Fonte: Orden Sufi Yerrahi al Halveti (Buenos Aires – Argentina); Versão portuguesa: M. Yiossuf Mohamed Adamgy / Al Furqán (Portugal)
Alocução feita, por M. Yiossuf M. Adamgy, director de Al Furqán, no Darul Ulum Cadrya Ashrafia de Odivelas, na passagem da noite comemorativa do nascimento do Profeta Muhammad (Maomé), paz esteja com ele – (14/02/2001.
O Leão de Allah, o venerável Ali ibn Abî Tâlib, e mais quinze dos Companheiros (r.a.), transmitiram esta descrição do Mensageiro Eleito, Muhammad Mustafá (s.a.w. = que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele):
Quanto ao carácter e ao comportamento, foi o mais perfeito dos seres humanos. Todos os grandes Profetas foram fisicamente perfeitos e de lindo rosto, mas o bem-amado de Allah foi o mais lindo de todos.
– O seu casto corpo era bonito, os membros bem proporcionados e a figura sumamente atractiva.
– A testa larga e o peito amplo, bem como as palmas e o espaço entre os ombros.
– O pescoço, longo e gracioso, era como a prata pura.
– Os ombros e braços eram robustos e maciços, enquanto os pulsos eram estilizados.
– Os dedos eram bastante longos, e um pouco grossos, como também as mãos.
– O ventre, abençoado, não era gordo e não sobressaía debaixo do peito.
– Os peitos do pé eram arqueados, não aplanados.
– Sendo de meia altura, estava bem formado, poderoso e forte. Não era demasiado magro, nem tinha sobrepeso, mas um bom peso médio.
– Quanto à pele, abençoada, era mais macia do que a seda.
– A cabeça, grande, a testa, arqueada, e o nariz, direito, estavam em perfeito equilíbrio. O rosto era mais oval do que circular, nem demasiado gordo nem demasiado redondo nas bochechas.
– As sobrancelhas estavam juntas, mas não se tocavam no meio. Entre elas havia uma veia que costumava encher-se e sobressair quando se entristecia. As pestanas eram longas e os olhos negros, bonitos e grandes. No branco dos olhos havia uma tintura coloração vermelha. A coloração era clara, nem tão branca como o giz nem suficientemente escura para ser moreno. O resplendor que brilhava no rosto, abençoado, era de um branco cor-de-rosa macio, brilhante e reluzente.
– Os dentes eram brilhantes como pérolas; os frontais cintilavam enquanto falava e, quando sorria, a boca, abençoada, irradiava clarões como de um requintado relampejo.
– Quando deixou crescer o cabelo, cresceu até ultrapassar os lóbulos das orelhas. A barba era espessa e abundante. Não era longa, mas o suficiente para a segurar com o punho da mão. Quando partiu para o mundo da Eternidade, o cabelo e a barba havia pouco que começaram a tornar-se cinzentos.
– O corpo estava sempre limpo e tinha um doce perfume. Quer perfumando-se, quer não, a pele cheirava melhor do que o mais fino dos perfumes. Qualquer um que lhe desse a mão podia perceber a sua agradável fragrância durante o dia inteiro. Uma criança cuja cabeça fosse acariciada com a sua mão, abençoada, podia-se distinguir das outras pela deliciosa fragrância.
– No momento do seu nascimento, ele veio ao mundo limpo e impecável e naturalmente circuncidado. Nasceu com o cordão umbilical já cortado, e os seus sentidos eram excepcionalmente agudos. Podia ouvir a grande distância e podia ver mais longe do que qualquer outro.
– Todos os seus movimentos eram suaves. Quando ia a alguma parte, fazia-o serena e pausadamente, sem se desviar nem para a direita nem para a esquerda, com passo enérgico e raso. Podia parecer que estava a passear, mas aqueles que dele se aproximavam ficavam para trás, ainda que caminhassem rápido. Havia luz e doçura no seu rosto, abençoado, e fluidez e encanto na sua fala.
– A linguagem era clara e eloquente e se exprimia com extraordinária lucidez. Nunca falava desnecessariamente, e em tudo o que dizia havia sabedoria e bom critério. Sempre se dirigia às pessoas no nível da sua compreensão. O seu rosto sorria e as suas palavras eram doces. Nunca disse uma má palavra a ninguém, nem tratou mal ninguém. Jamais interrompia ninguém. Era afável e humilde. Nem tinha mau carácter, nem era grosseiro. Mas era sério e imponente. O seu riso era um sorriso. Uma pessoa que o visse imprevistamente ficava cheia de admiração e de respeito reverente.
– Qualquer um que desfrutasse da sua companhia e amizade chegava a amá-lo com toda a alma e coração. Respeitava os virtuosos. Tratava os familiares com grande respeito; não obstante, nunca os preferia àqueles mais honráveis do que eles. Assim como tratava com bondade os membros do seu grupo familiar e os seus companheiros, assim tratava, com a mesma graça e gentileza, também as outras pessoas.
– Era muito bom com os empregados. Oferecia-lhes o mesmo que ele comia, e partilhava as suas próprias roupas. Era generoso, amável, terno e compassivo, valente e tolerante. Inamovível no compromisso e na promessa, era fiel à sua palavra, superior a todos na bondade de carácter e na excelência mental, digno de toda a classe de elogios e comendas. Todo o louvor dava-o a Deus.
Resumindo: tinha uma forma linda, um carácter perfeito, era um ser feliz e abençoado, como nunca nenhum outro foi nem será criado igual; que Allah o abençoe e lhe dê paz.