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Benefícios da hajj (peregrinação a Meca)

“Que eles possam testemunhar coisas que lhes são benéficas” [al-Hajj 22:28].

Os benefícios tanto são materiais como religiosos (espirituais)..

Com respeito aos benefícios religiosos, aquele que vai em Hajj ganha o prazer do seu Senhor, e regressa com todos os seus pecados perdoados. Ganha também a imensa recompensa que não pode ganhar em nenhum outro lugar senão nesses locais. Uma oração em al-Maçjid al-Haram, por exemplo, é igual a cem mil orações em qualquer outro local, e a Tawaf e a Saa’i não podem ser feitas em nenhum outro local, senão nestes locais.

Outros benefícios incluem encontrar outros Muçulmanos e discutirem as suas circunstâncias, e encontrarem eruditos e interrogarem-nos acerca dos seus problemas. Os benefícios materiais incluem o comércio e os negócios, e outros tipos de ganhos que advêm da Hajj.

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Especial Hajj

Especial Hajj – A minha experiência da Hajj (2005/1425)

Perguntas postas a M. Yiossuf Adamgy (a respeito da Peregrinação a Meca)

Todos os anos, durante a Hajj (Peregrinação a Meca [ár. Makkah]), milhões de crentes vão a Meca.

Homens e mulheres vestem simples panos compridos sem costuras. As vestes são um símbolo. A pessoa que as veste concorda em não danificar plantas ou animais, nem ofender os seus parceiros peregrinos. Sem discussões, sem violência. Concordamos em manter a paz. As vestes são também um grande nivelador. Quem pode diferenciar os ricos dos pobres? Milhões deslocam-se a Makkah. Aqui, eu junto-me às pessoas de todo o mundo, todos estes seres humanos juntos pelo apelo de uma ideia, pela Unidade de Deus. Deixamos a nossa vida diária para trás e viemos a um lugar que quase não pertence a este mundo, um lugar cheio da presença quase tangível de Deus.

Para preservar esta santidade e proteger os peregrinos, o território sagrado em volta de Makkah é interdito a todos, excepto aos Muçulmanos.

Este local fica situado nas montanhas da Arábia Saudita, a 50 milhas do Mar Vermelho, uma cidade moderna de 1.2 milhões de pessoas. Andar em volta da Ka’bah em Meca é como andar à volta do mundo. Eu dou um passo fora da porta e num espaço de 14 metros estou na “Indonésia”. Ao fundo da rua e passadas duas lojas eu estou em “África”. O “Paquistão” fica mesmo ali ao virar da esquina e em seguida estou no “Bangladesh”.

Uma vasta maioria de 1 bilião e meio de Muçulmanos do mundo – 80 por cento – vivem agora fora do Médio Oriente. Há cerca de sete milhões que vivem nos Estados Unidos. Cinco milhões na França… Na Inglaterra…

Os deveres da Hajj são símbolos da história e obrigações do Islão. Antes de orar, os Muçulmanos lavam-se, representando um ritual de purificação. O deambular à volta da Ka’bah – o bloco de pedra negra na Grande Mesquita – é uma expressão do nosso desejo de colocar Deus no centro das nossas vidas.

Os peregrinos também fazem uma jornada a Mina e à planície de Arafat, a 13 milhas de Meca. Fazendo, por vezes, o nosso caminho a pé, trocamos as ruas das cidades e os seus edifícios por tendas e carpetes na areia da planície árida, abandonando os nossos confor-tos habituais, regressando ao essencial. Na planície de Arafat cumprimos a obrigação central da Peregrinação. Não há cerimónia. Nós caminhamos, oramos, meditamos. O espírito da Hajj penetra no coração e nos pensamentos de cada um de nós. Isto é um ensaio para o Dia do Julgamento. Como daremos conta dos nossos actos? Injuriei eu alguém? Sou suficientemente grato pelas simples dádivas da vida, água, comida, amigos, família e ar que respiro?

… Antes de deixar Meca, nós visitamos a Ka’bah uma última vez, fazendo o “Tawaf” de Despedida. Para a maioria de nós, esta será a nossa última visão do santuário, onde os Profetas da Antiguidade (paz esteja com eles) pisaram o seu Solo Sagrado. E que Deus nos deu agora a oportunidade de o fazer.

Há um velho provérbio que diz: antes de visitares Makkah, ela chama-te. Quando tu a deixas para trás, ela chama-te para sempre.

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A hajj (peregrinação a Meca)

A Hajj é um faridah (dever obrigatório), um dos pilares do Islão. A prova (dalil) disto é o ayah em cima mencionado, havendo também provas na Sunnah, que indica a mesma coisa. Ibn ‘Umar (que Allah esteja satisfeito com ambos) disse: o Mensageiro de Allah (que a paz e as benções de Allah estejam com ele) disse: “O Islão assenta em cinco pilares: testemunhar que não há outra divindade senão Allah e que Muhamamad é o Mensageiro de Allah, praticar a oração regular, jejuar no mês do Ramadão, pagar a Zakah, e fazer a Hajj.” (Narrado por al-Bukhaari, 8; Muslim, 16).

Assim que houver possibilidades a Hajj deve ser feita imediatamente. A prova disto é o ayah em cima mencionado. Isto (fazer coisas imediatamente) é o princípio orientador respeitante às ordens da Chari’ah. A prova na Sunnah que isto indica é a que se segue:

Abu Hurayrah (que Allah esteja satisfeito com ele) disse: O Mensageiro de Allah (que a paz e as benções de Allah estejam com ele) proferiu um sermão (Khutbah) e disse: “Ó Povo, Allah ordenou-vos a Hajj, por isso, fazei a Hajj.” (Narrado por Muçlim, 1337).

Ibn ‘Abbaas (que Allah esteja satisfeito com ele) disse: “O Mensageiro de Allah (que a paz e as benções de Allah estejam com ele) disse”: “Quem quer que deseje fazer a Hajj, que se apresse a fazê-la, porque pode cair doente ou podem surgir alguns outros problemas.” (Narrado por Abu Dawood, 1732, sem a frase “porque pode…” também narrado por Ibn Maajah, 2883 e Ahmad, 1836).

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Peregrinação a Meca

M. Yiossuf Mohamed Adamgy

A Peregrinação anual a Meca (Hajj) é uma obrigação somente para aqueles que são física e financeiramente capazes de empreendê-la. Apesar de Meca (ár. Makkah) estar sempre cheia de visitantes, a hajj anual começa no décimo segundo mês do calendário islâmico.

“… A Peregrinação à Casa é um dever para com Deus, por parte de todos os seres humanos, que estão em condições de empreendê-la; entretanto, quem se negar a isso saiba que Deus pode prescindir de toda a humanidade.” (Alcorão Sagrado 3:97)

A Peregrinação é uma obrigação somente para aquelas pessoas que atingiram a puberdade, são livres, mentalmente sãs, física e financeiramente capazes para empreender tal viagem. O peregrino deve empreender a Hajj com dinheiro lícito, após saldadas todas as suas dívidas e ter deixado o sustento suficiente para suprir a necessidade da sua família equivalente ao período para o qual irá ficar fora devido a Peregrinação.

A maioria dos rituais da Peregrinação baseiam-se em actos praticados pela família do Profeta Abraão (paz esteja com ele), quando foi incumbido por Deus de reconstruir a Caaba (ár. Kaabah) juntamente com o seu filho Ismael. Isto demonstra que o Islão é a religião de Deus e não uma religião feita pelo Profeta Muhammad (p.e.c.e.), pois os ritos e as normas da Peregrinação não foram estabelecidos pelo profeta Muhammad, mas sim por Deus, como também não está vinculada à pessoa do Profeta Muhammad (p.e.c.e.), nem à sua vida, mas sim a Abraão e ao seu filho Ismael, mostrando, dessa forma, a abrangência e o universalismo do Islão. Logo, a Peregrinação é um atendimento ao chamamento que o Profeta Abraão (paz esteja com ele) dirigiu a todos os seres humanos, obedecendo à ordem de Deus.

Os elementos principais da Peregrinação:

AL IHRAM: É a intenção de cumprir a peregrinação. A partir do momento em que o peregrino se propõe a iniciar os rituais da peregrinação, ele veste duas peças de tecido, de preferência branco, eliminando, dessa forma, as diferenças de cultura e de classes entre as pessoas, ficando todos iguais perante Deus.

AL TAWAF : Consiste em dar sete voltas em torno da Caaba, repetindo, com isso, o que foi feito pelo Profeta Abraão e seu filho Ismael (paz esteja com eles). É também como se fosse uma réplica, aqui na terra, do que os anjos fazem constantemente no céu, circundando o Trono de Deus, orando e adorando-O.

AL SAI : Consiste em percorrer a distância entre os montes de Al Safa e Al Marwa, sete vezes, repetindo com isso o que foi feito pela esposa do Profeta Abraão, Agar, quando procurava água para o seu filho Ismael.

JAMRAT : Que consiste em repetir o mesmo acto feito pelo Profeta Abraão, quando estava indo cumprir a ordem de Deus de sacrificar o seu filho Ismael.

A PARADA EM ARAFAT: Que consiste em ficar ali desde o entardecer do dia nove até o pôr do sol do mesmo dia. Arafat é o único local na realização da Peregrinação, em que todos os peregrinos ficam juntos num mesmo lugar.

Os peregrinos passam esses momentos em oração, pedindo perdão a Deus. Podemos ter nesse momento uma ideia, uma visão de como será o Dia do Juízo Final, onde todos os seres humanos, após serem ressuscitados, estarão juntos esperando pelo julgamento. A Peregrinação a Makkah, é a maior convenção anual de fé, o maior congresso mundial, realizado anualmente por muçulmanos de diferentes nacionalidades, línguas e cores. O Islão, desde há 1400 anos, realiza tais congressos que foram instituídos por Deus, durante os quais os muçulmanos se encontram, se conhecem, examinam os assuntos comuns relativos ao Islão e aos muçulmanos e através da troca de experiências dos peregrinos, ao retornarem aos seus países de origem passam aos demais os resultados dessa troca de experiências. Como é a maior conferência de paz regular que a história da humanidade jamais conheceu, durante a peregrinação podemos observar inúmeros benefícios tanto individuais como colectivos. Sendo uma manifestação, na prática, dos verdadeiros traços da universalidade do Islão, da fraternidade e da igualdade entre os muçulmanos, a realização da Hajj transcende os limites de lugar, idioma e cor, igualando todos, governantes e governados, ricos e pobres, aonde todos são iguais sendo o melhor ante Deus o mais temente. Logo podemos observar todos com um mesmo objectivo, adorar a Deus da maneira que melhor O agrada. E durante a Peregrinação nós nos familiarizamos com o ambiente espiritual e histórico no qual viveu o profeta Muhammad (paz esteja com ele).

AL Masjid AL Haram (A mesquita sagrada): A mesquita sagrada, desde o tempo em que Abraão e seu filho Ismael reconstruíram a Caaba, sempre foi um pátio ao redor da Caaba, sem casas construídas por perto, nem paredes cercando-a. Com o passar do tempo, construiu-se uma Mesquita que veio a sofrer várias ampliações, sendo que hoje a sua área corresponde a 160.000 metros quadrados.

O Id-AL-Adha (A festa do sacrifício): É a segunda festa do Islão, sendo a primeira a festa do desjejum. O Id-Al-Adha é uma recordação da história do que foi o sacrifício do Profeta Ismael, quando o seu pai, o Profeta Abraão, seguindo sem hesitação a ordem de Deus, iria sacrificar seu filho.