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Islão e Ocidente deveriam aprender um com o outro

Por Fatema Hassan (in The Muslim News, U.K., nº. 120)
Tradução de: M. Yiossuf Adamgy

O Dr. Mustafa Ceric, Rais al-‘Ulama e Grande Mufti da Bósnia, foi convidado a orar na Conferência do Islão e do Ocidente que teve lugar na London School of Economics.

O Dr. Ceric abordou assuntos relacionados com os Muçulmanos que habitam no Ocidente. Ele afirmou ‘Actualmente, quando alguém fala em nome do Islão, é acusado de tentar converter ou avançar com uma justificação para o Islão. Não tenho poder para influenciar a conversão, nem tenho a intenção de justificar o meu Islão.’

Ele criticou o Ocidente por permitir o abuso dos direitos humanos dos Bósnios e dos Albaneses do Kosovo, tendo argumentado que a Declaração Universal dos Direitos Humanos terá sido esquecida no caso dos Bósnios e dos Albaneses.

O Dr. Ceric disse ainda: ‘Para os meus companheiros Bósnios e para os meus companheiros Albaneses é de menos tarde demais. Parece que a Arca (comparando com a arca de Noé e a salvação de uma nação de gente do Dilúvio) da Declaração Universal dos Direitos Humanos não é espaçosa o suficiente para albergar certas espécies de humanidade. A sua planta foi desenhada no papel em Nova Iorque, mas não construída na montanha nos Balcãs ou na Europa.’

Seguidamente afirmou: ‘Imagens como a igualdade perante a lei, protecção de aprisionamentos arbitrários, o direito a um julgamento justo… são imagens deveras co

loridas mas pedaços de madeira demasiado corrompida para que a partir deles se possa construir a forte Arca universal para a salvação humana.’

Enfatizou, contudo, que nem ‘o Ocidente está contra o Islão nem o Islão contra o Ocidente’, unicamente aquilo a que o Islão se opõe é a jahiliyyah (ignorância), seja no Ocidente ou no Oriente.
Os Muçulmanos não devem encarar o Ocidente como uma ameaça: ‘Não pretendo dizer às gentes do Ocidente que continuem a encarar o Islão como uma ameaça ou o contrário. Têm o direito às suas próprias percepções e ilusões. Quero, sim, afirmar aos Muçulmanos que é um grande erro considerar o Ocidente como um mal e confrontá-lo com o Islão.’ Portanto, os Muçulmanos não deverão utilizar o Islão em sua defesa, antes defenderem-se a si próprios: ‘os Muçulmanos têm de ser honestos e reconhecer que necessitam que o Islão os defenda, mais do que o Islão necessita da sua defesa. O Islão precisa de uma compreensão genuína e sincera ao invés de um grito apologético.”

Por fim, terminou com uma análise à necessidade que os Muçulmanos e o Ocidente têm de viver juntos. Disse: ‘A ameaça não está no Islão, mas sim na nossa incapacidade espiritual de estar à altura dos valores morais universais; o mal não está no Ocidente, mas sim na nossa insegurança cultural. É chegada a altura do Islão ser visto como uma benção espiritual para o Ocidente e do Ocidente ser encarado como um apelo ao despertar intelectual para o Oriente Muçulmano.”

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