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Atitudes ocidentais face ao Islão

in Mundo Islâmico – Esplendor de uma Fé, de Francis Robinson – Círculo de Leitores

Durante grande parte dos últimos 1300 anos, os Europeus têm considerado o Islão como uma ameaça. Os cristãos devotos sentiram-se ameaçados por uma fé que reconhecia um único Deus como Criador do universo, mas que negava a doutrina da Trindade, que aceitava Cristo como Profeta nascido de uma virgem, mas que negava a sua divindade e a crucificação; que acreditava num Dia do Juízo, no Céu e no Inferno, mas que parecia considerar o sexo como a principal recompensa no paraíso; que considerava a Bíblia cristã como palavra de Deus, mas que conferia a autoridade suprema a um Livro que parecia, em grande parte, negar os seus ensinamentos.

Os Estados cristãos sentiram-se ameaçados pelo êxito do poderio muçulmano, que penetrou no coração da França no século VIII, explorou as profundezas da Europa Central nos séculos XVI e XVII e, durante quase mil anos, patrulhou os flancos sul e leste da cristandade. Mesmo nos séculos XVIII e XIX, quando a sorte já tinha mudado e o poderio europeu se espalhara por todo o mundo, os muçulmanos eram ainda vistos como um perigo, desta vez para a segurança do império europeu.

Factos como este influenciaram as atitudes dos Europeus em relação ao mundo Islâmico, incentivando, entre outras coisas, um antagonismo duradouro e uma relutância em compreender a visão Islâmica da forma como a vida deve ser vivida: ao mesmo tempo, a civilização característica formada por esta visão era avaliada menos por si própria do que como contraste em relação ao qual se podia discernir e identidade europeia e medir as suas realizações.

Desde o início, as atitudes europeias foram fundamentalmente hostis. Os primeiros europeus, separados dos principais centros da civilização Islâmica pelo Império Bizantino, construíram uma imagem vaga e fantástica do Islão com base em fontes bizantinas: “era uma heresia derivada dos ensinamentos cristãos que o monge Bahira fora forçado a revelar a Maomé; o Corão fora entregue ao povo sobre os chifres de um touro bran- co; o Profeta era um feiticeiro cujo êxito se devia, em grande parte, à revelação, por ele proclamada, de que Deus aprovava a liberdade sexual”.

No entanto, a partir do início do século XII e da época da Primeira Cruzada, desenvolveu-se uma apreciação bastante mais séria, marcada pela tradução do Corão para latim e inglês, feita em 1143 pelo erudito inglês Robert de Ketton. Nos séculos XIII e XIV, os Europeus passaram a dar ênfase a dois aspectos do seu conceito mais esclarecido do Islão. O primeiro era até que ponto se podia dizer que o Corão corroborava o Evangelho. O segundo cuja lógica é duvidosa quando combinado com o primeiro era um ataque ao estatuto de Maomé como Profeta. Como podia um homem que não fizera milagres e que, segundo a lenda cristã, mentira e vivera em deboche ser profeta de Deus?

Dois aspectos desta mensagem foram destacados como alvos da polémica cristã; o suposto apoio dado pelo Islão ao uso da força (embora também os cristãos se lançassem em guerra santa) e a liberdade sexual de que se julgava gozarem os muçulmanos nesta vida, aliada ao êxtase sensual que lhes era prometido na próxima.

(…)A grande polémica medieval contra o Islão continuou a desenvolver-se durante o Renascimento e a Reforma e até ao século XVIII. Polidoro Virgílio, paradigma do saber histórico do Renascimento, limitou-se a repetir as acusações medievais: Maomé era um mágico, fora ensinado por um monge cristão, a sua heresia espalhara-se pela violência e pela promessa da aprovação divina em relação aos excessos sexuais, etc. … De entre as acusações destaca-se a de Maomé ser um impostor.

(…)A imagem do Profeta era de tal maneira negativa que se converteu em metáfora vigorosa a utilizar na polémica europeia. Assim, Lutero, colocava a Igreja Católica Romana ao lado da heresia de Maomé, considerando-a obra do Diabo na Cristandade, e Voltaire, atacando todas as religiões de revelação através do exemplo do Islão, fez cair o pano sobre a sua tragédia Le Fanatisme, ou Mahoumet le prophète, com um Maomé moribundo, pedindo ao seu sucessor que escondesse a sua maldade dos muçulmanos, para que não destruísse a sua fé.

A partir do século XVIII, contudo, a base para uma compreensão mais alargada do Islão começou a tomar forma. Na Europa, a revelação cristã estava a perder a sua vasta influência sobre os homens, e embora os velhos preconceitos ainda se mantivessem nos espíritos secularizados, esta mudança permitiu cada vez mais aos Europeus aperceberem-se de outras formas de percepção do mundo e até de sentirem afinidade com elas.

Ao mesmo tempo, a atitude das potências europeias para com as do Mundo Muçulmano ia passando do medo real da ameaça Otomana para uma igualdade confiante, à medida que tanto o Império Otomano como o Safévida e o Mogol entravam em declínio. Em finais do século XVIII, os Europeus sentiam-se inseguros de si nas relações com as potências muçulmanas, mudança esta simbolizada pela dramática invasão e ocupação do Egipto pelos Franceses, em 1799. Além disso, esta confiança continuou a crescer ao longo do século XIX quando Russos e Holandeses se aliaram aos Ingleses e Franceses para conseguirem exercer contrôle sobre os povos muçulmanos, até que em 1920, pelo Tratado de São Remo, mais de três quartos do mundo Muçulmano se encontrava sob domínio europeu. À medida que os Europeus se começavam a libertar da visão cristã medieval do mundo, que iam conhecendo mais muçulmanos e tendo um conhecimento mais aprofundado da sua civilização, tornou-se possível uma maior compreensão do Islão.

No entanto, entre as atitudes que se desenvolveram a partir do século XVIII, a velha atitude inflexível manteve a sua importância. Aproveitando as oportunidades proporcionadas pelo Império, os missionários Cristãos trabalharam como nunca entre os povos Muçulmanos, e embora alguns deles, como o bispo Heber e o Dr. Livingstone, tivessem alguma simpatia para com os Muçulmanos, outros voltavam facilmente a cair no padrão tradicional de preconceito cristão.

(…) De facto, os termos “muçulmano” e “fanático” tornaram-se quase sinónimos para os europeus que depararam com a resistência muçulmana em sítios tão distantes uns dos outros como a Argélia, a Índia e a Indonésia; durante a grande expansão europeia do século XIX, a imagem do Islão como religião “violenta” ganhou força, à medida que aumentava a resistência Muçulmana ao domínio europeu sobre o mundo: “A espada de Maomé e o Corão”, afirmava Sir William Muir, “são os mais persistentes inimigos da civilização, da liberdade e da verdade que o mundo jamais conheceu”.

Não existe maior contraste em relação à atitude de antagonismo dos cristãos do que o modo como Napoleão, filho do Iluminismo, assumiu uma postura muçulmana e manipulou as instituições muçulmanas, como parte dos seus desígnios imperiais no Egipto. “Respeito Deus, o seu Profeta e o Corão”, declarou ele ao desembarcar, em 1798, começando então a agir como governante muçulmano, prestando publicamente homenagem ao Profeta, começando as suas cartas aos potentados muçulmanos da zona com a biçmillah islâmica e conquistando os líderes religiosos e sociais da terra.

Assim, Napoleão, que, segundo Victor Hugo, “surgia perante as tribos deslumbradas como um Maomé ocidental”, exprimiu um pragmatismo face ao Islão de que os Europeus tinham até então sido, em larga medida, incapazes. Outros, ao procurarem, anos mais tarde, governar povos muçulmanos, visam a seguir o seu exemplo, embora nunca de forma tão notória. Não há dúvida de que havia também alguns laivos de romantismo na atitude de Napoleão face ao Islão, embora ele fosse o símbolo de uma época clássica recentemente triunfante. Ao adoptar uma identidade islâmica, Napoleão tentava, como fizeram os românticos, ultrapassar os limites clássicos da civilização do século XVIII, tal como o seu avanço em direcção ao Egipto e ao Oriente desafiava os do sistema de poder europeu. Ao fazê-lo, estava a explorar as possibilidades de um elemento cada vez mais importante da atitude europeia em relação ao mundo islâmico: a sua situação de mesa coberta de iguarias, onde se podia alimentar a imaginação europeia.

Durante cerca de cem anos, o apetite europeu fora já estimulado pelo número crescente de histórias de viajantes, especialmente por As Mil e Uma Noites, traduzida pela primeira vez por Galland, em 1704. Nesta obra encontrava-se uma sumptuosa colecção de califas, vizires, escravos génios, lâmpadas e acontecimentos fabulosos que constituiu uma grande parte do repositório de palavras e imagens utilizadas pelos Europeus para abarcar o mundo Islâmico.
De facto, para alguns esse mundo tornara-se num reino exótico no qual podiam explorar novas possibilidades, tal como o fez Montesquieu nas suas Cartas Persas, ou Mozart no seu Rapto do Serralho, ou Goethe no seu Divã Ocidental-Oriental; mas tornou-se igualmente num mundo em que os Europeus viajavam à procura de si próprios, vestindo-se com vestes estranhas e gosto pelas roupagens esvoaçantes e pelos galanteios árabes tem sido grande entre os Britânicos, desde Lady Hester Stanhope, que se vangloriava de ter entrado em Palmira pelo arco de triunfo e de ter montado a sua tenda no meio de milhares de beduínos, até T. E. Lawrence, que nunca parece ter-se recomposto da excitação provocada pelos árabes, camelos, areia e guerra no deserto.
Mas quer estes europeus tenham viajado pessoalmente ou apenas em imaginação, o facto é que se preocuparam mais em impôr a sua visão a este mundo do que em saborear a sua realidade, e mais em colocá-lo ao serviço dos seus próprios desígnios do que em apreciá-lo em si mesmo. É verdade que a sua atitude romântica trouxe algum avanço no conhecimento e compreensão do mundo Islâmico, acabando, no entanto, por criar uma nova barreira da imaginação que veio substituir uma parte importante da anterior barreira do preconceito.

Uma outra atitude, que se desenvolveu a partir das anteriores e ajudou a mantê-las de pé, foi o profundo sentimento de superioridade que foi crescendo com o império europeu. Abu Taleb Khan, um muçulmano indiano que visitou Londres em 1800, viu-se obrigado a tolerar um chorrilho de críticas intransigentes aos costumes muçulmanos, desde o hábito de comer com as mãos até às cerimónias realizadas pelos peregrinos em Meca. Este pressuposto de que os costumes europeus eram melhores teve eco junto daqueles que tinham eles próprios contactos com a sociedade muçulmana.

Uns anos mais tarde, alguns diplomatas franceses em Teerão, certos de que compreendiam os costumes nativos, queixavam-se da falta de honra ou vergonha dos Persas e da sua tendência para o exagero. Na Índia, quase três décadas mais tarde, Macaulay afirmava, na sua famosa nota sobre a educação, que, “como é geralmente reconhecido, não existem livros do saber muçulmano, nem do hindu, que mereçam ser comparados aos nossos”. Não admira que uma confiança tão ufana tivesse convencido o governo da Índia a esquecer, durante algum tempo, a base frágil em que acentava o domínio britânico e a apoiar moralmente os esforços para converter a população ao cristianismo: os Europeus estavam certos de serem ao mesmo tempo diferentes e melhores do que os muçulmanos. De facto, os Europeus governavam os muçulmanos por direito divino, enquanto estes, nas palavras do primeiro-ministro britânico Gladstone, eram “totalmente incapazes de estabelecer um governo bom ou tolerável sobre os povos cristãos civilizados”. (…)

Tal como seria de esperar, o estudo erudito do Islão foi reflexo das atitudes da sociedade em que se realizou. Simon Ockley, por exemplo, embora se preocupasse em apresentar os factos do desenvolvimento da civilização Islâmica e a sua relação com a Europa, não deixava de partilhar da visão comum na Europa de princípios do século XVIII, ou seja, de que o Islão era uma escandalosa heresia. Ernest Renan, especialista em filologia comparada e intérprete da Bíblia, considerava que o Islão, com a ênfase dada à autoridade avassaladora da palavra de Deus, era tipicamente semita, por oposição ao espírito científico, e constituía uma barreira ao progresso: a sua civilização era inferior à ariana, que produzira a ciência e a filologia.

De facto, a confiança na superioridade da civilização ocidental e no modo ocidental de ver as coisas sobre o Islâmico tem sido instintiva em grande parte dos estudos ocidentais. Há tendência para produzir estudos que parecem preocupar-se mais com debates em curso entre intelectuais ocidentais do que com uma compreensão imaginativa das sociedades muçulmanas. Para além disso, parece ser particularmente difícil para os estudiosos educados num ambiente basicamente agnóstico e materialista compreenderem o poder da fé. Isto pode explicar o porquê da investigação de maior qualidade e sensibilidade ter sido realizada por cristãos devotos; numa altura em que se vêem cada vez mais sobrecarregados pelas tensões mundiais, os cristãos encontraram uma nova afinidade com aqueles que também adoram o mesmo Deus.

Ficamos assim frente ao singular paradoxo de que, embora as tradicionais fontes de hostilidade para com o Islão que derivam da polémica cristã medieval ainda floresçam sob forma secular, são cristãos devotos quem parece estar mais perto de compreender o Islão. A velha objecção centrada no prazer e na sensualidade transformou-se numa nova objecção quanto à situação das mulheres. A preocupação com a violência tornou-se discordância quanto aos castigos desumanos e às políticas sanguinárias de algumas sociedades muçulmanas.

O medo do poder muçulmano, que deu lugar, com a expansão do Ocidente, a um sentimento de superioridade, volta a crescer à medida que o petróleo vai proporcionando aos muçulmanos a possibilidade de influenciarem a vida ocidental e que uma maior afirmação lhes dá vontade de o fazerem. Para além disso, embora os Ocidentais já não se sintam perturbados pela ideia da impostura de Maomé, preocupam-se pelo que agora parece, aos seus olhos, uma heresia: o desejo que muitos muçulmanos têm de subordinar a vida da sua sociedade e o funcionamento do Estado moderno à Lei sagrada. De facto, parece que a reprovação do Islão que, por vezes, se exprime em hostilidade aberta está arraigada na cultura secular do Ocidente. (…)

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Autor Judeu distorce a História

Na Alemanha, foi recentemente publicado um livro intitulado “Os Sequazes de Hitler” cujo conteúdo está cheio de falsidades e alegações imaginárias da parte do autor, um extremista Judeu. Embora o livro ultrapasse as fronteiras da imaginação, o Canal 2 da Televisão Alemã pensou que isto ajustava-se para arejar alguns dos seus excertos. Um dos excertos clama que Hitler matou milhões de Judeus porque ele tinha estudado a História Islâmica e a experiência do Profeta Muhamad (pece) às mãos dos Judeus, e que há povos em que não se pode confiar. O autor diz que Hitler levou a cabo os seus massacres de Judeus com a ajuda de eruditos Muçulmanos, entre eles o falecido Sheikh Muhamad Amin Al-Husseiny, o então Mufti da Palestina.

O escritor depois acrescenta outra mentira quando diz que as organizações Islâmicas trabalham com os Neo-Nazis na Alemanha, na luta contra os Judeus.

Mas a extrema falsidade é quando o autor diz que Hitler era um “Muçulmano”, e autenticou este facto com a referência a um livro de Muhamad Jalal Kishl, em que diz, há uma lenda em que um homem viu Hitler à volta da Caaba e deu-lhe o nome de “Al-Haj Muhamad” Hitler. Finalmente, o autor coroa as suas acusações falsas e imaginárias dizendo que os Muçulmanos foram os únicos a ajudar Hitler, Mussolini e Franco a matar os Judeus.

Alguns Muçulmanos jornalistas na Alemanha tomaram as medidas necessárias para se oporem às atrozes alegações feitas no livro em questão de 435 páginas.

A verdade é que Hitler, quer no seu livro Mein Kampf (A Minha Vida), quer nas suas oratórias, nunca, sequer uma só vez, mencionou a História Islâmica, e nem conhecia a história e a cultura Islâmicas. Ele era simplesmente um pintor falhado e um cabo de guerra. No caso da alegada ajuda dos Muçulmanos naqueles massacres, os Muçulmanos na Alemanha daquela época não podiam ser mais que algumas dúzias, e foram aí ter por serem refugiados da guerra. Entre eles, estava Al-Haj Amin Al-Husseiny que fugia dos Britânicos. Nem estavam os Muçulmanos ao par do que estava a acontecer aos Judeus. O facto é que nenhum estrangeiro tinha a ver com as decisões tomadas por Hitler, nem mesmo o seu próprio povo e ministros não faziam ideia do que estava a acontecer no país.

Alguns dos próprios ministros de Hitler foram tomados pela surpresa com os julgamentos de Nuremberga quando viram fotografias e filmes dos campos de concentração em que os Judeus eram executados.

No que toca ao que diz o autor que as organizações Islâmicas estão agora a ter acordos secretos com os Neo-Nazis na Alemanha, o facto é que os Muçulmanos na Alemanha foram as primeiras vítimas do ódio e discriminação praticados pelos Neo-Nazis.

Mas, em relação à sua afirmação de que Hitler era um Muçulmano e que ele tinha visitado Makkah (Meca), é de chamar atenção que Hitler não tinha afiliação religiosa de qualquer espécie e oprimia mesmo os Cristãos. Ele acreditava que o Nazismo era a nova religião, e que era anti-Muçulmana (porque era discriminatória) e anti-Cristã também. Hitler nunca deixou o seu país para ir ao estrangeiro, excepto por uma breve visita de algumas horas a Paris quando as suas forças conquistaram a cidade. No caso de Mussolini, ele nunca matou Judeus. Ao contrário ele matou milhares de Muçulmanos na Líbia.

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Campanha de solidariedade com as crianças da Palestina

Por: Yiossuf Adamgy

Divulgo esta circular na sequência doutras mensagens de solidariedade.

Na Alemanha, foi recentemente publicado um livro intitulado “Os Sequazes de Hitler” cujo conteúdo está cheio de falsidades e alegações imaginárias da parte do autor, um extremista Judeu. Embora o livro ultrapasse as fronteiras da imaginação, o Canal 2 da Televisão Alemã pensou que isto ajustava-se para arejar alguns dos seus excertos. Um dos excertos clama que Hitler matou milhões de Judeus porque ele tinha estudado a História Islâmica e a experiência do Profeta Muhamad (pece) às mãos dos Judeus, e que há povos em que não se pode confiar. O autor diz que Hitler levou a cabo os seus massacres de Judeus com a ajuda de eruditos Muçulmanos, entre eles o falecido Sheikh Muhamad Amin Al-Husseiny, o então Mufti da Palestina.

O escritor depois acrescenta outra mentira quando diz que as organizações Islâmicas trabalham com os Neo-Nazis na Alemanha, na luta contra os Judeus.

Mas a extrema falsidade é quando o autor diz que Hitler era um “Muçulmano”, e autenticou este facto com a referência a um livro de Muhamad Jalal Kishl, em que diz, há uma lenda em que um homem viu Hitler à volta da Caaba e deu-lhe o nome de “Al-Haj Muhamad” Hitler. Finalmente, o autor coroa as suas acusações falsas e imaginárias dizendo que os Muçulmanos foram os únicos a ajudar Hitler, Mussolini e Franco a matar os Judeus.

Alguns Muçulmanos jornalistas na Alemanha tomaram as medidas necessárias para se oporem às atrozes alegações feitas no livro em questão de 435 páginas.

A verdade é que Hitler, quer no seu livro Mein Kampf (A Minha Vida), quer nas suas oratórias, nunca, sequer uma só vez, mencionou a História Islâmica, e nem conhecia a história e a cultura Islâmicas. Ele era simplesmente um pintor falhado e um cabo de guerra. No caso da alegada ajuda dos Muçulmanos naqueles massacres, os Muçulmanos na Alemanha daquela época não podiam ser mais que algumas dúzias, e foram aí ter por serem refugiados da guerra. Entre eles, estava Al-Haj Amin Al-Husseiny que fugia dos Britânicos. Nem estavam os Muçulmanos ao par do que estava a acontecer aos Judeus. O facto é que nenhum estrangeiro tinha a ver com as decisões tomadas por Hitler, nem mesmo o seu próprio povo e ministros não faziam ideia do que estava a acontecer no país.

Alguns dos próprios ministros de Hitler foram tomados pela surpresa com os julgamentos de Nuremberga quando viram fotografias e filmes dos campos de concentração em que os Judeus eram executados.

No que toca ao que diz o autor que as organizações Islâmicas estão agora a ter acordos secretos com os Neo-Nazis na Alemanha, o facto é que os Muçulmanos na Alemanha foram as primeiras vítimas do ódio e discriminação praticados pelos Neo-Nazis.

Mas, em relação à sua afirmação de que Hitler era um Muçulmano e que ele tinha visitado Makkah (Meca), é de chamar atenção que Hitler não tinha afiliação religiosa de qualquer espécie e oprimia mesmo os Cristãos. Ele acreditava que o Nazismo era a nova religião, e que era anti-Muçulmana (porque era discriminatória) e anti-Cristã também. Hitler nunca deixou o seu país para ir ao estrangeiro, excepto por uma breve visita de algumas horas a Paris quando as suas forças conquistaram a cidade. No caso de Mussolini, ele nunca matou Judeus. Ao contrário ele matou milhares de Muçulmanos na Líbia.

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Carta Aberta a Barak Hussein Obama

Pelo Dr. Mahathir Mohamad, antigo Primeiro-Ministro da Malásia
in Global Research, 2 de Janeiro de 2009

Presidente-eleito dos Estados Unidos da América

1 de Janeiro de 2009.

Caro Sr. Presidente:

Não votei em si nas Eleições Presidenciais, pois sou malaio.Mas considero-me representado por si, na medida em que aquilo que faz e diz afectar-me-á a mim, assim como ao meu país.Aprecio a sua promessa de mudança. Sem dúvida que o seu país, os Estados Unidos da América, precisa de grandes mudanças. Assim é porque os americanos se tornaram no povo mais odiado do mundo. Nem os europeus simpatizam com a vossa arrogância. Ainda assim, o vosso povo já foi admirado e amado por ter libertado vários países da conquista e subjugação.

é tradição fazerem-se resoluções no dia de Ano Novo. Já deve ter feito uma lista com as suas boas resoluções. Mas poderei, amavelmente, sugerir-lhe que se empreenda a realizar as seguintes, em busca da Mudança?

  1. Parar de matar gente. Os Estados Unidos gostam muito de matar gente de forma a alcançarem os seus objectivos. Chamam-lhe guerra, mas actualmente a guerra não é feita por soldados profissionais a lutarem entre si e a matarem-se uns aos outros. A guerra tem agora como objectivo matar pessoas, centenas de milhares de pessoas comuns, inocentes. Países inteiros serão devastados.A guerra é algo primitivo, a forma que os homens das cavernas têm de resolver os problemas. Ponha um ponto final ao aumento do poderio bélico e ao planeamento de futuras guerras.
  2. Parar com o apoio indiscriminado em dinheiro e armas que é dado aos assassinos israelitas. Os aviões e as bombas que matam os cidadãos de Gaza são oriundos do seu país.
  3. Parar de aplicar sanções a países que não podem fazer o mesmo ao seu. No Iraque, as sanções impostas pelo seu país mataram 500 000 crianças, por privação de medicamentos e comida. O que conseguiram à conta desta crueldade? Nada, a não ser o ódio das vítimas e daqueles que pensam correctamente.
  4. Impedir que os vossos cientistas e investigadores criem novas armas diabólicas para matar mais pessoas de forma mais eficiente.
  5. Impedir que os vossos fabricantes de armas as fabriquem. Parar com a venda de armas ao mundo. É dinheiro manchado de sangue aquele que ganham nesses negócios. Não é uma atitude cristã.
  6. Parar de tentar democratizar todos os países do mundo. A democracia pode funcionar nos Estados Unidos, mas nem sempre funciona noutros países.
    Não matar pessoas por não serem democratas. A vossa cruzada pelo democratização dos países já matou mais gente do que os governos autoritários que derrubaram. E, de qualquer forma, não foram bem-sucedidos.
  7. Acabar com os casinos a que chamam instituições financeiras. Acabar com os fundos especulativos, derivados e negócios cambiais. Impedir que os bancos emprestem dinheiro inexistente aos biliões.
    Regular e supervisionar os bancos. Prender os facínoras que lucraram com o abuso do sistema.
  8. Assinar o Protocolo de Kyoto, assim como outros acordos internacionais.
  9. Demonstrar respeito pelas Nações Unidas. Cheguei a muitas outras resoluções para a mudança, as quais considero que deveria ter em consideração e pôr em prática. .

Mas penso que esta ementa para o ano de 2009 da era cristã já é suficiente. Se conseguir realizar apenas algumas das sugestões que lhe proponho, já será recordado como um grande líder. E os Estados Unidos voltarão a ser a mais admirada nação do mundo. As vossas embaixadas poderão então retirar as altas vedações e os rolos de arame farpado que as rodeiam.

Desejo-lhe um Feliz Ano Novo e uma excelente Presidência.

Os meus respeitosos cumprimentos.

Mahathir bin Mohamad (Antigo Primeiro-ministro da Malásia)

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Carta aberta aos intelectuais ocidentais

Por: M. Yiossuf Adamgy

Aos ilustres intelectuais, Judeus, Cristãos, laicos e outros, é minha intenção dizer-lhes algo, mas algo que contenha algum significado. O objectivo, ainda que relativo, será possível de se atingir? Conseguirão ouvir, compreender?

Aquilo que se passa no Médio Oriente, de uma gravidade extrema e mais do que premeditado, está para além do entendimento.

Se as reacções dos extremistas político-religiosos, usurpadores do nome do Islão, especialmente após o 11 de Setembro, arruinaram os esforços daqueles que trabalham pelo diálogo e pela coexistência entre o Oriente e o Ocidente, a política belicista e as agressões do Governo de Israel, conduzido pelo extremismo Sionista,

cava a sepultura, não apenas da possibilidade de paz na região, mas do futuro da humanidade.

Terrorismo de um Estado poderoso, dotado de armas de destruição em massa; estado diferente dos outros, de fronteiras desconhecidas, que não cumpre dezenas das Resoluções da ONU, que age na impunidade, contra uma resistência legítima, que defende o direito à vida e visa as forças armadas ocupantes, contra um terrorismo dos fracos, enquanto este último tem como objectivo os civis.

O povo Judeu tem o direito à segurança e à paz. Mas Israel não tem o direito de transgredir as leis universais, ao manter uma ordem colonial desumana. Trata-se de clara “extinção duma nação”, conforme quatro dos mais conhecidos intelectuais ocidentais divulgaram numa recente carta denunciando o que chamam de “moral dupla do Ocidente” em relação ao que vem acontecendo no Médio Oriente, no conflito entre Israel e Palestina. Noam Chomsky e os escritores Harold Pinter, José Saramago e John Berger assinam o texto que denuncia “uma prática militar, económica e geográfica de longo prazo, cujo objectivo político é nada menos do que a extinção da nação palestiniana”.

A actual desordem internacional encontra-se fundamentada sobre a lei do mais forte. Israel recusa toda e qualquer negociação com os países Árabes, multiplicando os actos unilaterais e a espoliação de terras. [b]Age em contradição às leis, à natureza e à moral, ergue um muro de separação, e mantém as populações Palestinianas presas num perfeito apartheid, assassinando personalidades políticas em pleno dia. Aprisiona, extremista e excessivamente, militantes nacionalistas e responsáveis Palestinianos, sendo que são já mais de dez mil. Destrói casas e infra-estruturas sem cessar, bombardeia bairros civis, tortura, priva de alimento todo um povo e bloqueia todas as suas receitas, por mais pequenas e magras que sejam.”

Neste contexto de morte, a principal potência mundial, os Estados Unidos, apoiam Israel incondicionalmente. Os países Europeus fecham os olhos, ou pedem às vítimas que reconheçam sem condições o seu carrasco. Cúmulo do absurdo, os países Ocidentais punem o povo Palestiniano por este ter escolhido democraticamente os seus representantes. A política dos dois pesos e das duas medidas ultrapassou todos os limites.

Porquê esta obstinação e esta quezília? Qual é a repressão e quais são as suas causas, sobre as quais o Ocidente não pretende pensar? Onde está a Democracia, onde estão os valores da modernidade? Onde está a Justiça e o Direito? Quem fez do Mundo refém?

Antes que a humanidade naufrague num sistema faustiano, que não oculta mais as suas intenções, dizemos nós, especialmente àqueles de entre nós, a grande maioria, que acreditam por força da razão, nas virtudes do diálogo e na necessidade do viver em conjunto: a repressão brutal e as odiosas agressões a que submetem quase diariamente os povos Palestiniano e Iraquiano e, agora, Libanês, representam uma trágica realidade. Realidade de um cancro que, aparentemente, ninguém pretende curar.

Como o realça o historiador pacifista, Ilan Pappe, docente da Universidade de Haifa, levar a cabo represálias contra uma operação de uma tão fraca amplitude, recorrendo a actos de guerra total e de destruição em massa, prova que o que se tem em conta não é o pretexto, mas sim um projecto de dominação. Os dirigentes Israelitas continuam com as operações de repressão programada, as quais depois de cinquenta anos provocaram a expulsão da maioria da população autóctone da Palestina, destruíram a maioria das suas cidades e mergulharam o mundo Árabe num conflito extenuante com o Ocidente. O que em uns, agravou o ódio pelo Islão, esse desconhecido, e, em outros, criou um sentimento sem igual.

Além disso, o poder militar Israelita desenvolve-se e a comunidade internacional mantém-se passiva ou cúmplice; mais, é fácil terminar o que começou em 1948: a colocação sob tutela progressiva de todo o mundo Árabe, rico em energia e o alargamento da fractura entre as duas margens do Mediterrâneo. Tudo isto em detrimento dos interesses de todos os povos do Mundo, incluindo o povo Judeu. Não é demasiado tarde para parar este plano. “

Certo, as reacções desesperadas de determinados grupos extremistas, assim como as contradições, as incoerências e os arcaísmos dos regimes Árabes e Islâmicos, em nada contribuem para a credibilidade e popularidade internacional da resistência. Opor a ocupação de Gaza e da Cisjordânia, à do Iraque por parte do EUA e à agressão sofrida pelo Líbano, na conjectura mundial actual, necessita, tendo em conta o plano metodológico, de usar antes de mais todos os recursos da razão e da diplomacia e, no quadro das acções de legítima defesa, de fazer prova de estratégia e do respeito pelos Direitos Humanos.

Sobre o plano de fundo, a democratização das nossas sociedades e a aposta na secularização, sem perdermos as nossas marcas de referência, são estes a via para revelarmos os desafios. Tanto mais que, o objectivo das forças ocupantes, é o de destruir a vontade de resistir dos povos, de modo a aniquilarem os ferrolhos que se opõem à hegemonia imperial mundial. Esta encontra-se condenada ao fracasso. Não apenas pelos homens da guerrilha, os quais lutam por uma causa justa e no seu território, que são mais fortes, mas também por ser impossível mudar a consciência dos povos. Eles sabem o que é viver uma situação terrivelmente injusta. A história dos povos reza que nada e ninguém no Mundo conseguirá vencer a resistência: nem os Exércitos sofisticados, e nem centenas de anos de repressão.

Contudo, caso todos aqueles que amam a paz e a justiça não se aliarem, de modo a recusarem os comportamentos desviantes, venham estes de onde vierem, desde a desumanização e o “tudo sob controlo”, às reminiscências fascistas, estes comportamentos proliferarão, um pouco por todo o Mundo, sob as formas mais insidiosas. Dois ou três soldados Israelitas capturados em território Libanês ocupado…foi este o pretexto para que um verdadeiro dilúvio se abatesse sobre todo um país …, para além de ter causado o maior desastre ambiental no Mar Mediterrâneo, em todos os tempos.

Os meios de comunicação em massa que dominam o Mundo negam que o Exército Israelita está a ocupar por meio da violência os territórios Palestinianos e que tenha violado o território Libanês. Os discursos invertem a ordem das coisas e afirmam ter sido os resistentes Árabes a ter violado a soberania Israelita.

Quantos mais mortos Palestinianos, Libaneses e Israelitas serão necessários para que o Mundo reconheça os factos? Todos nós somos seres humanos, Judeus e Palestinianos, Orientais e Ocidentais. É chegado o momento de contarmos os mortos e os prisioneiros da mesma maneira. O futuro do Mundo joga-se no Médio Oriente e depende igualmente de nós.

Há imensas fotografias que jamais serão vistas nas páginas de jornais ocidentais: bebés decapitados e mulheres sem pernas ou braços, ou anciãos despedaçados. As incursões aéreas israelitas são promíscuas – quando se enxergam os resultados como temos visto- e obscenas. Sem dúvida, as poucas vítimas igualmente inocentes do Hezbollah em Israel terão, provavelmente, o mesmo aspecto, mas a matança em Gaza e no Líbano é de uma magnitude muito mais terrível.