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Abençoado Mês de Ramadão

A maior recompensa, o grau mais elevado neste nosso mundo inferior, é a fé à qual devemos a ajuda e o favor da bondade de Deus (ár. Allah). A nós, foi-nos dada a honra de termos sido feitos Seus servos e a Sua Comunidade bem-amada, e de termos recebido um lugar no Alcorão.

Temos agora mais uma bênção: Uma vez a cada ano, chega o mês do Ramadão, no qual “o começo é a misericórdia, o meio é o perdão, e o final é a salvação do Fogo“.

Sempre que o Ramadão chegar, na nossa vida, devemos apreciá-lo! Ele passa muito rapidamente. A própria vida passa num ápice, assim como acontece com o tempo da oração. Não devemos dizer: “O Ramadão voltará outra vez”, porque um Ramadão que tenha passado não voltará novamente. O próximo Ramadão, se voltar, será um Ramadão diferente. É possível que o Ramadão continue a chegar até à Ressurreição, mas este Ramadão pode ser, para alguns de nós, o último.

Não se deve dizer: “eu perdi esta oração, mas outra virá”. Quem sabe se esta oração não é a tua última.

Não se deve dizer: “Quando me aposentar e começar a ganhar a minha pensão, então me dedicarei à adoração!” Quem sabe se não farás a tua última viagem antes de chegar a receber a tua pensão… Vestir-te-ão uma mortalha, de modo a preparar-te para a acção ime-diata. Lamenta-te, copiosamente, pelos teus pecados. Mantém a vigilância pelo teu Senhor, recitando o Alcorão. Rindo, homenageia a Sua presença. Reflecte na tua própria natureza transitória, recordando que Ele é eterno… Reflecte nas tuas próprias debilidades, recordando-te que Ele é o Todo-Poderoso…

Que coisa bela encontrar o Senhor! Como poderei fazer chegar-te o Seu sabor? Pode falar-se aos cegos sobre a cor, aos surdos sobre a música, aos impotentes sobre o deleite da relação sexual, mas é possível realmente fazer com que eles compreendam essas experiências? Se o cego não pode ver, como pode ele descobrir a cor através das palavras? Como se pode mostrar a um olho que não vê as flores multicolores, as árvores, o sol, o céu, a dança dos peixes nos riachos? Ao que não tem o sentido do olfacto, como lhe poderemos descrever o cheiro da rosa, a fragrância do jacinto, ou o perfume do junquilho? Como poderemos contar ao surdo acerca do chilrear dos pássaros, do murmúrio do fluir das águas, ou das cadências do Nobre Alcorão e as da chamada à Oração?

Se passares algum tempo a sós com o Senhor, um dia levantar-se-á o véu dos teus olhos e verás as cores. Adquirirás o sentido do olfacto e detectarás a fragrância das rosas, dos jacintos, dos junquilhos e dos narcisos. A tua surdez irá desaparecer e ouvirás a constante lembrança de Deus. Os ouvidos do teu coração abrir-se-ão e deleitar-te-ás com a recitação do Alcorão. Sob os cantos dos rouxinóis e do murmúrio das águas, ouvirás o som da afirmação da Unidade Divina. São estas as dádivas que serás capaz de obter neste mundo e que um dia terminarão. Quanto às dádivas que obterás no Além, “in cha Allah”, não têm fim, são eternas…

Quando o Ramadão chega, não consegues ouvir aquela Voz chamando todas as noites: “Ninguém Nos quer, ninguém Nos ama? Nós os amaríamos tam-bém!“. Este apelo faz-se em todos os entardeceres e em todas as noites. Esta é outra dádiva divina característica do nobre mês do Ramadão.

Observa a conversa de que desfrutou o Profeta Moisés (a.s.). Moisés, “o Kalimullah”, aquele que falava com Allah, quando costumava ir ao Monte Sinai (tu tens o teu próprio “Monte Sinai” no momento de romper o jejum, quando podes suster mil e uma conversas). Quando Moisés dizia: “Ó meu Senhor, Tu falas comigo, Tu diriges-Te a mim. Não me mostrarás a beleza do Teu semblante? Deixa-me ver a Tua beleza!” Recebeu a resposta do Senhor: Lan taraani: “Não poderás ver-Me”. [Alcorão, 7:143].

“Moisés! Como poderás ver a Minha beleza, quando há setenta mil cortinas entre nós? Serias incapaz de Me ver. Mas na altura da Ressurreição dar-te-ei um mês, como um presente à Comunidade do meu bem-amado Muhammad. Esse mês chamar-se-á Ramadan. E a Comunidade de Muhammad deverá jejuar durante todo esse mês, e Eu Me manifestarei de forma tal na altura de romper o jejum, que não haverá absolutamente nenhum véu entre mim e a Comunidade de Muhammad, enquanto agora, entre Mim e tu, há setenta mil véus”.

Numa Tradição Sagrada, o Altíssimo disse: “O jejum é para Mim, e Eu sou quem o recompensa“.

A recompensa do jejum é a visão da Beleza Divina. O emblema do Ramadão é o perdão. O jejum deverá fazer-se com sinceridade e com afecto ardente. O nosso abençoado Mestre Muhammad (s.a.w.) disse: “Se a minha Comunidade soubesse que êxito e salvação residem no Ramadão, rogariam a Allah que lhes deixasse viver para sempre nesse mês!“.

Queira Allah possa conceder a Sua Misericórdia sobre os nossos corações e facilitar-nos o jejum. Ámen.

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Feliz Ramadan 2011 – 1432

M. Yiossuf M. Adamgy

Preazados Irmãos,
Assalamu Alaikum W. W.:

Em nome de Allah (Deus), Clemente e Misericordioso, viajamos pelo tempo, um ano mais nas nossas vidas, regressando ao nosso interior mediante a prescrição divina do jejum, prática de adoração que, como disse o nosso amado Profeta Muhammad, paz e bênção estejam com ele, ‘quando o Ramadan chega, abrem-se as portas do Jardim’.

Todos os anos, os Muçulmanos e as Muçulmanas do mundo alegram-se com a chegada deste abençoado mês de Ramadan que nos recorda a nossa verdadeira condição, o nosso vazio e a nossa precariedade, ajudando-nos a regressar, desta forma, à Única Realidade, que nos diz: ‘Deixa a tua comida e a tua bebida por Minha causa. O jejum é para Mim e sou Eu que recompenso por ele e a boa acção (nesse período) vale por dez’.

O mérito do jejum, a oração e a hospitalidade no Ramadão.

A maior recompensa, o grau mais elevado neste nosso mundo inferior, é a fé à qual devemos a ajuda e o favor da bondade de Allah. A nós, foi-nos dada a honra de termos sido feitos Seus servos e a Sua Comunidade bem-amada, e de termos recebido um lugar no Alcorão.

Temos agora mais uma bênção: Uma vez a cada ano, chega o mês do Ramadão, no qual “o começo é a misericórdia, o meio é o perdão, e o final é a salvação do Fogo”.

Sempre que o Ramadão chegar, na nossa vida, devemos apreciá-lo! Ele passa muito rapidamente. A própria vida passa num ápice, assim como acontece com o tempo da oração. Não devemos dizer: “O Ramadão voltará outra vez”, porque um Ramadão que tenha passado não voltará novamente. O próximo Ramadão, se voltar na nossa vida, será um Ramadão diferente. É possível que o Ramadão continue a chegar até à Ressurreição, mas este Ramadão pode ser, para alguns de nós, o último.

Não se deve dizer: “eu perdi esta oração, mas outra virá”. Quem sabe se esta oração não é a tua última.

Não se deve dizer: ‘Quando me aposentar e começar a ganhar a minha pensão, então me dedicarei à adoração!” Quem sabe se não farás a tua última viagem antes de chegar a receber a tua pensão… Vestir-te-ão uma mortalha, de modo a preparar-te para a acção imediata. Lamenta-te, copiosamente, pelos teus pecados. Mantém a vigilância pelo teu Senhor, recitando o Alcorão. Sorrindo, homenageia a Sua presença. Reflecte na tua própria natureza transitória, recordando que Ele é eterno… Reflecte nas tuas próprias debilidades, recordando-te que Ele é o Todo-Poderoso…

Que coisa bela encontrar o Senhor! Como poderei fazer chegar-te o Seu sabor? Pode falar-se aos cegos sobre a cor, aos surdos sobre a música, aos impotentes sobre o deleite da relação sexual, mas é possível realmente fazer com que eles compreendam essas experiências? Se o cego não pode ver, como pode ele descobrir a cor através das palavras? Como se pode mostrar a um olho que não vê as flores multicolores, as árvores, o sol, o céu, a dança dos peixes nos riachos? Ao que não tem o sentido do olfacto, como lhe poderemos descrever o cheiro da rosa, a fragrância do jacinto, ou o perfume do junquilho? Como poderemos contar ao surdo acerca do chilrear dos pássaros, do murmúrio do fluir das águas, ou das cadências do Nobre Alcorão e as da chamada à oração (Azan)?

Se passares algum tempo a sós com o Senhor, um dia levantar-se-á o véu dos teus olhos e verás as cores. Adquirirás o sentido do olfacto e detectarás a fragrância das rosas, dos jacintos, dos junquilhos e dos narcisos. A tua surdez irá desaparecer e ouvirás a constante lembrança de Allah. Os ouvidos do teu coração abrir-se-ão e deleitar-te-ás com a recitação do Alcorão. Sob os cantos dos rouxinóis e do murmúrio das águas, ouvirás o som da afirmação da Unidade Divina.

São estas as dádivas que serás capaz de obter neste mundo e que um dia terminarão. Quanto às dádivas que obterás no Além, incha Allah, não têm fim, são eternas…

Quando o Ramadão chega, não consegues ouvir aquela Voz chamando todas as noites: “Ninguém Nos quer, ninguém Nos ama? Nós os amaríamos também!”. Este apelo faz-se em todos os entardeceres e em todas as noites. Esta é outra dádiva divina característica do nobre mês do Ramadão. Observa a conversa de que desfrutou o Profeta Moisés (a.s.). Moisés, o Kalimullah, aquele que falava com Allah, quando costumava ir ao Monte Sinai (tu tens o teu próprio ‘Monte Sinai’ no momento de romper o jejum, quando podes suster mil e uma conversas). Quando Moisés dizia: “Ó meu Senhor, Tu falas comigo, Tu diriges-Te a mim. Não me mostrarás a beleza do Teu semblante? Deixa-me ver a Tua beleza!” Recebeu a resposta do Senhor: Lan taraani: “Não poderás ver-Me”. [Alcorão, 7:143].

“Moisés! Como poderás ver a Minha beleza, quando há setenta mil cortinas entre nós? Serias incapaz de Me ver. Mas na altura da Ressurreição dar-te-ei um mês, como um presente à Comunidade do meu bem-amado Muhammad. Esse mês chamar-se-á Ramadan. E a Comunidade de Muhammad deverá jejuar durante todo esse mês, e Eu Me manifestarei de forma tal na altura de romper o jejum, que não haverá absolutamente nenhum véu entre mim e a Comunidade de Muhammad, enquanto agora, entre Mim e tu, há setenta mil véus”.

Numa Tradição Sagrada, o Altíssimo disse: “O jejum é para Mim e Eu sou quem o recompensa”.

A recompensa do jejum é a visão da Beleza Divina. O emblema do Ramadão é o perdão. O jejum deverá fazer-se com sinceridade e com afecto ardente. O nosso abençoado Mestre Muhammad (s.a.w.) disse: “Se a minha Comunidade soubesse que êxito e salvação residem no Ramadão, rogariam a Allah que lhe deixasse viver para sempre nesse mês!”.

Queira Allah S. T. conceder a Sua Misericórdia sobre os nossos corações e facilitar-nos o Jejum. Ámin.

Wassalam W. W.
M. Yiossuf M. Adamgy

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Histórias de Ramadan – A Árvore do Pastor

Escrito por Cüneyd Suavi. Traduzido por Yiossuf Adamgy.

Sempre que o idoso pastor ia aos prados para alimentar as suas ovelhas, descansava debaixo de uma macieira perto de um monte, e se estivesse em Outono ele dirigia-se à árvore dizendo-lhe: ‘Vem, estimada árvore, dá uma maçã a este velho’. E, em seguida, uma maçã deliciosa e madura caía da árvore. O ancião pegava na sua faca, com seu punho trabalhado em madrepérola, e cortava a maçã em pedaços. Depois misturava esses pedaços com o iogurte e comia-o com grande apetite.

O idoso pastor havia plantado a árvore já fazia vinte anos e o regava frequentemente, ao princípio. Depois de fazer as abluções, regava a árvore com água que tinha na sua jarra. A árvore de maçã cresceu e começou a dar fruta. Naquela época, o pastor era jovem e colhia as maçãs, não era nenhum problema para ele. Com os anos, naturalmente, a árvore cresceu em altura e o pastor se envelheceu. Não importa quantos anos passaram, a verdade é que a mesma árvore, de que o pastor havia cuidado como se de um bebé se tratasse, proporcionava ao ancião as suas frutas. Quando o pastor acariciava a árvore, dizia-lhe: ‘Filho meu, envia-me minha peça de fruta para hoje!’, e uma maçã cairia sem necessidade de que ele tivesse de repetir o seu pedido.

Isto continuou durante anos sem interrupção. Os aldeões podiam contemplar este acontecimento à distância e corria o rumor que o velho era um santo. Consequentemen-te, não deixavam a mais ninguém recolher a fruta da ‘árvore do pastor’ e se alguém ousasse fazê-lo em segredo seria repreendido. Um dia, o pastor, já mais idoso, pediu uma maçã como de costume. Embora os ramos estivessem cheios de maçãs, nenhuma delas se deixou cair. O ancião repetiu o seu pedido, uma e outra vez. A árvore não respondeu. O ancião se afastou da árvore, as lágrimas começaram a rolar pelo seu rosto, molhando a sua barba branca; procurou, então, o consolo entre as suas ovelhas. Era a primeira vez que seu menino o tinha rejeitado.

O pastor caminhava curvado, pois o seu corpo se tinha tornado demasiado pesado para as suas pernas fracas, e é que o tempo não passava em vão. Quando reuniu às ovelhas e foi para a aldeia, se surpreendeu quando escutou o adhan do pôr-do-sol a chamada para a oração que se dirigia a todos do minarete da mesquita da aldeia. Foi como ter nascido de novo e … deu conta de algo. Sem prestar muita atenção ao seu velho coração, o pastor, cheio de alegria, correu em direcção à árvore de maçãs. Quando abraçou a árvore, com compaixão, disse-lhe: ‘Querido meu! Antes de permitires que este velho lamentasse da sua sorte, porque não me avisaste que hoje era o primeiro dia do Ramadán e que tinha que jejuar?’.

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10 motivos pelos quais devemos planear o Ramadão

Ramadão é o Mês em que foi enviada a revelação do Alcorão como Guia para a Humanidade, com provas claras de Orientação e de Critério (entre o bem e o mal). Por conseguinte, quem de vós estiver presente durante este Mês, deverá passá-lo em jejum; e, quem estiver doente, ou em viagem, (jejuará, depois), o mesmo número de dias. ( Alcorão, 2:185)

Ramadão é o Mês em que foi enviada a revelação do Alcorão como Guia para a Humanidade, com provas claras de Orientação e de Critério (entre o bem e o mal). Por conseguinte, quem de vós estiver presente durante este Mês, deverá passá-lo em jejum; e, quem estiver doente, ou em viagem, (jejuará, depois), o mesmo número de dias. ( Alcorão, 2:185)

Prezados Irmãos, Assalam-u-alaikum (A paz esteja convosco):

Já repararam que, a cada ano, o Ramadão passa cada vez mais rápido? De certa forma, e a nível pessoal, é-nos mais fácil recordar pormenores do Ramadão de há 11 anos atrás, do que do Ramadão do ano passado. Isto é assustador! Não se pode permitir que este mês abençoado se transforme numa névoa presente na nossa memo-ria. Este mês tem que ser mais do que aquele momento do ano em que, entre as outras coisas que fazemos, diariamente, também jejuamos. Uma maneira de aproveitar ao máximo as recompensas do sagrado mês do Ramadão consiste em planeá-lo antecipadamente. Eis aqui dez motivos pelos quais se deve planear o Ramadão:

1º Motivo: Estar em “estado de Ramadão”

Ao planear o Ramadão antes deste chegar, a sua mente entra em “estado de Ramadão”. Caso o planeie, prepare-se mentalmente para o Ramadão, o que o obrigará a ver este mês como um mês especial, exterior à rotina normal por si vivida durante o resto do ano.

2º Motivo: Ajustar o seu horário

Ao planear antecipadamente o Ramadão, é-lhe possível ajustar o seu horário de trabalho, de dormir, das refeições, de modo a ter tempo para o Suhur (Fecho de Jejum), o Iftar (Quebra do Jejum), etc. Isto significa, por exemplo, que, se vai para a cama normalmente à meia-noite, no Ramadão terá que o fazer mais cedo de modo a levantar-se cedo para o Suhur. Ou, se normalmente estuda à noite, pode, em vez disso, ir mais cedo para a cama e começar a estudar logo após o Suhur, durante as primeiras horas da manhã. Planear antecipadamente o Ramadão permite-lhe conseguir tempo para a mudança de horário que o Ramadão implica.

3º Motivo: Pode planear momentos familiares no Ramadão

A hora de jantar é, habitualmente, uma questão individual em sua casa, como que opondo-se a um momento em que toda a família come em conjunto? As tardes de Sexta-Feira são o momento em que cada elemento da família sai para as suas próprias actividades sociais? Fazer planos antecipadamente pode mudar isto, pelo menos du-rante o Ramadão. Por exemplo, convocar uma reunião familiar com cerca de um mês de antecedência, explicar a importância do Ramadão, as suas implicações para a família e a necessidade de, sempre que possível, comer em conjunto durante o Iftar, assim como de fazerem juntos as orações de Tarawih, permitirá a todos os membros da família ajustarem os seus horários laborais e escolares em conformidade com o momento vivido. Isto fará, Inch’-Allah, do Ramadão uma bênção não apenas para cada pessoa da família, mas para a família enquanto um todo.

4º Motivo: Elaborar o menu

Enquanto que para alguns dos irmãos o Ramadão pode significar Ibadah extras, para a maioria das irmãs representa, habitualmente, horas extras a cozinhar. As bênções do Ramadão são para homens e para mulheres. Elaborar um menu de Ramadão para o Iftar e para as refeições, e organizarem-se caso pretendem convidar familiares, vizinhos e amigos para o Iftar, concederá às irmãs a oportunidade de alcançarem a oração de Tarawih e várias outras vantagens de Ibadat, em lugar de passarem os 29 ou 30 dias do Ramadão presas na cozinha. (E, a propósito, irmãos, ajudar a cozinhar e a limpar era prática do Profeta, que a paz e as bênções estejam com ele. Talvez esta seja uma maneira que nos permita aumentar as nossas recompensas durante este mês)

5º Motivo: Pode planear um Iftar em sua casa

é possível que, no último ano, tenha tido Iftares fantásticos em casas de amigos. Este ano, abra você as portas da sua casa. é-se abençoado ao alimentar uma outra pessoa que jejua, para além de si e da sua família. Planear antecipadamente o Ramadão permite-lhe convidar os seus amigos durante o mês precedente ao mesmo e estabelecer uma data, de modo a conseguir “apanhá-los” antes de outros terem oportunidade para o fazerem. Muito Sawab, Inch’Allah!

6º Motivo: Elaborar um horário de viagem

Conhece, na sua vizinhança, um Muçulmano que pretenda ir todas as noites à Mesquita para Tarawih, e que não tenha carro? Ou, ao olhar para o seu horário de trabalho, percebe que terá de fazer horas extraordinárias perto do final do Ramadão, motivo pelo qual a sua família faltará à oração de Tarawih na Mesquita, nas últimas dez noites do Ramadão? Planear antecipadamente o Ramadão ajuda-o a elaborar um horário de viagem diário ou semanal, o qual lhe permitirá assistir às orações de Tarawih na Mesquita, ou mesmo deslocar-se a um Iftar em casa de amigos que vivem muito longe.

7º Motivo: Praticar o bem nos grandes momentos de Sawab

Ser generoso é, definitivamente, uma virtude Islâmica, mas sê-lo durante o Ramadão é muito mais recompen-sador. Faça corresponder a Ibadat a momentos específicos que permitam alcançar mais recompensas. Prepare-se para fazer Itifkaf, aumente o pedido pelo perdão de Allah nas últimas dez noites do Ramadão. Planeie aumentar a Sadaqa este mês. Planeie visitar aquele familiar que pode não ver já há meses, senão mesmo anos. Pense nisto e arranje maneira de fazer estas coisas e encontre outras formas de agradar a Allah durante o Ramadão.

8º Motivo: Pode dedicar-se às compras para o dia de Eid

Planear antecipadamente o Ramadão ajuda-o a pensar em todas aquelas coisas que, no último ano, quis fazer a tempo para o fim do Ramadão ou para o Eid e que não conseguiu fazer. Talvez tivesse querido ir às compras de Eid, em busca de oferendas para a família e amigos na última semana do Ramadão, mas estivesse demasiado ocupado com as últimas dez noites. Pois bem, este ano, decide ir antes, na terceira semana do Ramadão.

9º Motivo: Pode planear actividades de Dawa durante o Ramadão

Alguns Muçulmanos participam em refeições dos pobres e preparam refeições durante o Ramadão, enquanto estão em jejum. Não apenas eles serão recompensados, Inch’Allah, como esta constitui uma grande oportunidade de Dawa para explicar o que o Ramadão e o Islão são. Ao fazer planos antecipadamente pode também planear actividades de Dawa escolares durante o Ramadão, encontrando-se previamente com o director ou com o profes-sor, preparando uma apresentação, etc.

10º Motivo: Pode planear o coração e a mente para se absorverem nas Palavras e Ensinamen-tos do Alcorão Sagrado

Mas acima de tudo, a vida no mês do Ramadão revolve, como deve, à volta do Alcorão Sagrado que, como a Palavra de Allah, deve tornar-se o núcleo de todas as actividades devocionais. Deve ser extensivamente recitado dentro e fora das orações rituais. O Ramadão não é, somente, a celebração anual da vinda do Alcorão para disciplinar todos os momentos da vida na capitulação perante Allah; é, também, a ocasião para o coração e a mente se absorverem nas Suas Palavras e Ensinamentos.

Que Allah ajude a todos a tirar mais proveito das recompensas do Ramadão.

Ramadan e Eid-al-Fitre mubarak a todos. Wassalam.

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Aproximar-se de Allah durante o Ramadão

Por: M. Yiossuf Adamgy

Já conhecem a rotina. O nosso corpo sofre um choque no primeiro dia do Ramadão. De repente, numa manhã em que acordamos antes da hora de fazermos a oração de Fajr (salat-ul-Fajr), tomamos o Sehri praticamente até ao último segundo antes de chegar a hora da oração de Fajr, rezamos a oração de Fajr e depois, antes mesmo que alguém sequer seja capaz de pronunciar “Ramadhan Mubarak”, estamos de volta ao conforto dos nossos cobertores quentes e a sonhar com a iftar.

Quando mais tarde voltamos a acordar para começarmos o nosso dia, o nosso corpo fica em choque pois não consegue de todo perceber porque razão não saciamos a nossa sede ou porque não devoramos aquele determinada tablete de chocolate, aquele que sob a primeira camada de chocolate tem uma de caramelo, uma de amendoim, outra de chocolate e, algures, bolacha. Ficamos com água na boca, a salivar incontrolavelmente, apesar de sabermos que não os poderemos comer, pois é Ramadão e é tempo de jejuar!

é verdade, esquecemo-nos de avisar os nossos corpos de que durante um mês viveremos uma diferente rotina de preces, jejum e leituras do Alcorão, devendo ser mais generosos e praticar o auto-domínio.

Notícia de última hora: estamos quase no início do Ramadão e todos precisamos de nos começar a preparar!

Acreditamos que será positivo começar por recordar o significado do Ramadão tal como ele é expresso no próprio Alcorão. Allah Subhaanahu wa Ta’aala afirma no Alcorão: Foi no mês do Ramadão que foi revelado o Alcorão, que é um guia que a humanidade deve acatar e que nos dá provas concretas da orientação que devemos seguir, bem como do critério que devemos assumir para distinguir o certo do errado. Assim sendo, todo aquele que observar o quarto crescente da Lua durante o mês do Ramadão, deve jejuar durante todo esse mês.

Daí, podemos concluir:

  1. O Alcorão foi revelado durante o mês do Ramadão.
  2. O Alcorão é um guia para a humanidade.
  3. O Alcorão contém provas concretas da orientação que devemos seguir, bem como do critério que devemos assumir para distinguir o certo do errado.

Assim que avistarmos o quarto crescente da Lua, devemos iniciar o jejum.
Entre as inúmeras bênçãos que estão associadas ao Ramadão, uma que não devemos descurar prende-se com o facto de ter sido no mês do Ramadão que o Alcorão foi revelado. Este maravilhoso Livro de orientação é nosso, por isso empenhemo-nos para nos aproximarmos de Allah no Ramadão que se inicia, lendo mais o Alcorão e fazendo mais preces voluntariamente. Com efeito, este é um mês abençoado, pois são incontáveis as oportunidades que temos de mencionar o nome de Allah Subhaanahu wa Ta’aala. O Profeta sall Allaahu ‘alayhi wa sallam afirmou: “É impossível que as pessoas se juntem numa casa que pertença a Allah para recitar o Livro d’Ele e para o estudarem entre si, a menos que a tranquilidade ascenda sobre elas, que a misericórdia as envolva, que os anjos as rodeiem e que Allah as refira àqueles que estão próximos d’Ele.” (Sahih Muslim).

A Leitura do Sagardo Alcorão

Recordemos o ano que passou, até ao último Ramadão. Que tipo de relação temos tido com o Alcorão? Com que frequência o lemos? Temo-nos esforçado para memorizar algumas das suas passagens? Que suras ou versículos tiveram sobre nós especial influência durante o ano que passou?

Dediquemos algum tempo à escrita da resposta a estas perguntas como forma de nos prepararmos para o Ramadão. Devemos ser francos connosco próprios, pois estas respostas serão um segredo que ficará apenas entre nós e Allah S. T.

Estas respostas devem servir igualmente para desencadear algum tipo de reflexão da nossa parte, para que as possamos comparar com o actual Ramadão. O Ramadão constitui para todos nós uma oportunidade de desenvolvermos as nossas rotinas pessoais em resultado dos esforços que empreendemos no sentido de optimizarmos o nosso auto-domínio e de aprofundarmos o nosso desenvolvimento pessoal.

Por que razão concreta é importante que dediquemos algum tempo à leitura do Alcorão?

Em primeiro lugar, porque o ambiente à nossa volta é propício à leitura e reflexão. Durante o ano, podemos lê-lo por nossa própria iniciativa, por vezes apressadamente, outras vezes descuidadamente. Durante o Ramadão, as pessoas tentam completar a sua leitura do Alcorão, tentando fazer a leitura integral do Livro num mês. Acrescente-se ainda que abstermo-nos da comida e bebida é algo que nos ajuda a reprimir os nossos instintos mais condenáveis e a buscar um plano superior a nível intelectual e espiritual que nos permitirá, com efeito, reflectir sobre o real significado dos versículos do Alcorão que estamos a ler. Essa reflexão tem como objectivo ajudar-nos a interiorizar a tal ponto os ensinamentos do Alcorão que todos os passos que dermos na nossa vida passem a estar em concordância com os seus ensinamentos.

Em segundo lugar, a leitura consistente do Alcorão vai ajudar-nos igualmente a estabelecer uma rotina de que poderemos tirar proveitos durante todo o ano e que terá consequências directas e práticas no nosso quotidiano. Tomemos como exemplo as actividades rotineiras como o comer e beber ou o falar e dormir. Não seria impossível que a fome e a sede levassem o indivíduo a ter um comportamento irascível e a tornar-se um pouco impaciente em relação aos outros. Mas a verdade é que tanto os ensinamentos do Alcorão como os do Profeta Muhammad sall Allaahu ‘alayhi wa sallam nos incitam a concentrarmo-nos nos elevados benefícios do jejum.

Um dos benefícios associados ao jejum e que é referido no Alcorão é que o mesmo nos ajuda a fortalecer a nossa consciência relativamente a Allah Subhaanahu wa Ta’aala.

Mas a combinação do auto-domínio físico com a leitura e interiorização dos ensinamentos do Alcorão permite-nos alcançar um estado superior de consciência relativamente a Allah, o Maior. O nosso amado Profeta Muhammad sall Allaahu ‘alayhi wa sallam ensinou-nos que: “jejuar não é apenas abstermo-nos de comer e beber. Pelo contrário, é abstermo-nos igualmente do discurso que é ignorante e impróprio. Assim sendo, se alguém tiver perante vós um comportamento ignorante ou impróprio, dizei-lhe: “Estou a jejuar, estou a jejuar.” (Sahih Ibn Khuzaymah and Al-Hakim).

Por último, ler o Alcorão ajuda-nos a consolidar e a rever as passagens que já pudéssemos ter memorizado ou ainda as passagens que andamos a tentar memorizar. Está provado que durante cada Ramadão, o anjo Gabriel (Jibril a.s.) costumava rever o Alcorão com o Profeta Muhammad sall Allaahu ‘alayhi wa sallam. E no último Ramadão que o Profeta Muhammad sall Allaahu ‘alayhi wa sallam viveu, sabemos que o anjo Jibril reviu com ele o Alcorão duas vezes. É inequivocamente dada uma grande importância à repetição e revisão como forma de consolidar e memorizar o Alcorão. Devemos arranjar uma forma de gravar as passagens que andamos a ler, aquelas que andamos a rever e também as que andamos a memorizar. Incha’ Allah, quando chegarmos ao fim do Ramadão, teremos forma de avaliar o nosso estudo!

Fazer mais preces voluntariamente

O Profeta Muhammad sall Allaahu ‘alayhi wa sallam empreendia mais acções voluntariamente durante as semanas que precediam o Ramadão, tais como jejuar mais, rezar mais e doar mais para a caridade. Devemos ter em mente que o maratonista não começa a corrida só no momento em que se posiciona na linha de partida e ouve: “Às vossas posições, preparados, sigam!”. Pelo contrário, a corrida começa muitos dias, semanas e mesmo meses antes do momento em que verdadeiramente é dada a partida. A preparação exige esforço, mas permite que o atleta adquira a resistência necessária para que se possa concentrar na corrida e não se distrair pelo cansaço das pernas ou pela sensação de boca seca.

Da mesma forma, se começarmos o Ramadão apenas na sua primeira noite, no momento das Orações de Tarawih, estaremos a agir tal como o maratonista que não se prepara convenientemente. É por isso que é tão importante que comecemos a empreender desde já preces individuais e voluntárias.

Aprender a ler passagens extensas no Ramadão nos momentos da oração é algo que nos ajudará a desenvolver a nossa resistência, bem como nos ajudará a concentrarmo-nos naquilo que estamos a ler. Com efeito, Abu Hurayrah conta-nos que: “o Mensageiro de Allah, sall Allaahu ‘alayhi wa sallam, costumava incitar-nos a rezar nas noites do Ramadão, mas não fazendo dessas orações algo de obrigatório. E depois disse: “Todos aqueles que rezarem nas noites do Ramadão, movidos pela fé e pela esperança numa recompensa, verão todos os pecados cometidos no passado perdoados.” E quem entre nós não precisa de ver os seus pecados perdoados?” Ao rezarmos diariamente durante o período do Ramadão, acabamos por desenvolver a resistência que, incha’ Allah, nos permitirá chegar ao próximo Ramadão.

Uma das melhores formas de praticarmos a nossa récita é empreendermos orações voluntárias e recitarmos o Alcorão. Obviamente, é sempre recomendável que alguém verifique a nossa récita, mas se já tivermos conhecimentos suficientes de leitura em árabe, a leitura de passagens durante a oração ajudar-nos-á a melhorar a nossa récita. Embora a leitura individual seja permitida, é recomendável que o indivíduo se associe a uma congregação e seja orientado na sua oração por um Imame.

Se tivermos em mente que o nosso grande objectivo é agradar a Allah Subhaanahu wa Ta’aala para vermos os nossos pecados do passado perdoados, incha’ Allah, todos nós teremos forças para fazermos mais preces voluntárias.

Conclusões finais

Se ainda não perguntou a si próprio se está ou não preparado, uma vez que o Ramadão está prestes a começar, então comece hoje mesmo a pensar nisso e prepare-se para o receber. É essencial que se esforce ao máximo para preparar o acto do jejum, da oração, da leitura do Alcorão e da doação para a caridade. Dessa forma, incha’ Allah será capaz de se concentrar nas bênçãos desse mês e não se deixar distrair pela sua própria incapacidade de auto-domínio ou de permanecer, por exemplo, de pé durante longos períodos na salah, etc.

Treine o equilíbrio e lembre-se que está a tentar agradar a um Senhor que é misericordioso. Pratique uma veneração com fé e esforce-se incessantemente, esperando a recompensa de Allah Subhaanahu wa Ta’aala. Torne este Ramadão melhor que o anterior, incha’ Allah!

A todos, um Ramadhan Mubarak! Com um pedido deste humilde servidor de Allah: que se lembrem de mim nas vossas preces. Jazak’Allah.