o edifício Indiano em que a pedra arenosa vermelha é substituída pelo mármore, finalmente trabalhado. O motivo da sala cúbica sobrepujada por uma cúpula encontra aqui uma posterior transformação, enquanto surgem torres nos quatro ângulos (as chattri), tipicamente Hindus. O esquema clássico é assim renovado.

Originalmente, o minarete era construído entre o muro que rodeava o pátio, na maioria dos casos ao centro do lado Norte, e tinha planta quadrada, por vezes com um remate redondo. As suas paredes eram decoradas com motivos em relevo e dotadas de janelas. Com os Seldjúquidas (séc. XI), surge o minarete cilíndrico, coberto de cerâmica, com remate de vários feitios, cónico sobretudo na Turquia e com baldaquino no Irão. Primeiramente, surge isolado, depois surgem aos pares, cada um deles colocado aos lados do iwan principal ou da entrada monumental (minarete Persa, em tubo de órgão). Com os Moghul na Índia e os Otomanos na Turquia, os minaretes aumentaram para quatro, situado nos ângulos do edifício ou do espaço sobre o qual ele se ergue; em casos muito raros, ascendem a seis. Na Turquia, o minarete adquire uma característica forma alongada, com um tecto cónico e esguio (minarete em agulha), muitas vezes com três ordens de estreitos varandins, enquanto que na Índia é mais atarracado e sempre coroado com uma cúpula sobre uma pequena varanda poligonal. No Egipto, por sua vez, o estilo mameluco empregou um único minarete (muitas vezes, ao lado direito da entrada), com base quadrada, parte central octogonal, parte terminal cilíndrica e um longo remate final.

A Mesquita do Xá, em Isfahan (Irão). Erguida por Abbas, o grande, entre 1611 e 1616, com ulteriores completamentos a partir de 1683. É um dos mais grandiosos edifícios do género (o portal de acesso tem uma altura de 27 metros e 40). A esplêndida ornamentação de cerâmica colabora no aligeiramento da grande massa arquitectónica.

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