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Tesouros da Biblioteca de Al-Kadiriya

Compilado por: Salma Sheherezade Terenas

A história da escola Al-Kadiriya remonta a 1133. Ela foi primeiramente dirigida pelo Sheikh Abou Said Al-Moukarami, depois pelo Sheikh Abdul Kadir Al-Jailani.

A Escola e a Mesquita com as suas sete cúpulas douradas viveram no esplendor até ao momento da invasão de Bagdad pelos Mongóis em 1258.

Os adeptos e os filhos do Sheikh Abdul Kadir Al-Jailani, reconstruiram, a seguir, o túmulo e a Escola. No entanto a Mesquita e a Escola foram destruídas e reconstruídas várias vezes no decurso das guerras que opuseram os Otomanos aos Persas.

A Mesquita e a Escola foram construídas pelo Sultão Suleiman Al-Kanouni no ano 941 da Hégira. Foram igualmente reconstruídas sob o reinado do Sultão Mourad IV.

Sob o reinado do Sultão Daoud Pacha, a peste e as inundações destruíram Bagdad, em 1246 da Hégira. A Biblioteca da Escola Al-Kadiriya foi então dizimada.

Mas, a exemplo de uma esfinge, a Mesquita e a Escola emergiram novamente e beneficiaram de uma atenção particular por parte de Said A. Rahman Al-Naqib.
Seguidamente este último ordenou em 1927 aos seus filhos que oferecessem a sua biblioteca à da Escola al-Kadiriya. Este voto foi cumprido em 1954.
Foi assim que os 763 velhos manuscritos e os 2088 livros que constituiam a biblioteca privada de al-Naqib foram remetidos para a Escola al-Kadiriya.

A Biblioteca está rodeada de um cuidado particular por parte da Direcção da Revolução, nomedamente por parte do Presidente Saddam Hussein e do Ministério dos Assuntos Religiosos e dos Waqf.

A Direcção da Revolução dispendeu grandes somas de dinheiro para permitir trabalhos de alargamento e de reconstrução. A biblioteca foi dotada com um novo equipamento do qual microfilmes.

A superfície do grande hall que se compõe de dois andares, passou para 180 m2. Os trabalhos de reconstrução respeitaram cuidadosamente o estilo Islâmico do hall. Uma vez os trabalhos acabados, esta superfície será três vezes maior.

A Biblioteca encerra mais de 4000 volumes que tratam de diversos assuntos em 20 línguas.
O mais antigo manuscrito da Biblioteca remonta a 1052. Intitula-se “Al-Mostehal Li Abi Mhjam bin Yateemet al Dehat” e fala sobre a literatura e poesia. A Biblioteca encerra igualmente um manuscrito que se pôde salvar do Tigre onde os Mongóis tinham atirado todos os livros da capital: trata-se de “Moufradat Gareeb al-Quran”, de Al-Asbahani.

Entre os tesouros desta Biblioteca enumeram-se uma bela cópia do Alcorão em 2 volumes que constitui uma obra caligráfica de raro valor e que foi oferecida pelo dirigente de Cachemira, Abdullah Khan al-Kor’ay al-Derany, em 1796.

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