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A crise financeira actual

Tradução e adaptação de: Prof. Samir El Hayek
Fontes: Estudo do Dr. Hussein Chahata, especialista nas transações financeiras islâmicas

Enviado pela Mesquita de Guarulhos – Sermão da Sexta-feira, 17 de Chauwal, 1429 – 17/10/2008, proferido pelo Sheikh Khaled Rezk Taky Eldin

Louvado seja Allah (Deus), o Criador, o Agraciante, o Onifeitor, o Formador. Nós O agradecemos pela dádiva do Islão. Se contardes as mercês de Allah, não podereis enumerá-las. Presto testemunho de que não há outra divindade além de Allah, em reco- nhecimento à Sua Unicidade e em confirmação à Sua promessa e generosidade. Presto testemunho de que Muhammad é Seu servo e Mensageiro, Seu escolhido e querido dentre as criaturas. Que Allah o abençoe e lhe dê paz bem como aos seus familiares, seus companheiros e aos que seguirem a sua orientação até o Dia do Juízo Final. Amén.

Allah, Ta’ála, diz: “Logo vos chegará a Minha orientação e quem seguir a Minha orientação, jamais se desviará, nem será desventurado. Em troca, quem desdenhar a Minha Mensagem, levará uma mísera vida, e o faremos comparecer, cego, no Dia da Ressurreição.” (20:123-124).

Allah fez descer o nosso pai, Adão, para a terra, enviando com ele o cânon da orientação divina. Quem se apegar a ele a felicidade o acompanhará onde estiver. Quem se negar a segui-lo, viverá aflito e perderá tanto nesta vida como na Outra.

Servos de Allah

O mundo hoje está passando por uma crise sufocante que ameaça as empresas de falência, e as pessoas em geral, de fome e empobrecimento, além de humilhar as nações. Esses problemas se devem, em primeiro e último lugar a negação das nações de recordarem-se de Allah, seguindo métodos económicos que consideram os juros como principal objetivo, mesmo sendo um dos pecados capitais, que promete ao praticante a afronta nesta vida a na Outra.

Os especialistas em economia de hoje em dia são unânimes em dizer que o motivo principal do pro- blema que o mundo enfrenta hoje em dia se deve ao sistema económico baseado nos juros.

A usura é dar e receber e a actividade de empréstimos se tornaram compra, venda e intermediação. O aumento da taxa de juros sobre os depósitos causou o aumento da taxa de juros sobre os empréstimos concedidos às pessoas físicas e jurídicas. Os beneficiados, em primeiro lugar, são os bancos, as financeiras, os intermediários financeiros, e os penalizados são os tomadores dos empréstimos.

Irmãos muçulmanos

Allah, exaltado seja, diz a verdade quando diz no Seu Livro Sagrado: “Allah destituirá a usura de todas as benesses e multiplicará a recompensa aos caritativos; Ele não aprecia nenhum incrédulo, pecador.” (2:176)

E diz: “Quando emprestardes algo com usura, para que vos aumente (em bens), às expensas dos bens alheios, estes não vos aumentarão perante Allah; contudo, o que derdes na forma de zakat, anelando contemplar o Rosto de Allah (ser-vos-á aumentado). A eles será duplicada a recompensa.” (30:39).

O Rassulullah (S) também disse a verdade quando declarou: “Se o juro aparecer em uma cidade, Deus irá destruí-la.”

E disse: “Toda vez que o juro aparecer num povo, aparecerá com ele a loucura.”

Allah combateu os juros em Seu Livro Sagrado, e considerou o envolvimento com eles um pecado capital. Ele prometeu uma hostilidade intensa. Ele disse: “Mas, se tal não acatardes, esperai a hostilidade de Allah e do Seu Mensageiro.” (2:279).

O

s juros foram a causa de destruição de países e o boicote à liberdade de outros.

No passado foi a causa de escravidão dos indivíduos.

Hoje é causa da escravidão dos povos com um método mais moderno.

Muitas instituições hoje em dia, no Ocidente, estão exigindo a aplicação dos ensinamentos islâmicos nas questões económicas.

Eis o redator chefe da Revista “Challenger”, uma das mais importantes revistas económicas da Europa publicou um editorial em 9-10-2008 com o título: “O Papa ou o Alcorão” em que diz: “Penso que estamos necessitando, nessa crise, ler mais o Alcorão, em vez do Evangelho para entendermos o que está acontecendo connosco e com os nossos bancos. Se os responsáveis pelos nossos bancos respeitassem o que o Alcorão contém de ensinamentos e regras, e os aplicassem, não estaríamos sofrendo tantas aflições e crises, e não teríamos chegado a essa situação de miséria, porque as moedas não geram moedas.”

Loran Laskin, redator chefe do jornal “Le Jornal Du Finance”, em seu editorial dessa semana exigiu a aplicação da lei islâmica nas questões económicas e financeiras. O artigo tinha o título “Será que o Wall Street está pronto para adotar a Lei Islâmica?”

A pesquisadora italiana Loretta Napoleoni, publicou um livro com o título: “A Economia do Chacal” em que disse: “O equilíbrio dos mercados financeiros pode ser conseguido graças ao financiamento islâmico depois da destruição do sistema ocidental que compara a economia islâmica de terrorismo.” E disse: “Os bancos islâmicos podem ser o substituto ideal dos bancos ocidentais.”

Morris Alé, o economista francês, propôs duas condições para a saída da crise e a restituição do equilíbrio: Estabelecer a taxa de juros no limite zero e revisar a taxa de imposto próxima dos 2%. É a forma de acabar com os juros e próxima do zakat no sistema islâmico. É o que foi confirmado por Adam Smith, o pai dos economistas, como é chamado, que a taxa de juros seja zero.

Servos de Allah:

São testemunhos de ocidentais, prestados sem camuflagem. De que a salvação da humanidade reside na aplicação da orientação divina.

É nosso dever divulgarmos essa verdade entre os filhos da nossa comunidade, e entre a comunidade brasileira.

O sistema económico islâmico é um sistema divino, baseado no princípio de facilitar as coisas às pessoas, principalmente àqueles que passam por situações compulsivas que os vedam de pagar. Allah Ta’ála, diz:

“Se vosso devedor se achar em situação precária, concedei-lhe um tempo; mas, se o perdoardes, será preferível para vós, se quereis saber.” (2:280).

* O sistema económico-financeiro islâmico está baseado numa série de valores, exemplos e condutas como: Confiança, fidedignidade, transparência, evidência, facilitação, cooperação, integração, solidariedade.” Não há economia islâmica sem moral.

* O sistema financeiro e económico islâmico é baseado numa base de participação no lucro e nas perdas, de circulação efetiva dos bens e recursos.

* A lei islâmica proibiu todo tipo de venda da dívida por dívida, como o desconto de duplicatas, de cheques pré-datados, como proíbe o sistema de indexação das dívidas com o aumento da taxa de juros.

Todas as transações citadas causaram a gravíssima crise económico-financeira mundial.

Por isso, caros irmãos muçulmanos, que Allah abençoe as vossas transações comerciais. Peçam a Allah a paz, confiem n’Ele, pois Ele é o Agraciante por natureza.

Peço a Allah que nos proteja nesta vida e na Outra.

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