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Poligamia

A Poligamia esteve sempre presente no Mundo, em todas as épocas e nações. é um facto histórico que Gregos, Romanos, Hindús, Babilónios, Persas, Israelitas, Árabes, Africanos, etc., etc., não conheciam limites no número de matrimónios e, portanto, podiam casar com várias mulheres. Não era imposta nenhuma condição ou restrição. As esposas de um pai falecido eram divididas pelos filhos, juntamente com outra propriedade herdada, na Arábia, antes do advento do Profeta Muhammad (que a paz esteja com ele), sendo usadas como esposas. O Islão limitou esta poligamia ilimitada, então em voga no mundo, restrigindo-a com as seguintes severas limitações:

 

  1. A atitude do marido para com todas as suas quatro esposas (limite máximo) deve ser tal que não dê aso ao ódio, ciúme, insatisfação, descontentamento e frustração a nenhuma delas, resultante da injustiça, crueldade, inclinação e parcialidade por parte do esposo. A completa paz, harmonia e tranquilidade devem prevalecer no lar como resultado de um estatuto inteiramente igual de todas as esposas, em todos os assuntos, ou seja, na alimentação, vestuário, moradia, cuidados médicos, estima, conforto, tratamento geral, afecto, etc. Se o esposo não puder pôr em prática esta igualdade, não lhe é permitido casar-se com mais de uma mulher. A este respeito, o Sagrado Alcorão diz claramente: “E se receais que não podereis tratar com justiça os órfãos casai com as mulheres que vos parecerem boas para vós duas, três ou quatro. E se receais que não podereis proceder com equidade com todas casai, então, com uma somente.”(4:3)
  2. O marido deve ter meios económicos suficientes que lhe permitam dar alimentação adequada, roupas, e satisfazer outras necessidades da vida a qualquer esposa.
  3. Cada uma das esposas deve ser provida com uma casa separada, ou apartamento, e o marido deve dispender igual tempo na casa de cada uma das esposas. Estas condições não têm como intuito o de proibir o homem de praticar a poligamia; são, antes, estabelecidas especialmente para salvaguardar os direitos da mulher, assegurando-lhe a justiça perfeita. Alguns críticos sustentam que existe algo de mau na poligamia, não devendo ser permitido em caso algum e sob quaisquer circunstâncias. Ora analisemos a questão: Se a poligamia é realmente má e prejudicial, então, porque é que todos os grandes patriarcas da raça hebraica, que são olhados como exemplos da grandeza moral, praticaram sempre a poligamia? Porque casou o Profeta Moisés (a.s.) com mais de uma mulher? Seria ele amoral, ou um homem sensual? (DEUS proibiu de o ser). Porque tomaram Jacob e Abarãao (a.s.), para si, mais de uma esposa? Como se podem explicar os seguintes versículos da Bíblia, senão como uma permissão explícita e definitiva da poligamia? “E tinha ele (Salomão) setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o seu coração.” (1 Reis 11:3) “E tomou David mais concubinas e mulheres de Jerusalém, depois que viera de Hebron: e nasceram a David mais filhos e filhas.” (2 Samuel 5:13)

 

Examinemos a Poligamia em termos puramente racional:

 

Suponham que há uma guerra com a consequente dizimação da população masculina, como no caso da Europa após a Guerra dos Trinta Anos e após a Primeira e Segunda Guerras Mundiais. Que solução dão os partidários da monogamia para o problema da sobrepopulação feminina, ou seja, viúvas e outras mulheres em idade de casar e, onde iriam eles arranjar maridos para todas elas? Bertrand Russel diz: “E, em todos os países, onde há um excesso de mulheres, é uma injustiça óbvia que, aquelas que, por uma necessidade aritmética, se vêm forçadas a continuar solteiras, sejam obrigadas ao afastamento de uma experiência sexual.”

 

No caso de a mulher sofrer de uma doença crónica, que a impeça de engravidar, o homem necessita de uma outra esposa para obter filhos. Se ele divorciar-se da mulher e a abandonar à sua sorte, isso será um acto indelicado. Que deverá ele fazer? É claro que há alguns maridos que conseguem lidar com tal situação. No entanto, não se pode negar as suas potenciais necessi- dades. Assim, um segundo casamento, neste caso, poderá ser uma solução aceitável para as três partes.

 

No caso de um casamento não ter tido muito sucesso, e o marido amar outra mulher note-se que esta situação é tão familiar que é conhecida como o “Eterno Triângulo” (Triângulo Amoroso). Dentro dos parâmetros das leis Ocidentais, o marido não pode casar com uma segunda mulher sem se divorciar da primeira. Mas esta pode não querer divorciar-se. Ela pode não amar mais o seu esposo, mas pode continuar a respeitá-lo e desejar ficar com ele pela segurança do matrimónio, por ela própria e pelos seus filhos. Similarmente, a segunda esposa pode não querer dissolver a primeira família do marido.
Aqui, perguntamos aos advogados da monogomia como resolvem esta questão. Há alguns casos como este, no qual ambas as esposas poderiam aceitar um casamento poligâmico, do que enfrentar o divórcio, por um lado, ou um caso extra-conjugal, por outro.

 

Só muito dificilmente se poderá negar que, presentemente, na maioria dos países do mundo, o nascimento de indivíduos do sexo feminino é superior ao do masculino. Como resultado, temos mais mulheres do que homens. Mesmo supondo que cada homem desposa uma mulher, teríamos um excedente de centenas de milhões de mulheres! Agora, que fazer com este excedente? Será que este excedente impede-as da experiência de uma vida matrimonial, ter filhos legítimos, serem abrigadas e cuidadas por esposos legítimos e responsáveis? Qual o pecado dessas mulheres? O Islão resolveu todos estes problemas sugerindo a única solução possível e legítima a poligamia. Provavelmente, no que respeita à mulher, o aspecto mais realçado do Islão no Ocidente é o da poligamia.

 

Deve tornar-se claro que o Islão não impõe a poligamia aos Muçulmanos como uma obrigação. Ao invés, ele permite aos Muçulmanos praticarem-na como a única solução para algumas situações, conforme já foi atrás referido. O próprio Profeta Muhammad (paz esteja com ele) foi monogâmico durante uma grande parte da sua vida de casado, desde a idade de 25 anos (quando desposou a Senhora Khadija [r.a.]), até aos seus 50, quando a sua esposa faleceu. Consequentemente, dever-se-á olhar a monogamia como a norma, e a poligamia como uma excepção. É óbvio que a poligamia é considerada pela população Ocidental como um infringimento aos direitos da mulher; no entanto, praticamente todos estes monogâmicos continuam a praticar uma certa poligamia de forma subreptícia e clandestina, profanando, secretamente, as esposas, filhas e irmãs de outras pessoas. Cabe a vós decidir se é preferível a poligamia subreptícia e secreta (de profanação) praticada pelo denomi- nado Ocidente Civilizado, com os seus problemas referentes a crianças bastardas, raparigas perdidas, peso de consciência, distúrbios mentais, lares arruinados, e dissolução de casamentos, à poligamia legal Islâmica. Será, talvez, interessante apontar aqui o ponto de vista da Senhora Annie Besant e de outros grandes pensadores em relação a esta questão:

 

  1. A Senhora Annie Besant afirma: “Existe uma pretensa monogâmia no Ocidente, mas o que realmente existe é uma verdadeira poligamia sem qualquer tipo de responsabilidade. A amante é abandonada quando o homem se farta dela, indo-se aproximando da condição de mulher de rua, uma vez que o primeiro amante não tomou qualquer responsabilidade sobre o seu futuro, ficando ela cem vezes pior do que uma esposa cuidada e mãe num lar poligâmico. Quando vemos milhares de mulheres infelizes que enchem as ruas das cidades Ocidentais à noite, temos que, certamente, sentir que não assenta bem nas bocas Ocidentais censurar o Islão pela sua poligamia. É melhor, mais feliz e respeitável para uma mulher ser consorte de um homem só, com a criança legítima nos seus braços e rodeada de respeito, do que ser seduzida, abandonada nas ruas provavelmente com uma criança ilegítima, fora do alcançe da lei, sem abrigo e sem cuidados, sujeita a tornar-se uma vítima de qualquer passante nocturno, sem acesso a uma maternidade normal, desprezada.”
  2. Reverendo Canon Issac Taylor, um eminente eclesiástico inglês, disse num dos congressos eclesiásticos ocorrido na Inglaterra: “Devido à poligamia, os países Muçulmanos estão livres de párias profissionais, a maior censura à Cristandade do que a da poligamia ao Islão. A poligamia estrictamente regulada das terras Muçulmanas é infinitamente menos degradante para a mulher e menos injuriosa para o homem, do que a poliandria promíscua que se pratica nas cidades Cristãs e que é absolutamente desconhecida no Islão.”
  3. G. R. Scott diz: “O homem é essencialmente polígamo e o desenvolvimento da civilização alastrou esta poligamia inata.”
  4. O Dr. Mercier declara: “A mulher é, por natureza, monogâmica; o homem contém em si próprio o elemento da poligamia.”
  5. O semanário “Record” de Lagos, de 20 de Abril de 1901, citava um artigo da “Truth” Londrina, escrito por uma dama inglesa: “O número de raparigas vagabundas aumentou, tendo causado perturbação na nossa sociedade. Como mulher, olho para estas jovens com pena. Mas, será que a minha piedade e simpatia fazem alguma coisa para modificar tal situação, ou ajudam a curar tal mal? O que Thomas disse foi excelente. Ele diagnosticou o mal e prescreveu-lhe um remédio. Afirmou que a única solução era permitir ao homem desposar mais de uma mulher, através do qual a calamidade seria erradicada, uma vez que, dessa forma, as jovens serão esposas. O postulado europeu é o seguinte: “Um homem, uma esposa”, o que se revela culminante para um homem casado com uma mulher, tendo filhos ilegítimos que são a grande chaga e um grande fardo para a sociedade. Se a poligamia fosse permitida, nada disso teria acontecido. Toda a evidência estabelecida pela história e pela ciência torna claro que a poligamia devia ser olhada com mais seriedade. … Poligamia deve ser considerada natural e legítima. Para erradicar definitivamente a poligamia, teríamos que primeiro modificar todo o carácter da nossa civilização, depois a natureza do homem e, finalmente, a própria Natureza em si!”
  6. O Prof. C.Von Ehrenfels de Praga, testemunha a superioridade moral das leis poligâmicas e prevê o sucesso inaudito do sistema poligâmico: “O casamento poligâmico tornou-se algo de necessário, sucedendo ao sistema monogâmico, por ser moralmente superior.”
  7. Ao explanar as mentiras convencionais da civilização Ocidental, Marx Nordan sublinha: “O homem vive num estado de poligamia nos países civilizados, apesar de a monogamia ser obrigatória por lei; dificilmente se encontrará mais do que um homem de entre uma centena, que possa jurar no seu leito de morte que nunca conheceu mais do que uma mulher durante toda a sua vida.”
  8. Dr. Havelock Ellis prossegue com a explicação da grande hipocrisia do modo de vida Ocidental: “Em mais nenhuma parte do mundo a poligamia é tão preponderante, quanto o é na Cristandade Ocidental; em mais nenhuma parte do mundo é tão fácil ao homem furtar-se das obrigações inerentes à poligamia. Podemos pensar que, se recusamos aceitar o facto da existência da poligamia, então podemos recusar o reconhecimento de qualquer tipo de obrigação decorrentes da poligamia. Ao habilitar o homem de se escapar tão facilmente das obrigações da sua relação poligâmica, estamos a encorajá-lo, acaso seja pessoa de poucos escrúpulos, de, efectivamente, não cumprir com elas; colocamos um prémio à imoralidade que tão arduamente condenamos. O homem, com letra maiúscula, não representa todos os homens. Inclui apenas aqueles que fazem fé na denominada monogamia preponderante na Cristandade, aqueles que seguem o modo de vida Ocidental e, por fim, aqueles que no Oriente e no Continente Africano imitam cegamente o modo de vida Ocidental. Por outra parte, o Ocidente tem começado a reconhecer as virtudes da poligamia conforme diz Tonybee: “Uma monogamia forçada é responsável por muitos dos males da prostituição, levando a autênticas querelas, a um ciúme intenso nas mulheres e a uma maior insistência na relação física que torna a espontaniedade e a pureza em corrupção. O natural ciúme feminino não reside no facto de o homem amar outra mulher, mas no de ele a abandonar.”
  9. E finalmente, Dr. Le Bon advoga: “Um retorno à poligamia, a essa relação natural entre os sexos, resolveria muitos problemas como: a prostituição, doenças venéreas, sida, abortos, a infelicidade de milhões de solteiras e viúvas, resultamtes da desproporção entre os sexos, e das guerras, até adultério e ciúme.”

Conclusão: Para os Muçulmanos, a monogamia é ideal, a poligamia é a concessão a situações especiais bem como à natureza humana. Quer prevaleça a monogamia num país particular, quer durante um período, é uma questão de conveniência social e económica.

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