Posted on

O significado das letras da palavra “Ramadan”

Por Yiossuf Adamgy

Prezados Irmãos, Assalamu Alaikum:

A palavra “Ramadan” (segundo a escrita Árabe) é formada por cinco letras. A saber: râ’, mîm, dâd, alif e nûn. A letra inicial, râ’, significa “ridwânu’llâh” (o comprazer de Allah). A letra mîm significa muhâ- bâtu’llâh (a disposição considerada e favorável de Allah). A letra dâd significa damânu’llâh (a garantia de Allah, no que respeita à Sua certe- za de recompensa espiritual). A letra alif significa ulfatu’llâh (o afecto amigo de Allah e a Sua proximidade). Por último, a letra nûn significa nûru’llah (a radiante luz de Allah).

Isto significa que o mês do Ramadão é o mês do comportamento res- peitoso, do outorgamento seguro, de compartilhar o íntimo afecto, do derramamento de luz, da concessão de benefícios e do generoso respeito para com os santos awliyâ’) e os justos (abrâr).

Houve alguém que uma vez disse o seguinte: “Comparativamente aos outros meses, a categoria do mês do Ramadão é como a do coração dentro do peito, é como a dos Profetas (Anbiyâ’) entre a espécie humana, é como a do Sagrado Território de Meca (al-Haram) entre as cidades do Mundo”.

Para melhor clarificarmos estes pontos de comparação, podemos seguir uma ordem inversa: ao amaldiçoado Falso Messias (ad-Dajjâl) será interdito o acesso ao Sagrado Território de Meca (al-Haram), assim como os desafiadores e rebeldes agentes de Satanás (maradat ash-Shaitân) serão amarrados e acorrentados no mês do Ramadão. No dia da Ressurreição, os Profetas (Anbiyâ’) serão aqueles que intercederão (shafa’â’) a favor dos que são culpados de ofensas pecaminosas, assim como o mês do Ramadão será um intercessor (shafî’) dos que mantive- ram o jejum. O coração é embelezado e adornado pela experiência espiritual (ma’rifa) e pela fé (imân), assim como o mês do Ramadão é embelezado e adornado pela luz da recitação do Alcorão.

Se uma pessoa não recebe o perdão no mês do Ramadão, em que outro mês poderá esperar ver os seus pecados serem perdoados? Assim sendo, o servo do Senhor deve voltar-se para Allah (Todo-Pode- roso e Glorificado seja) em arrependimento, antes que as portas do arrependimento (tawba) sejam fechadas. Ele deve voltar-se para Ele (Todo-Poderoso e Glorificado seja) em arrependimento (tawba), antes do tempo para tornar a obedecer (inâba) tenha terminado. Permiti-lhe que chore, antes que o tempo para o pranto e para a compaixão (rahma) seja finito…

Como o Profeta (s.a.w.) uma vez disse:

“Os membros da minha Comunidade (Um- matî) não serão envergonhados, pois eles observam as noites de vigília durante o mês do Ramadão”.

Ao ouvir isto, um homem perguntou: “Ó Profeta de Allah, o que sucederá àquele que for exposto à vergonha?”, ao que Muhammad (s.a.w.) respondeu:

“Se alguém é culpado, durante o Mês do Ramadão, de violar a ordem sagrada (mahram), de praticar uma má acção, de beber licores inebriantes, ou de cometer adultério ou fornicar, o seu jejum durante o Ramadão não será aceite. Allah e os Seus Anjos e todos aqueles que habitam nos Céus castigá-lo-ão, e o efeito desse castigo poderá permanecer durante todo o resto do ano que se segue. Se acontecer morrer nesse intervalo de tempo, antes do Ramadão seguinte, morre como se nem uma única boa acção tives- se sido acreditada aos olhos de Allah”.

Quem sabe da História Islâmica, poderá, claramente dizer o seguinte:

“O líder da espécie humana (sayyid al-bashar) é Adão (a.s.)”.

“O líder dos Árabes (sayyid al-‘Arab) é Mu- hammad (s.a.w.)”.

“O líder dos Persas (sayyid al-Furs) é Salmân al-Fârîsî (r.a.)”.

“O líder dos Gregos (sayyid ar-Rûm) é Suhaib ar-Rûmî (r.a.)”.

“O líder dos Abissínios (sayyid al-Habash) é Bilâl (r.a.)”.

“A mais importante das Cidades (sayyid al-qurâ) é Meca (Makkah)”.

“O mais importante dos Vales (sayyid al-awdiya) é o Vale do Templo de Jerusalém (wâdî Bait al-Maqdis)”.

“O mais importante dos Dias da semana (say- yid al-ayyâm) é a Sexta-feira, o dia da Congregação (Yawm al-Jum’a)”.

“A mais importante das Noites (sayyid al-layâlî) é a Noite do Poder (Laylat al-Qadr)”.

“O mais importante dos Livros das Escrituras (sayyid al-Kutub) é o Alcorão”.

“O mais importante dos Capítulos do Alcorão (sayyid al-Qur’ân) é o Capítulo intitulado “A Vaca” (Sûrat al-Baqara)”.

“O principal Versículo do capítulo intitula- do”A Vaca” (sayyid Sûrat al-Baqara) é o Versículo do Trono (Ayat al-Kursî)”.

“A mais importante das Pedras (sayyid al-ahjâr) é a Pedra Negra (al-Hajar al-Aswad)”.

“A mais importante das Fontes (sayyid al-ab’âr) é a de Zamzam”.

“A mais importante das varas (sayyid al-‘usî) é a vara de Moisés (‘Asâ Mûsâ a.s.)”.

“O mais importante dos Peixes (sayyid al-hîtân) é a baleia (hût), que uma vez transportou a Jonas (Yûnus a. s.) no interior do seu estô- mago”.

“A mais importante das Camelas (sayyid an-nûq) é a camela (nâqa) de Sâlih a.s.”

“O mais importante dos Cavalos (sayyid al-afrâs) é al-Burâq”.

“O mais importante dos Anéis (sayyid al-khawâtim) é o Selo de Salomão (khâtam Sulaimân a. s.)”.

“O mais importante dos Meses (sayyid ash-shuhûr) é o Mês do Ramadão”.

Posted on

Erros Comuns Praticados no Ramadão

Coord. por: M. Yiossuf Adamgy

A maioria dos muçulmanos que pratica o jejum durante o Ramadão concentra-se nos seus benefícios e recompensas. Ao fazê-lo, é frequente cometer-se erros, que em vez de enriquecerem a nossa experiência e recompensa, a diminuem.

“A recompensa daquele que guia os outros para a prática do bem é semelhante à daquele que o pratica.” (Abu Dawud)

Prezados Irmãos,
Assalamu Alaikum W.W.

A maioria dos muçulmanos que pratica o jejum durante o Ramadão concentra-se nos seus benefícios e recompensas. Ao fazê-lo, é frequente cometer-se erros, que em vez de enriquecerem a nossa experiência e recompensa, a diminuem. Erros que nos podem levar a comercializar o Ramadão, da mesma forma que tantas outras religiões comercializaram os seus dias sagrados. InchaAllah, o que se segue serve como lembrete, em primeiro lugar para mim próprio e depois para todos os muçulmanos. Que Deus (ár. Allah) nos ajude a usar o nosso tempo de forma sábia durante este Ramadão e nos ajude a evitar esses erros. Ámen!

EIS ALGUNS ERROS:

1. Entender o Ramadão como um ritual:

Para muitos de nós, o Ramadão perdeu a sua espiritualidade e tornou-se mais num ritual do que numa forma de Ibaadah. Jejuamos desde a aurora até ao pôr-de-sol como zombies apenas porque todos os outros à nossa volta também o estão a fazer. Esquecemo-nos de que esta é uma época para a purificação dos nossos corações e almas em relação a todos os males… esquecemo-nos de fazer a duá, de suplicar a Allah que nos perdoe e de Lhe pedir que nos salve do Fogo. É certo que nos afastamos da comida e bebida, mas muitas vezes não é muito mais que isso. Embora o Profeta (Sal Allaahu Alaiyhi wa Sallam) tenha dito: Jibril disse-me: “Que Allah esfregue o nariz na terra à pessoa cujos pecados não sejam perdoados aquando da vinda do Ramadão, e eu disse “Ámen. E então ele disse: “Que Allah esfregue o nariz na terra à pessoa que viva para ver os seus pais envelhecer (apenas um ou ambos) e que não entre no Paraíso (não os auxiliando’, e eu disse “Ámen. E então ele disse: “Que Allah esfregue o nariz na terra à pessoa em cuja presença sejas mencionado e que não peça bênçãos para ti, e eu disse: “Ámen”. (Tirmidhi, Ahmad e outros. Sahih por al-Albaani).

2. Demasiada importância é dada à comida e bebida:

Para muita gente, a quase totalidade do Ramadão gira em torno da comida. Passam o dia INTEIRO a planear, cozinhar, fazer compras e a pensar apenas em comida, em vez de se concentrarem na Oração (Salaah), no Alcorão e noutros actos de devoção. Só conseguem pensar em COMIDA. A tal ponto que conseguem transformar o mês do “jejum no mês da “abundância. Quando chega a altura da Iftar (quebra de Jejum) as mesas dessas pessoas são um espectáculo digno de se ver, dadas as grandes quantidades e variedade de comida, doces e bebidas. Está a escapar-lhes o verdadeiro objectivo do jejum, e, assim sendo, fomentam a sua ganância e desejos, em vez de aprenderem a controlá-los. É também uma forma de desperdício & extravagância. “… e comam e bebam mas não desperdicem, sendo extravagantes, pois certamente Ele (Allah) não aprecia os Musrifun (aqueles que gastam de forma extravagante).[al-Araaf, 7:31].

3. Passar o dia a cozinhar:

Algumas irmãs (por escolha própria ou forçadas pelos seus maridos) passam o dia TODO a cozinhar. Assim, no final do dia, estão demasiado cansadas até para rezar a oração de Ichaa, já para não falar da Tarawih ou Tahajjud ou mesmo para ler o Alcorão. Este é o mês da misericórdia e do perdão. Por isso, utilizem o lume o necessário e voltem-se para a vossa fé (Imán).

4. Comer demais:

Algumas pessoas comem até quase explodir na hora de Suhur (fecho de Jejum), pois pensam que dessa forma não sentirão fome durante o dia. Outras pessoas comem como se não houvesse amanhã à Iftaar, para compensar a comida que perderam. No entanto, isto é totalmente contrário à Sunnah. A moderação é a chave para todas as coisas. O Profeta (Sal Allaahu Alaiyhi wa Sallam) disse: ‘O filho de Adão não deixa nenhuma vasilha mais vazia do que o seu próprio estômago; pois, para o filho de Adão, umas quantas garfadas são suficientes para se manter de pé. Se tiver de comer, então estipule um terço para a comida, um terço para a bebida e um terço para o ar…’ (Tirmidhi, Ibn Maajah. Sahih por al-Albaani). Comer demasiado distrai o indivíduo relativamente a muitas acções de obediência e devoção, tornando ao seu corpo preguiçoso e ao seu coração negligente. A seguinte pergunta foi feita ao Imame Ahmad: O homem é capaz de encontrar brandura e humildade no seu coração quando está cheio? Ele respondeu: Penso que não.

5. Dormir todo o dia:

Algumas pessoas passam o dia inteiro (ou uma grande parte dele) a dormir, para ‘esquecer o jejum’. É mesmo isto que nos é exigido durante este nobre mês? Está a escapar a estas pessoas o objectivo do jejum, sendo escravas dos seus desejos de conforto e facilitismo. Não ‘suportam’ estar acordados e enfrentar um pouco de fome ou exercer um pouco de auto-controlo. Para uma pessoa que está a jejuar, passar o dia a dormir não é mais do que negligenciar a sua tarefa (ainda que não não possa invalidar o jejum…).

6. Desperdiçar tempo:

O mês do Ramadão é uma período precioso, muito precioso mesmo, a tal ponto que Allah chama a este mês ‘Ayyamum Ma’dudaat’ (um número fixo de dias). Antes de darmos por isso, este mês de misericórdia e perdão chega ao fim. Devemos tentar dedicar o máximo de tempo possível à adoração de Allah, para que possamos usufruir ao máximo desta benção. No entanto, alguns de nós desperdiçam o tempo a jogar jogos de vídeo ou, pior ainda, a ver televisão, filmes, ou mesmo a ouvir música.

7. Jejuar, mas sem abdicar da prática do mal:

Alguns de nós cumprem o jejum, mas não deixam de mentir, praguejar, discutir, dizer mal dos outros, etc. E outros de nós jejuam mas não deixam de enganar, roubar, fazer negócios em haram, comprar bilhetes de lotaria, vender bebidas alcoólicas, praticar a fornicação, etc., bem como toda uma panóplia de coisas interditas, sem se aperceberem de que o objectivo do jejum não é abster-se de comer e beber; é, também, temer a Allah. “Ó crentes! Está-vos prescrito o jejum, tal como foi prescrito a vossos antepassados, para temais a Deus” [al-Baqarah 2:183] O Profeta (Sal Allaahu Alaiyhi wa Sallam) disse: “Allah não precisa que aqueles que não abdicam da mentira, que agem de acordo com ela e são ignorantes, deixem de comer e beber”. (Bukhari):

8. Não praticar a Suhur (Sehri) [Refeição a partir da qual se fecha o jejum]:

O Profeta (Sal Allaahu Alaiyhi wa Sallam) afirmou: ‘Comam a suhur, pois a suhur é abençoada.'(Bukhaari, Muslim). E ele (Sal Allaahu Alaiyhi wa Sallam) disse: ‘Aquilo que distingue o nosso jejum do jejum do Povo do Livro é que nós comemos a suhur’. (Muslim)

9. Interromper a Suhur na altura da Imsaak:

Algumas pessoas param de comer a Suhur 10-15 minutos antes da hora da Fajr, para cumprir Imsaak. Shaykh Ibn ‘Uthaymin disse: Este é um tipo de bid’ah (inovação) que não se baseia na Sunnah. Pelo contrário, a Sunnah consiste em fazer o contrário. Allah permite que comamos até ao amanhecer: “e comam e bebam até que a linha branca (luz) da alvorada se distinga claramente da linha negra (a escuridão da noite)” [al-Baqarah 2:187]. E o Profeta (Sal Allaahu Alaiyhi wa Sallam) afirmou: “…comam e bebam até que oiçam o adhan do Ibn Umm Maktoom, pois ele não profere a adhan até que chegue a alvorada”. Esta imsaak que algumas pessoas cumprem é um acrescento àquilo que Allah recomendou e, assim sendo, é falsa. Constitui um extremismo religioso e o Profeta (Sal Allaahu Alaiyhi wa Sallam) afirmou: “Aqueles que caem em extremos estão condenados, aqueles que caem em extremos estão condenados, aqueles que caem em extremos estão condenados.” (Muslim).

10. Não jejuar se não se tiver comido a Suhur:

Algumas pessoas têm demasiado medo de jejuar quando não comeram a Suhur. No entanto, esta é uma forma de cobardia e de devoção ao facilitismo. É assim tão importante que não tenha comido alguns pedaços de comida? Não vai morrer por causa disso. Lembre-se, a obediência a Allah é mais importante que tudo. Afirmar a intenção de jejuar ‘em voz alta’ ou proferir uma determinada duá para começar a jejuar: A intenção é uma acção do coração. Devemos determinar no nosso coração que vamos praticar o jejum no dia seguinte. É tudo o que precisamos. Não nos é prescrito pela Shari’ah que profiramos em voz alta “Pretendo jejuar”, “Vou jejuar amanhã”, nem outras frases que algumas pessoas criaram. Da mesma forma, não existe uma duá específica a ser recitada na altura de começar a jejuar, na Sunnah correcta.

11. Atrasar o término do jejum:

Algumas pessoas esperam até ao final da adhaan, ou até que passem vários minutos desde esse momento, para “não terem dúvidas”. No entanto, a Sunnah consiste em apressar-se para terminar o jejum, o que significa terminar o jejum no momento em que o sol se põe. Aa’ishah (R.A.) afirmou: Isto era aquilo que o Mensageiro de Allah (Sal Allaahu Alaiyhi wa Sallam) costumava fazer. (Muslim) O Profeta (Sal Allaahu Alaiyhi wa Sallam) afirmou: “As pessoas vão continuar a agir de forma correcta enquanto se apressarem para terminar o jejum”. (Bukhaari, Muslim). Apesar de a Hadith citada ser extremamente clara, a adhan é proferida 5 minutos depois do pôr-do-sol em muitas Mesquitas. Pode consultar os jornais diariamente e verificar a hora exacta do pôr-do-sol que lá é mencionada. Também pode consultar a Internet e ver por si próprio a hora em que a adhan é proferida). Dê o seu melhor, com base na precisão do seu relógio, calendário, etc. E depois tenha tawakkul (fé) em Allah swt e interrompa o seu jejum exactamente à hora recomendada.

12. Comer continuamente até chegar a hora de Maghrib:

Algumas pessoas põem tanta comida no prato quando interrompem o jejum e continuam a comer, desfrutando de sobremesa, bebendo chá, etc. Ao ponto de deixarem passar a Oração de Maghrib. Isto não é correcto, obviamente. A Sunnah do Profeta (Sal Allaahu Alaiyhi wa Sallam) diz que quando ele interrompia o jejum, comendo algumas tâmaras, apressava-se para a oração. Quando terminar a oração, pode voltar e comer mais.

13. Perder a oportunidade de ouro que é ver a sua Duá (Suplicação) ser aceite:

A suplicação da pessoa que pratica o jejum tem a garantia de ser aceite à hora de interromper o jejum. O Profeta (Sal Allaahu Alaiyhi wa Sallam) afirmou: “Há três suplicações que nunca são rejeitadas: a suplicação de um pai, a suplicação de alguém que pratica o jejum e a suplicação de um viajante”. (al-Bayhaqi, Sahih por al-Albaani). Em vez de se sentar e de fazer a Duá nesta hora de ouro, algumas pessoas renunciam a esta bela oportunidade, estando demasiado ocupadas a fritar chamuças, a falar, fazer comida, a encher os seus pratos e copos, etc. Pense nisso… Será a comida mais importante do que ver os seus pecados perdoados e do que a concretização das suas Súplicas (Duás)?

14. Praticar o jejum sem rezar:

O jejum daquele que não pratica a Salat (Oração) (poderá)NÃO SER ACEITE. É assim porque não fazer a oração constitui kufr, uma vez que o Profeta (Sal Allaahu Alaiyhi wa Sallam) afirmou: “Entre um homem e a shirk e kufr está a acção de deixar de orar”. (Muslim). Com efeito, NENHUMA das suas boas acções poderão ser aceite; todas poderão ser anuladas. “As boas acções poderão ser anuladas àquele que não rezar (a oração de) Asr”. (Bukhari).

15. Jejuar e não envergar o Hijab:

Não envergar o Hijab é um pecado grave, pois trate-se de uma obrigação para as mulheres. (Consultar a Surah Nur e a Surah Ahzaab). Logo, jejuar e não envergar a hijab retira sem dúvida uma enorme parte das recompensas do jejum, ainda que não as invalide.

16. Não praticar o jejum por causa de exames ou trabalho:

Os exames e o trabalho NÃO são desculpas aceites pela Shariah para não se jejuar. Pode fazer o seu estudo e revisão à noite, se se tornar muito difícil fazê-los de dia. Lembre-se igualmente que, se cumprir a sua obrigação de jejuar, mesmo quando tem de estudar, Allah tornar-lhe-á as coisas mais fáceis e ajudá-lo-á em tudo o que faça. “Àquele que teme a Allah, Ele irá apontar-lhe um caminho e beneficiá-lo-á sem que ele o espere. Allah é suficiente para aquele que n’Ele confie”. (Surah at-Talaaq 2-3).

17. Associar o jejum a uma dieta:

NÃO pratique o jejum com a intenção de fazer dieta. Este é um dos maiores erros que alguns de nós cometem (especialmente as irmãs). O jejum é um acto de devoção que apenas pode ser levado a cabo em louvor a Allah. De outra forma, associá-lo à intenção de fazer dieta pode constituir uma Shirk (menor).

18. Rezar APENAS na noite do dia 27:

Algumas pessoas rezam APENAS no dia 27 para procurar Lailat ul-Qadr, negligenciando todas as noites ímpares, embora o Profeta (Sal Allaahu Alaiyhi wa Sallam) tenha dito: “Procura Lailat ul-Qadr nas noites ímpares das últimas dez noites do Ramadão” (Bukhaari, Muslim).

19. Desperdiçar a parte final do Ramadão a preparar a Eid:

Certas pessoas passam a totalidade dos últimos 10 dias do Ramadão a preparar a Eid, a fazer compras e a visitar centros comerciais, etc., negligenciando Ibadah e Lailatul Qadr, ainda que o Profeta (Sal Allaahu Alaiyhi wa Sallam) tivesse o hábito de se empenhar ao máximo durante os últimos dez dias do Ramadão na devoção (Ahmad, Muslim) e não a fazer compras. Deve-se aproveitar ao máximo o tempo do Ramadão. Aa’ishah (R.A.) afirmou: “Quando começavam as (últimas) dez noites, o Mensageiro de Allah (Sal Allaahu Alaiyhi wa Sallam) costumava apertar o cinto (ou seja, esforçava-se ainda mais na devoção ou abstinha-se de intimidades com as suas esposas), ficava acordado durante a noite e acordava a família”. (Bukhaari e Muslim).

20. Festas de Iftar

Embora o hábito de nos convidarmos uns aos outros para interromper o jejum seja algo positivo e encorajado, algumas pessoas caem no extremo de esbanjar em festas de iftar onde, muitas vezes, têm lugar todo o tipo de desobediências a Allah, desde namoriscar, mistura de sexos e mulheres sem hijab até ao exibicionismo, extravagância e negligência para com a Salaah e a Tarawih. Alguns até recorrem à música e dança. Não é tarde para corrigir os nossos erros e fazer o bem em veneração de Allah.

[Alcorão,15:49]: “Informa os Meus servos de que sou Clemente, o Mais Misericordioso”.

Uma Bela Duá (Súplica):

“Ó Allah, faz com que o meu amor por Ti seja para mim a coisa mais querida, e que o temor a Ti seja aquilo que mais temo; Retira de mim todas as desejos nefastos mundanos, impregnando em mim a paixão para Te encontrar. E quando concederes às pessoas do mundo os prazeres do Teu mundo, faz com que a calma para os meus olhos (prazer) seja a devoção a Ti. Meu Senhor! Cometi um grande pecado contra a minha alma, e ninguém perdoa os pecados senão Tu. Então perdoa-me e tem misericórdia de mim. Na verdade, Tu és, com frequência, Clemente e Misericordioso.” Ámen.

Ramadan Mubarak.

Wassalam.

Posted on

Uma Duá para o Ramadão que se aproxima

Por: M. Yiossuf M. Adamgy, in Revista Al Furqán, nº. 175

NA

POSSA a lua do mês sagrado que se aproxima
Surgir com uma graça e glória sem precedentes;
Para se tornar na mensageira da passagem
Que fará a transformação dos valores e postura da humanidade.
POSSA a força da penitência, fome e sede,
Vencer os vícios da vingança, rancor e ganância;
Para lajear os caminhos do amor, afecto e solicitude,
Valor que a humanidade deve assumir como crença angelical.
POSSAM os aguaceiros da bênção divina conceder, em abundância,
Conforto ao mundo e torná-lo num local pacífico e calmo;
E cobrir o mundo da ira com um ambiente celestial,
Que alcança o mais íntimo de todos os homens, mulheres e crianças.

Fazer mais preces voluntariamente

O Profeta Muhammad (sall Allaahu alayhi wa sallam) empreendia mais acções voluntariamente durante as semanas que precediam o Ramadão, tais como jejuar mais, rezar mais e doar mais para a caridade. Devemos ter em mente que o maratonista não começa a corrida só no momento em que se posiciona na linha de partida e ouve: “Às vossas posições, preparados, sigam!”. Pelo contrário, a corrida começa muitos dias, semanas e mesmo meses antes do momento em que verdadeiramente é dada a partida. A preparação exige esforço, mas permite que o atleta adquira a resistência necessária para que se possa concentrar na corrida e não se distrair pelo cansaço das pernas ou pela sensação de boca seca.

Da mesma forma, se começarmos o Ramadão apenas na sua primeira noite, no momento das Orações de Tarawih, estaremos a agir tal como o maratonista que não se prepara convenientemente. É por isso que é tão importante que comecemos a empreender desde já preces individuais e voluntárias.

Aprender a ler passagens extensas no Ramadão nos momentos da oração é algo que nos ajudará a desenvolver a nossa resistência, bem como nos ajudará a concentrarmo-nos naquilo que estamos a ler. Com efeito, Abu Hurayrah (r.a.) conta-nos que: “O Mensageiro de Allah, (s.a.w.), costumava incitar-nos a rezar nas noites do Ramadão, mas não fazendo dessas orações algo de obrigatório”. E depois disse: “Todos aqueles que rezarem nas noites do Ramadão, movidos pela fé e pela esperança numa recompensa, verão todos os pecados cometidos no passado perdoados”.

E quem entre nós não precisa de ver os seus pecados perdoados?

Ao rezarmos diariamente durante o período do Ramadão, acabamos por desenvolver a resistência que, incha´Allah, nos permitirá chegar ao próximo Ramadão.

Uma das melhores formas de praticarmos a nossa recitação é empreendermos orações voluntárias e recitarmos o Alcorão. Obviamente, é sempre recomendável que alguém verifique a nossa recitação, mas se já tivermos conhecimentos suficientes de leitura em árabe, a leitura de passagens durante a oração ajudar-nos-á a melhorar a nossa recitação. Embora a leitura individual seja permitida, é recomendável que o indivíduo se associe a uma congregação e seja orientado na sua oração por um Imame.

Sabemos que a altura para a prática da oração da noite é entre as oraçõs de Ichá e Fajr, preferencialmente no último terço da noite, que termina com a oração de Witr. O Mensageiro de Allah (sall Allaahu alayhi wa sallam) ensinou-nos que:

“Allah criou para vós uma última oração, a oração de Witr, que deve ser praticada entre as orações de Ichá e Fajr.”

As pessoas perguntam-se muitas vezes quando é que devem rezar a oração de Witr, especialmente porque temem não conseguir acordar no final da noite. O Profeta (sall Allaahu alayhi wa sallam) afirmou: “Aquele que receia não conseguir levantar-se no final da noite, deve rezar a oração de Witr logo ao anoitecer (a seguir ao Ichá), mas todos aqueles que souberem ser capazes de acordar ao final da noite devem praticar a oração de Witr preferencialmente nessa altura”.

A solução é esforçarmo-nos ao máximo para acordarmos e rezarmos a Witr ao final da noite. No entanto, existe flexibilidade relativamente àqueles que temem não conseguir acordar. Com efeito, apesar da nossa boa vontade, alguns de nós cometem erros e não são capazes de acordar a tempo de empreender as orações da noite. Na verdade, e infelizmente, falharemos até, por vezes, a oração de Fajr.

Allah Subhaanahu wa Taaala sabe das nossas boas intenções, é um facto, no entanto não nos devemos relaxar ao ponto de deixarmos de tentar acordar sem sentirmos remorsos. Se tivermos em mente que o nosso grande objectivo é agradar a Allah Subhaanahu wa Ta?aala para vermos os nossos pecados do passado perdoados, incha?Allah, todos nós teremos forças para fazermos mais preces voluntárias.

Conclusões finais:

Se ainda não perguntou a si próprio se está ou não preparado, uma vez que o Ramadão está prestes a começar, então comece hoje mesmo a pensar nisso e prepare-se para o receber.

É essencial que se esforce ao máximo para preparar o acto do jejum, da oração, dos duás, da leitura do Alcorão e da doação para a caridade.

Dessa forma, incha’Allah, será capaz de se concentrar nas bênçãos desse mês e não se deixar distrair pela sua própria incapacidade de auto-domínio ou de permanecer, por exemplo, de pé durante longos períodos na salah, etc.

Treine o equilíbrio e lembre-se que está a tentar agradar a Allah que é misericordioso. Pratique a adoração com fé e esforce-se, incessantemente, esperando a recompensa de Allah Subhaanahu wa Ta ala.

Torne este Ramadão melhor que o anterior, incha´Allah!

Ramadan Mubarak!

Wassalam.

Posted on

O Alcorão não é “letra tornada morta pela evolução da humanidade”

Por: Mahomed Yiossuf Mohamed Adamgy

In CARTA DIRIGIDA AO DIRECTOR DO JORNAL “PÚBLICO”

Stº. Antº. dos Cavaleiros, 31 de Março de 2004.

Exmº. Senhor Director do Jornal “Público”

Com os meus cordiais cumprimentos, venho pedir a sua atenção para o seguinte:

Publicou a jornal “Público” de 19. Março.04, um belíssimo artigo encabeçado pelo título “Islão, Terror e Mentiras”, subscrito pelo vosso conceituado colaborador e analista Dr. Miguel Sousa Tavares.

Na sua qualidade de organização vocacionada para estudo e divulgação do Islão em Portugal, a revista “Al Furqán” entende ser seu dever comentar e esclarecer, sob o ponto de vista Islâmico, a forma pouco correcta e parcial como foi apresentado o seguinte parágrafo escrito no final da rubrica 1., no intitulado artigo “Islão, Terror e Mentiras”, que passo a citar:

“Onde estão as vozes dos imãs, dos muftis, dos teólogos do Corão, para virem explicar aos seus seguidores que metade do que lá está escrito é letra tornada morta pela evolução da humanidade, e a outra metade jamais poderá ser aceite como mandamentos de um Deus que exige, perdoa e garante a vida eterna a quem deixa umas mochilas carregadas de dinamite nuns comboios para deixar no chão um mar de corpos e vidas esventradas, mulhers, crianças, cristãos e muçulmanos, despedaçados num horror que insulta a condição humana?”.

1) – Se “o Corão é letra tornada morta pela evolução da humanidade”, também, por essa ordem de ideias, seria letra tornada morta o Evangelho e a Tora (Bíblia, com Velho e Novo Testamento).

2) – Nenhuma das “vozes dos imãs, dos muftis, dos teólogos do Corão, jamais virão explicar aos seus seguidores que metade do que lá está escrito é letra tornada morta pela evolução da humanidade”, visto que eles, assim como 1,3 bilião de pessoas no mundo, acreditam piamente que o Alcorão é a palavra de Deus.

3) – No que respeita “a outra metade”, que presume-se estar referido ao actos de jihad, terror, martírio e suicídio, feitos por alguns islâmicos, gostaria de esclarecer o seguinte:

“Se há qualquer martírio nestes actos terroristas (como por exemplo nos atentados de 11 de Março em Madrid) foi certamente o dos bravos bombeiros, polícias e outros que actuaram para salvar vidas humanas e sacrificaram as suas próprias vidas neste processo”, conforme disse recentemente o Sheik Hamza Yusuf. Segundo este estudioso Islâmico de nacionalidade americana, cujos artigos sobre o Islão são difundidos internacionalmente, “os terroristas são assassinos em massa e não mártires”. E se eles são islâmicos, então são “inimigos do Islão.”
Fanáticos religiosos de qualquer credo são pessoas frustadas, que acabam por manifestar o seu desespero, fazendo frequentemente coisas horríveis. Se estes homens realmente são árabes, muçulmanos, trata-se obviamente de pessoas muito doentes, e por conseguinte, nem sequer se deve olhar estes factos como uma questão religiosa. é política. Política trágica. Não há nenhuma justificação Islâmica para isso. é a mesma coisa que ocorria quando algum extremista irlandês usava o Catolicismo como desculpa para matar ingleses. Não são mártires.
é de recear alguma histeria que estes acontecimentos trágicos possam provocar na Europa e é importante o papel que os muçulmanos e não-muçulmanos têm que assumir, em oposição a toda esta espécie de violência. Não se pode matar pessoas inocentes. No Islão, as únicas guerras que são permitidas são entre exércitos que se devem empenhar nos campos de batalha e de uma forma nobre. O Profeta Muhammad (s.a.w.) disse: “Não deveis matar mulheres ou crianças ou não-combatentes e nem deveis matar pessoas velhas ou pessoas religiosas”. E ele mencionou, textualmente, os padres, freiras e rabinos. E disse: “Não deveis destruir árvores de fruto e nem envenenar os poços dos vossos inimigos.”
A verdade é que há alguns muçulmanos – não importa quão insignificante seja o seu número – que consideram que estes actos são actos religiosos e de auto-sacrifício. E isso está errado. Não é Alcorânico. Deturpa o Islão nos corações e nas mentes de milhões.

Quando perguntaram ao Sheikh Yusuf porque é que algumas pessoas consideram os terroristas ou sequestradores como mártires, ele respondeu que “isso é uma abominação.” Eles “são assassinos em massa, pura e sinplesmente”. São “como aqueles cristãos que, em alguns países ocidentais, atacam clínicas de aborto ou matam médicos que o praticam. Não acho que mais ninguém na Comunidade Cristã, para além de uma pequena minoria de extremistas, ataque clínicas de aborto ou médicos que o praticam.”

Perguntar-se-á então: porque há um apoio tão forte àqueles ataques terroristas em algumas partes do mundo? A resposta será porque nós estamos a viver uma época de ignorância e de perda de valores de ordem social. As pessoas estão muito confusas e espiritualmente empobrecidas. O que os americanos e os euopeus sentem agora, vem sendo sentido há muito por árabes, libaneses, palestinianos, bósnios, etc. Os Judeus também o sentiram. E ainda há muitos Judeus vivos que se lembram com medo e terror do que aconteceu na Europa durante o nazismo.

O ponto fundamental da questão é que os ciclos de violência têm que parar. é uma loucura, especialmente quando vivemos num mundo que já tem armas nucleares. As pessoas dizem que este foi um ataque contra a civilização humana. E isso é exatamente o que ocorreu. Acho que todos nós temos que nos perguntar se a vingança indiscriminada vai ajudar a preservar essa civilização. O Sagrado Alcorão diz aos muçulmanos para não deixar que o ódio de algumas pessoas os impeçam de serem justos. Ser justo é uma exigência do crente Islâmico. Do crente Alcorânico.

Quanto ao conceito, muitas vezes errado de Jihad, devo aqui vincar que Jihad quer dizer “esforço”, “luta”. O Profeta Muhammad (s.w.a) disse que “a maior jihad é a luta de um homem contra as más influências que actuam sobre ele.” Também se refere ao que os cristãos chamam de “Guerra Justa”, que é travada contra a tirania ou opressão – mas debaixo de uma autoridade estatal legítima.
Quanto ao conceito de mártir (em árabe, “Shahid”), traduzido à letra significa testemunha. O mártir é aquele que testemunha a verdade e, em prol dela, sacrifica a própria vida. Há pessoas como, por exemplo, Martin Luther King, que seriam consideradas mártires das suas causas. Também se a casa, a família, a propriedade, a terra ou a religião de uma pessoa for ameaçada, então ela pode, com justiça, defender tudo isso com a sua vida. Se perecer, essa pessoa é um mártir.

E o maior mártir perante Deus é aquele se levanta na presença de um tirano, fala a verdade e é morto por isto. Ele é martirizado. E o Profeta disse que um mártir não terá que prestar contas no Dia do Juízo. é um acto através do qual ele será perdoado. Mas o Profeta também disse que há pessoas que matam em nome do Islão ou da Verdade e irão para o Inferno. E isso “porque eles não lutavam verdadeiramente pela causa de Deus (ou da Verdade)”

Quanto ao suicídio, é um acto “haram” (ilícito) no Islão. é proibido, como um pecado mortal. Um assassinato é igualmente “haram”. E matar civis é um assassinato.

Termino este esclarecimento, solicitando à V. Exª. , como ilustre Director do Jornal “Público”, que do mesmo seja dado conhecimento aos leitores que, desta forma, ficarão em melhores condições para tirar as conclusões que se impuserem às suas consciências. Os Muçulmanos de Portugal agradecem e esperam, democraticamente, ver publicado o seu ponto de vista, que se fundamenta em princípios históricos e doutrinais, que devem ser postos ao alcance de quem busca, sinceramente, a Verdade.

Posted on

Aborto, e se for violação ou incesto?

O Islão valoriza a vida humana. Isto é expresso claramente no Sagrado Alcorão quando nos diz que aos olhos de Deus matar um ser humano é um assunto muito sério (5:32).

O Alcorão ensina que no Dia do Juízo os pais que mataram os seus filhos serão julgados por esse crime, e os seus filhos serão as suas testemunhas de acusação (81:8-9).

As pessoas temem frequentemente que ter mais filhos os torne mais pobres. Respondendo a isso, o Alcorão diz: “Não mateis os vossos filhos por medo da pobreza. Nós providenciaremos para vós e para eles” (17:31). Mesmo no caso em que já se é pobre, o Alcorão insiste que Deus fornecerá sustento para nós e para os nossos filhos, tanto mais que Deus tornou a vida humana sagrada (6:151).

O direito à vida é uma dádiva de Deus. Nenhum ser humano deve tirar esse direito. A regra geral, por isso, é que o aborto não é permitido no Islão.

No entanto, o Islão é uma religião muito prática. Inclui princípios para lidar com casos excepcionais. Um desses princípios é que, quando a gravidez ameaça a vida da mãe, pode-se realizar o aborto. Embora as vidas da mãe e da criança sejam ambas sagradas, neste caso é melhor salvar a vida principal, a vida da mãe. Mesmo neste caso, será melhor se o aborto for feito antes do feto ter 120 dias, pois é quando a alma entra no feto.

O Islão não permite o aborto em outros casos. Mulheres que foram vítimas de violação ou incesto naturalmente que merecem simpatia e ajuda. Mas uma criança concebida desta maneira infeliz tem direito a viver. Claro que isto coloca um fardo indesejável na mãe, mas matar a criança não é a solução certa. Para entender melhor este ponto, suponham que alguém vê as camadas mais pobres da sociedade como um fardo indesejável para os ricos. Seria então correcto matar todos os pobres? Claro que não. Então porque é que alguém pode decidir que uma pessoa seja morta só porque é um fardo indesejável? A sociedade como um todo deve ajudar a mãe e aliviá-la o mais possível. Mas a criança não deve ser morta. Mais ainda, o facto de que tais casos acontecem é uma indicação de que as pessoas necessitam desesperadamente de alimento espiritual. Elas necessitam dos ensinamentos puros que as ajudarão a afastar a sua mente do adultério, violação e incesto. As pessoas necessitam de Deus. Podereis ajudar alguém a voltar-se para Deus?