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A arte e a literatura ao serviço do Profeta (s.a.w.)

Socorrendo-se da arte, da literatura e de simpósios, os Muçulmanos defendem o Profeta (s.a.w.)
Internacional – Fonte: EFE

A “defesa do Profeta (s.a.w.)” e do Islão é o tema de vários simpósios e concursos literários lançados no mundo Islâmico após a recente difusão do filme do político Holandês, Geert Wilders, “Fitna” (sedição em Árabe).

Perante a impressão negativa no Ocidente da violenta reacção popular Muçulmana às caricaturas publicadas por jornais Dinamarqueses há dois anos, os Governos e as instituições religiosas e culturais islâmicas pretendem que desta vez a resposta seja “sensata” e “razoável”.

Embora na Indonésia centenas de manifestantes tenham atirado ovos contra a Embaixada Holandesa, e em vários outros países, como é o caso do Iémen e do Sudão, se apelar ao boicote dos produtos Dinamarqueses e Holandeses, o certo é que o apelo para a “razão” e para a “moderação” é mais forte.

Religiosos, intelectuais, jornalistas e artistas, apoiados por empresários e políticos, deram início à organização de simpósios, exposições e concursos em diferentes Estados Árabes e Islâmicos com este objectivo, evitando sempre acções ou manifestações violentas.

Reuniões deste tipo anunciam-se em países como os Emirados Árabes Unidos, o Bahrein, a Arábia Saudita e o Qatar, entre outros, onde a imprensa dá conta de doações para financiar as campanhas “em defesa do Profeta (s.a.w.)”, todas elas pacíficas.

“A arte e a literatura ao serviço do Profeta (s.a.w.)”, é este o tema de um imenso festival artístico que teve lugar em Abu Dhabi em finais de Abril, cujo objectivo é o de realçar as “realidades” acerca de Muhammad (s.a.w.) por meio de pinturas, de canções, curtas-metragens, fotografias e outras obras literárias.

Segundo os organizadores, a comissão organizadora do denominado “Festival do Amor” recebeu cerca de 200 obras artísticas provenientes de 28 Estados, entre eles, o Líbano, a Nigéria, o Irão, o Afeganistão, a Turquia e a Arábia Saudita.

Neste último, foram realizados vários simpósios com a participação de sábios e intelectuais, e um outro terá lugar em Riad, sob a protecção do Ministério do Interior e com o título de “a moderação e as suas consequências na vida dos Muçulmanos”.

As vozes que classificam Wilders de “extremista”, “racista” e “vinculado a círculos Judeus” são as mesmas que instam ao “diálogo” e à “sensatez” para explicar ao Ocidente o “verdadeiro Islão”.

O mais recente apelo neste sentido partiu do proeminente Xeique Egípcio residente no Qatar, Yusuf Al Qaradawi, o qual elogiou hoje, através da televisão Al Jasira, a “reacção razoável dos Muçulmanos na Holanda”, perante a difusão de “Fitna”.

“Decidiram perseguir judicialmente esse deputado (Wilders), reagiram de forma razoável e é esta a postura que o Islão aprova”, disse Qaradawi, chefe da Federação Mundial de Sábios Islâmicos.

Qaradawi desvaloriza a curta-metragem de Wilders, que vincula o Islão à violência, e elogia a postura do Governo Holandês, que “protege a colónia Muçulmana e condena o filme”.

“O filme diz que o Alcorão e o Profeta Muhammad (s.a.w.) incitam à violência e à crueldade, o que não é verdade (…); os que o viram asseguram que é ridículo e que não merece todo este aparato”, opinou.

Entretanto, a Liga do Mundo Islâmico, com sede em Jiddá, anunciou que, nos próximos três meses, procederá à criação de um Centro Cultural na capital Saudita, cuja principal tarefa será a de defender o Profeta Muhammad (s.a.w.) contra publicações que os Muçulmanos considerem ofensivas ou difamatórias.O Centro terá um orçamento calculado em seis milhões de dólares, e será semelhante a um outro criado faz dois anos no reino saudita após a publicação das caricaturas de Muhammad (s.a.w.) por parte de alguns jornais Dinamarqueses.

Fontes da Liga do Mundo Islâmico afirmam que, nos últimos dois anos, foram distribuídos 800.000 exemplares de 11 livros publicados em sete idiomas sobre “a vida e a verdadeira mensagem do Profeta (s.a.w.)” do Islão.

“A nossa religião é pelo diálogo, e as acções difamatórias significam que, no Ocidente, muitos não entendem a mensagem do Islão e a realidade do seu Profeta (s.a.w.)”, disse à Efe o Xeique Ahmad, orador de uma Mesquita de Abu Dhabi.

Esse mesmo tom conciliador foi empregue pelo rei Saudita, Abdala bin Abdelaziz, quando há uma semana atrás defendeu o diálogo entre religiosos Muçulmanos, Cristãos e Judeus.

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