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Haram Al-Sharif – Jerusálem, Palestina

O terceiro lugar mais sagrado do Islão, o octógono da Cúpula do Rochedo, com a mesquita Al-Aqsa à direita (direita do mapa), no mesmo eixo norte-sul.
Para os muçulmanos todo este espaço é haram, ou seja, local sagrado de Oração.
A primeira Qibla (lugar para onde os muçulmanos se viram quando fazem as oracões), a Qibla foi depois mudada em 630 para Kaaba (Meca, Arábia Saudita) no tempo do Profeta Muhammad, paz esteja com ele.
Jerusalém é também sagrada para os Judeus e Cristãos.

A Cúpula do Rochedo

No sítio do templo de Salomão, onde Cristo pregara e onde Muhammad (P.E.C.E.) fora elevado ao céu na sua “viagem nocturna”, Abd Al-Malik mandou construir um edifício que projectasse a espiritualidade do Islão.
A cúpula do rochedo foi construída enter 687 e 692.
O seu projecto foi confiado a um arquitecto de formação bizantina, o local ficou ao cuidado dos mestres construtores Sírios; e os mosaicistas de Constatinopla encarregaram-se da decoração. Esta equipa concebeu um edifício, no centro do Monte do Templo, que se insere na linha de mais pura tradição dos santuários Cristãos e cujo formato octogonal criava um ponto central.

O pórtico interiror é de formato circular e possui apenas quatro pilares entre os quais se erguem três colunas que sustentam quatro arcos de cada lado. Deste modo, há doze colunas que, com os pilares, sustentam dezasseis arcos que evvolvem o rochedo sagrado. Por cima desta arcada ergue-se o tambor, alto e cilínddrico, sobre o qual assenta a cúpula. Muitos foram os especialistas que estudaram esta estrutura notável constituída por elementos circulares e octogonais, com espaços redondos, anelares, pilares e colunas alternadas.

K.A.C. Creswell e M.Echochard analisaram as formas geométricas que integram a composição dessa planta central elaborada com requinte. Constataram que as arcadas concêntricas formam um Círculo exterior, com um raio de 26,87 metros ou diàmetro de 53,74 metros, no qual se inserem dois quadrados dispostos em àngulos de 45 graus em relação um ao outro. Os pontos de intersecção destes dois quadrados descrevem um círculo interior, com um raio de 20,56 metros ou 41,12 metros de diàmetro, que contorna a arcada octogonal. Ao unirem-se uns aos outros, tanto na vertical como na horizontal, os oito pontos de intersecção dos dois quadrados entrelaçados formam nova intersecções que descrevem um círculo correspondente ao contorno da arcada interior, com 11,13 metros de raio oi 22,26 metros se diàmetro. Deste modo, a partir do círculo externo principal nascem logicamente dois outros círculos menores que caracterizam toda a construção. Estas estruturas geométricas, nas quais o plano deriva naturalmente de um único tema, são vulgares no Mundo antigo e também em Bizàncio.

A cúpula do rochedo, domina o Monte do Templo. A planta octogonal central tem 54 metros de diàmetro e a cúpula eleva-se a 36 metros de altura. As fachadas do octógono viradas para os quatro pontos cardeais possuem portas com alpendres. A dominar o rochedo sagradao e sustentada por um tambor, ergue-se a cúpula, cuja forma sublime, que sugere o arco em ferradura, se eleva bem alto. Em cada parede do octógano hà duas colunas entre os pilares angulares. Assim, o pórtico inclui oito pilares e dezasseis colunas.

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Mesquita do Profeta (Paz esteja com ele) – Medina, Arábia Saudita

O Segundo lugar mais sagrado do Islão, a mesquita do Profeta (P.E.C.E.), construida na altura que o Profeta (P.E.C.E.), emigrou para Madina, era adjacente à casa do Profeta (P.E.C.E.) e tem um grande significado para o Islão e para os Muçulmanos, é visitada anualmente por milhões de fiéis.

O Profeta (P.E.C.E.) está aí enterrado.

Actualmente, a sua beleza tanto exterior como interior é absolutamente extasiante…

Os primeiros exemplares da arquitectura Islàmica surgiram em vida do Profeta Muhammad. As transformações que Muhammad introduziu na sua própia casa são um bom exemplo; seria um “exagero” utilizar o termo arquitectura nesta circunstància, no entanto, estes “princípios rudimentares” desenvolveram para as opções fundamentais que determinaram os edifícios Islàmicos clássicos. A obra de Sauvaget ajuda-nos a imaginar essa primeira Mesquita-habitação erigida por Muhammad (paz esteja com Ele) e os muçulmanos da altura.

Escritores Árabes afirmam que a casa do Profeta (P.E.C.E.) possuía, a Leste, uma série de quartos que davam para um pátio quadrado com cerca de 100 cúbitos de lado (cerca de 50 metros – o que perfazia uma área aproximada de 2500 metros quadrados) e rodeado por um muro. Estas dimensões avantajadas justificavam-se pelo hábito que os “cameleiros” tinham de guardarem os seus rebanhos num recinto fechado durante a noite. Sempre que os primeiros Muçulmanos consideravam apropriado para as suas Orações, era montado um alpendre no pátio, ao longo do muro a Norte. O tecto era feito de ramos de palmeira e sustentado por duas filas de troncos de palmeira, formando uma espécie de pórtico antigo. Esta zona coberta dava sombra aos que vinham ouvir as palavras do Profeta (P.E.C.E.) no Haram ou no recinto de oração desta primeira Mesquita. Este grande e tosco baldaquino flanqueava o muro chamado Quibla, que se encontrava orientado na perpendicular para Jerusálem, assinalando a direcção em que deviam fazer as orações. Indicava aos fiéis o ponto para o qual deveriam dirigir as suas Orações. Com a cisão com as Comunidades Judaicas de Hijaz, e depois de Muhammad (P.E.C.E.) ter entrado em Meca, esta orientação para Jerusálem foi substituída, em 630, para Meca. Como Madina está situada numa linha que une Jerusálem a Meca, a única adaptação necessária à nova orientação foi a construção de um segundo pórtico do lado Sul do pátio, coberto com ramos de palmeira. A mesquita do Profeta (P.E.C.E.), ainda que “rudimentar” , teve desde princípio as características de um espaço Islàmico,a contrastar com os recintos alongados das Igrejas Bizantinas.

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Ka’aba

Foi a primeira Casa construída para adoração pública em Meca. É um local que permanece como benção e guia para a humanidade. Nela há sinais claros: a Casa de Abraão. Quem nela entrar estará seguro – (Alcorão, 3:96-97)

O lugar mais sagrado do Islão, apelidada de Casa de Deus.

O lugar com mais significado para os Muçulmanos. Um dos pilares do Islão é fazer a peregrinação a esta casa sagrada.

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Introdução VI

A Madrassa tinha-se desenvolvido na Pérsia como escola do Alcorão e, numa primeira época, consistia apenas num grupo de salas agregadas à mesquita. Em seguida, torna-se numa construção separada que adopta o sistema do pátio com quatro pórticos, ao centro dos quais se abriam portais com iwan, ligados entre si por saletes e quatro escolas teológicas provenientes das diversas interpretações do Alcorão em matéria legal: Hanafita, Hanbalita, Shafiita e Malikita. Foi nesta disposição que também se inspiraram os construtores de mesquitas, nas quais, no entanto, se dá particular relevo ao iwan que conduzia à sala de Oração, coberta por uma grande cúpula.
Os ribat, ou conventos fortificados, eram edifícios ligados às obrigações da guerra santa, usados tanto para o retiro e a oração, como para a defesa dos ataques dos inimigos. A sua planta, semelhante à da Madrassa, era quadrada. Constituídos por torres de vigia com quatro ângulos, dispunham de quatros para habitação, armazéns para armas e mantimentos e de uma Mesquita ao longo do lado interior da muralha que estava virada para Meca.
O mausoléu funerário foi introduzido no Mundo Islâmico pelos Seldjúquidas. Originalmente, teve duas formas, desenvolvidas no Khorasan: a torre sepulcral de planta redonda, poligonal ou em estela, de forma muito esguia e coberta por uma cúpula, ma maior parte das vezes, escondida do exterior por um tecto cónico; e a kubba, sala quadrada coberta por uma cúpula. Os Mongóis do período de Tamerlão (Timuridas) e os da Índia (Moghul) adoptaram um iwan pouco profundo como portal de entrada e foi frequente disporem-no sobre todos os quatro lados do edifício. Da época do Imperador Moghul Akbar em diante, nos mausoléus mais imponentes, os iwan das fachadas eram flanqueados por dois níveis de pequenos nichos com loggia. Nos ângulos destes mausoléus, surgem muitas vezes quatro minaretes, relevando ser frequente a kubba e a Mesquita de planta central inspirarem-se num mesmo esquema.

A Mesquita Azul em Isfahan. A tipologia da construção religiosa, originalmente constituída por um pátio com um lado coberto, evolui na Pérsia com pátio central em cujos lados se abriam pórticos de dois pisos e, ao centro, o grande iwan (habitualmente, de entrada, dois de acesso às salas e o que fica virado para a qibla para entrar na sala das orações).

Deve, por fim, recordar-se o aspecto das edificações civis, quanto mais não seja pela importância que vieram a ter no Mundo Europeu. A casa de habitação Islâmica variou, como é evidente, em conformidade com as épocas e as regiões.
Nas ricas residências das dinastias Omeiade e Abássida subsistiram elementos deveras reconhecíveis do período Sassânida, os quais, por sua vez repetem a estrutura dos grandes palácios partas. A adopção do iwan constitui um elemento significativo de tal descendência. Sabe-se que a residência senhorial Omeiade previa a existência de três salas abertas para um dos lados do pátio. As casas Abássidas, pelo menos em determinadas zonas, eram muito mais amplas, com vários pátios interiores para os quais abriam numerosíssimas salas, sendo uma delas um grande salão. O encontro da arquitectura Islâmica com a Espanhola produziu vários tipos de habitações, onde a única nota recorrente é a presença do pátio interior, que tão vulgar se viria a tornar, até à época moderna, na América Central.
É um caso à parte a construção civil Turca, na qual, para enfrentar os terramotos, predominavam as estruturas lineares, em especial nas partes superiores dos edifícios. Tal predomínio é testemunhado com segurança pelo menos desde o século XVIII, quando a madeira tinha vasta utilização também no interior das partes em alvenaria, especialmente nos sofitos e no revestimento das paredes.

A Mesquita Azul, ou Ahmedié Cami em Istambul (Turquia), erigida por Mehmed Aga, para o Sultão Ahmed, entre 1609 e 1617. Típico exemplar da arquitectura Otomana, apresenta todos os elementos tradicionais: o característico jogo das cúpulas e semi-cúpulas e o uso de torrinhas angulares estabilizadores; o grande pátio de entrada, a fonte. A Mesquita erguia-se no centro de um conjunto com escola, mercado, hospital, etc.

A fonte do Sultão Ahmed III, construída em 1728, em Istambul (Turquia), perto da entrada do Serralho. De evolução em evolução, os motivos peculiares da arquitectura Islâmica modificaram-se mas não se transformaram: também aqui, como no tumulo do sheik Abdulalah muito mais antigo, se encontra uma sala cúbica sobrepujada por uma coluna, que coroa em tecto (neste caso, de chumbo) de abas muito inclinadas; apenas foram acrescentadas as quatro torrinhas angulares à Indiana. A fonte é um dos exemplos mais representativos do chamado período das túlipas.

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Introdução V

Á sua esquerda – Varadim aéreo do ultimo piso (cerca de 1638). Como já foi observado o exemplo precedente, este esquema de torres reúne o estilo Islâmico Persa com a tipologia arquitectónica Hindu, revela uma ulterior evolução da cúpula, tornada numa espécie de corola invertida, de linhas delicadas e muito elegantes. Também os arcos polilobados (na realidade pseudo-arcos), nos pisos superiores são típicos do estilo Moghul (1526-1858).

A principio, a Mesquita era simplesmente um espaço fechado por um muro, por vezes com o lado voltado para Meca dotado de um pórtico. Quando a primeira dinastia Árabe dos Omeiades (661-750) transferiu a capital para Damasco, os Árabes entraram em contacto com a civilização Bizantina, da qual adoptaram os modelos da Basílica, adaptando-se às suas próprias necessidades. Para alargarem o espaço útil, aumentaram a planta longitudinal da igreja de três naves, multiplicando o número destas ultimas até obterem um edifício quadrado. O seu interior transformou-se numa selva de colunas, sobre as quais se apoiam os arcos que sustentavam um tecto plano, com uma pequena cúpula sobre o mihrab. É esta disposição que caracteriza o primeiro tipo de Mesquita: pátio quadrado, com pórticos, e uma sala de Oração com naves.

Quando a capital se fixou em Bagdade, entrando em contacto com o Mundo Persa, a Mesquita derivou dos edifícios Sassânidas, de planta quadrato-cruciforme com pátio central e um iwan em cada lado, talvez inspirado no esquema da Madrassa, que já tinha surgido na Pérsia.
Um outro tipo de Mesquita nasceu com os Turcos e os Mongóis, que convertendo-se ao Islamismo e tornando-se sedentários, transformaram a sua tenda de feltro numa construção de tijolos, dando origem a ulterior desenvolvimento da Mesquita de cúpula sobre planta central, que encontrou a prova na adaptação das grandes construções Bizantinas, após a conquista Turca de Constantinopla, em 1453.
Estes os três esquemas principais do edifício sagrado que em todos os casos deve cumprir a tarefa de organizar uma multidão em fileiras ordenadas, e todas voltadas para a Meca.
O único elemento não prescrito, o minarete (de minar, farol), talvez tenha mesmo derivado das torres de sinalização e vigia. A origem do minarete, todavia, deve recuar, segundo os estudiosos, às torres sepulcrais de Palmira, aos obeliscos Egípcios, às massebah (a estrela fúnebre ou comemorativa dos povos Semitas) e, segundo alguns, mas com escassa credibilidade, até aos campanários Cristãos.

O túmulo de Itimad Al-Dawla, em Agra (Índia), construído em 1862. é o edifício Indiano em que a pedra arenosa vermelha é substituída pelo mármore, finalmente trabalhado. O motivo da sala cúbica sobrepujada por uma cúpula encontra aqui uma posterior transformação, enquanto surgem torres nos quatro ângulos (as chattri), tipicamente Hindus. O esquema clássico é assim renovado.

Originalmente, o minarete era construído entre o muro que rodeava o pátio, na maioria dos casos ao centro do lado Norte, e tinha planta quadrada, por vezes com um remate redondo. As suas paredes eram decoradas com motivos em relevo e dotadas de janelas. Com os Seldjúquidas (séc. XI), surge o minarete cilíndrico, coberto de cerâmica, com remate de vários feitios, cónico sobretudo na Turquia e com baldaquino no Irão. Primeiramente, surge isolado, depois surgem aos pares, cada um deles colocado aos lados do iwan principal ou da entrada monumental (minarete Persa, em tubo de órgão). Com os Moghul na Índia e os Otomanos na Turquia, os minaretes aumentaram para quatro, situado nos ângulos do edifício ou do espaço sobre o qual ele se ergue; em casos muito raros, ascendem a seis. Na Turquia, o minarete adquire uma característica forma alongada, com um tecto cónico e esguio (minarete em agulha), muitas vezes com três ordens de estreitos varandins, enquanto que na Índia é mais atarracado e sempre coroado com uma cúpula sobre uma pequena varanda poligonal. No Egipto, por sua vez, o estilo mameluco empregou um único minarete (muitas vezes, ao lado direito da entrada), com base quadrada, parte central octogonal, parte terminal cilíndrica e um longo remate final.

A Mesquita do Xá, em Isfahan (Irão). Erguida por Abbas, o grande, entre 1611 e 1616, com ulteriores completamentos a partir de 1683. É um dos mais grandiosos edifícios do género (o portal de acesso tem uma altura de 27 metros e 40). A esplêndida ornamentação de cerâmica colabora no aligeiramento da grande massa arquitectónica.