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Desafio Islâmico na Era da Informação

Excertos da conferência da oitava Cimeira OIC, em Teerão.

O Dr. Mahathir Muhammad, Primeiro Ministro de Malásia, advertiu o Mundo Islâmico que eles poderiam eventualmente perder a sua fé, identidade e modo de vida se não participarem no desafio da Era da Informação e globalização.

Ele disse que se os Muçulmanos insistirem em não participar no conhecimento nestas áreas, podem estar certos de que eles e a sua religião estariam sob constante ataque e seriam para sempre isolados. é importante que apreciemos estas poderosas forças que se estão a juntar à nossa volta, forças que na sua maior parte nos são hostis.

Se comprarmos estas capacidades deles, então, será como adquirir a nossa capacidade de defesa através deles …, disse o Dr. Mahatir. Afirmou que o Mundo Islâmico estava a testemunhar duas revoluções simultâneas uma revolução tecnológica e uma revolução no conceito do relacionamento entre as nações referidas como globalização.

Quer gostemos delas quer não, elas cercar-nos-ão tanto ou mais do que a Revolução Industrial. Felizmente, que os nossos detractores são tão novos nessas mudanças como nós. Estão a juntar-se em torno delas através da labirinto do conhecimento e potencialidades que a Tecnologia da Informação e a queda das fronteiras criam. disse ele.

O Dr. Mahathir acrescentou que os Muçulmanos não estavam tão atrasados nestes campos e que, de facto, alguns até eram pioneiros e contribuintes das novas capacidades, conhecimentos e conceitos de relações internacionais.

Temos uma oportunidade de jogo do eixo sobre a Era da Informação e mundo global e de estar ao mesmo nível que os outros. Infelizmente, parece que estamos como que a perder outra vez esta oportunidade de actualização, disse ele.

O Primeiro Ministro disse que se a Comunidade Muçulmana não conseguir acompanhar esta Era, haverá tais desvantagens que perderá a esperança, tornar-se-á desesperada e acabará por fazer coisas que seriam a sua derrota e re-subjugação.

A velocidade e facilidade de viajar, das telecomunicações, das tecnologias multimédia e a difusão da informação tudo isso expor-nos-á a tudo que está a acontecer à nossa volta. Eles podem minar a nossa fé ou podem empurrar-nos para o extremismo auto-destrutivo ou para a rejeição, acrescentou ele. O Dr. Mahathir exortou os países Muçulmanos a porem de parte as suas diferenças a fim de apresentarem uma frente unida contra as ameaças combinadas contra eles.

Não devemos nós próprios sermos os nossos inimigos. Embora, vejamos em tantos países Muçulmanos, guerras fratricidas e instabilidades que tornam a maior parte dos nossos governos impotentes, tanto para desenvolver e competir com os nossos detractores ou mesmo governar efectivamente. Disse que as quezílias e ambições pessoais pelo poder acabavam por desmembrar a administração governamental, deixando-a incapaz de acorrer às necessidades do povo. Como resultado, os países Muçulmanos ficaram grandemente subdesenvolvidos e a Ummah Muçulmana pobre, impotente, sem instrução e incapaz de contribuir positivamente para o bem estar dos Muçulmanos, da sua fé e dos seus países, disse.

Disse que, pela graça de Deus, a maior parte dos países Muçulmanos tinham à sua disposição ricos recursos mas não eram capazes de os aplicar correctamente, para servir e defender o Islão e os países Islâmicos contra aqueles que em voz alta confessam não gostar dos Muçulmanos e da sua religião. Tal é o estado dos nossos países, que o melhor do nosso povo emigrou e contribui para a riqueza do conhecimento e capacidades dos países em que vivem, muitas vezes países estes que nos são hostis. Não temos facilidades para oferecer a estas pessoas talentosas e as condições nos nossos próprios países não são adequadas para a aplicação das capacidades que elas possuem, e nós estamos deveras ocupados nas nossas muitas quezílias para tratar das suas necessidades, disse ele.

Descrevendo o presente sistema e conceito de democracia de estilo Ocidental como não melhor do que seus estados feudais teocráticos que os precederam, o Dr. Mahathir disse que os seus costumes podem ser diferentes mas o objectivo e os resultados finais eram os mesmos.

Ele disse que não devemos esquecer que foram eles a inventar a inquisição. Eles agora não queimam as pessoas no fogo mas o inferno económico que eles colocam debaixo e à volta de suas vítimas não é menos assustador. É ainda retratado, submeter ou ser liquidado disse ele. Assim, Mahathir disse que os países Muçulmanos não precisam inventar sistemas de governo porque os sistemas nunca poderiam ser aperfeiçoados nem ser garantia de boa governação.

O que cria uma boa governação é a qualidade do povo confiante no governo da nação. Para a boa qualidade, somente precisamos reverter aos ensinamentos da religião Islâmica os verdadeiros ensinamentos – não os ensinamentos que são interpretados para justificar o que estamos a fazer, certo ou errado, bom ou mau, disse.

O Dr. Mahathir disse que se os Muçulmanos não estiverem certos do que significavam os verdadeiros ensinamentos, eles somente precisam perguntar a si próprios algumas questões. Advoga o Islão a guerra e violência entre Muçulmanos quer como grupos ou seitas ou nações? Advoga o Islão a opressão ou o povo pelo governo ou a destabilização e subversão dos governos através de actos irresponsáveis do povo?

Advoga o Islão a rejeição da boa vida no Além, ou o Islão prega hassanah (bem-estar) neste mundo e no akhirah (Além)? disse ele.

Mais perguntou o Dr. Mahathir se os Mu- çulmanos poderiam verdadeiramente dizer que era o seu dever religioso serem pobres, sem conhecimentos e capacidades para se- rem capazes de defenderem a Ummah contra seus detractores e opressores?

Será que o Profeta (Muhammad s.a.w.) dependeu da riqueza e capacidades dos seus seguidores ou teria o Profeta comprado arcos e flechas, espadas, cavalos e camelos daqueles cujo manifesto objectivo era enriquecerem eles próprios, ou pior ainda, destruir os Muçulma- nos e o Islão? Ele disse que os Muçulmanos sabiam as respostas a todas estas perguntas e contudo não se preocupavam em seguir as respostas Islâmicas a elas.

Contudo, nós combatemos uns com os outros sobre diferenças mínimas na expressão da fé. Onde os Muçulmanos vivem em paz e na unidade, nós dividimo-los e causamos a luta entre eles por causa das diferenças criadas nas nossas práticas do Islão. O Islão é a religião da paz, irmandade e da flexibilidade, juntou ele.

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