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A condenação da escravatura no Islão

Coord. por: M. Yiossuf Adamgy

in Revista Al Furqán, nº. 142, de Novº./Dezº.2004

Entre muitos outros conceitos errados sobre o Islão está a ideia de que ele sanciona a escravatura e permite aos seus seguidores escravizar prisioneiros de guerra, em particular mulheres e estabelecer relações extra-matrimoniais com elas. Afirmamos veementemente que o Islão não tem sequer a mais leve ligação com escravatura e concubinagem. Pelo contrário, proíbe, absolutamente, estas práticas. È deveras ultajante associar tais barbaridades com uma religião revelada para elevar a humanidade.

O aspecto que precisa de ser analisado e o qual, talvez seja a causa de ideia errada, é o de que o Islão tenha adoptado um processo gradual para abolir a instituição da escravatura devido às condições sociais prevalecentes na Arábia nessa época.

Deve-se ter sempre em mente que a escravatura era parte integral da sociedade pré-Islâmica Árabe desse tempo. Havia muitos escravos, homens e mulheres em quase todas as casas. Isto devia-se especialmente a duas razões: Primeiro, durante esses tempos, era prática habitual repartir os prisioneiros de guerra em que eles eram distribuídos entre o exército que os capturara. Segundo, havia grandes mercados de escravos na Arábia, nessa época, onde sem terem de pagar direitos, homens e mu- lheres de todas as idades eram vendidos como animais.

Nestas circunstâncias, nas quais a escravatura se tinha tornado num constituinte essencial da sociedade Islâmica, o Islão adoptou um caminho gradual para eliminá-lo. Uma ordem imediata de proibição teria criado imensos problemas sociais e económicos. Ter-se-ia tornado impossível para a sociedade, providenciar as necessidades de um grande exército de escravos, que de outro modo estariam dependentes de várias famílias. Também o tesouro nacional não se encontrava em condições de os sustentar a todos numa base permanente. Um grande número entre eles eram idosos e incapazes de se sustentarem a eles mesmos. A única alternativa que lhes restava, se eles fossem instantaneamente libertados, teria sido voltarem-se para a mendicidade e tornarem-se um fardo para a sociedade. A questão de raparigas e mulheres escravas ainda era mais crítica, tendo em conta os seus baixos padrões morais. Libertá-las, de repente, teria apenas resultado num aumento tremendo dos bordéis.

Talvez a razão que está por trás desta gradual erradicação possa ser melhor compreendida se considerarmos a posição que o proveito lucrativo ocupa na nossa economia, hoje em dia. Ninguém pode refutar que a estrutura da nossa economia nacional é orientada para o interesse do proveito lucrativo (juros). É visível a qualquer olho arguto como o parasita dos juros tem mutilado a economia nacional. Contudo, não se pode negar o facto de que sem ele o nosso actual sistema económico não se pode auto-sustentar. Qualquer pessoa razoável reconhecerá que hoje em dia se um governo quiser ver-se livre desta ameaça, então, apesar da sua superior proibição no Islão, terá de adoptar uma metodologia gradual. Durante este entretanto os negócios baseados no juro terão de ser tolerados e leis temporárias terão de ser criadas para segurar esses negócios, do mesmo modo que o Alcorão deu certas directivas temporárias relativamente aos escravos durante o período que medeia entre a sua erradicação gra- dual. Uma estrutura de economia alternativa terá de ser incorporada de forma firme no lugar da (economia) existente. Uma abolição súbita sem a existência de outra base, apenas apressará o colapso total do sistema económico, o qual, certamente, será desastroso para o país.

Para afastar um desastre e para prevenir uma catástrofe semelhante o Islão adoptou um esquema progressivo e gradual, há mil e quatrocentos anos atrás, para lidar com desumana instituição da escravatura. De seguida, estão descritas algumas das medidas que tomou neste assunto:

  1. No inicio do período de Meca declarou que a emancipação dos escravos era um grande acto de piedade. As suras iniciais da Meca apelavam aos Muçulmanos para libertarem tantos escravos quanto possível.
  2. O Profeta (s.a.w.) inequivocamente apelou aos Muçulmanos que elevassem o nível de vida dos escravos e o colocassem ao seu próprio nível. Isto, certamente tinha como objectivo desencorajá-los de persistirem em tê-los.
  3. Era divinamente ordenado para a expiação dos pecados, a libertação dos escravos (alforria).
  4. Todos os escravos, homens e mulheres, que tivessem meios para se sustentarem na sociedade eram encaminhados para que se casassem entre si a fim de elevar os seus padrões morais e sociais.
  5. Era nomeada uma pessoa permanente do tesouro público para libertar homens e mulheres escravos.
  6. Era totalmente proibida a prostituição, a qual era largamente praticada entre escravas, que eram maioritariamente forçadas pelos seus senho- res a fazê-lo.
  7. Os nomes insultuosos de ‘abd e amah’ pelos quais os escravos homens e mulheres eram chamados, foram revogados para que as pessoas parassem de os olhar como escravos. Em seu lugar foram introduzidas as palavras fata (rapaz) e fatat (rapariga)
  8. Finalmente a lei de mukatibat forneceu aos escravos um acesso muito fácil para o portão da liberdade. Cada escravo que fosse capaz de se sustentar era permitido por lei que se libertasse desde que ou ele desse uma determinada quantia em dinheiro ao seu senhor ou fizesse determinados recados para ele. Depois disto ele poderia viver como um homem livre. Uma pessoa especial no tesouro, era nomeada com este propósito; também pessoas ricas eram solicitadas para que ajudassem os escravos neste assunto. O resultado liquido desta lei foi que apenas os escravos aleijados ou demasiado velhos foram deixados para que os seus senhores os sustentassem, o que não só foi um factor em seu favor, como também evitou que eles se tornassem um peso económico para a sociedade.

No que diz respeito ao caso dos prisioneiros de guerra, o Alcorão orientou os Muçulmanos para que os libertassem, quer por generosidade quer mediante resgate. Não havia nenhuma segunda opção:

“E quando vos enfrentardes com os incrédulos, (em batalha), golpeai-lhes os pescoços, até que os tenhais dominado, e tomai (os sobreviventes) como prisioneiros. Libertai-os, então, por generosidade ou mediante resgate, quando a guerra tiver terminado. Tal é a ordem. E se Deus quisesse, Ele mesmo ter-Se-ia livrado deles; porém, (facultou-vos a guerra) para que vos provásseis mutuamente)…”. (47:4)

Como o Profeta (s.a.w.) continuou a obedecer a esta directiva constitui um capitulo de ouro da História Islâmica, e nós iremos agora descrever brevemente alguns dos seus aspectos mais importantes.

È um facto histórico bem conhecido que na batalha de Badr – o primeiro grande encontro com os Coraixitas – cerca de setenta prisioneiros foram capturados pelo exército vitorioso Muçulmano.

A maioria destes prisioneiros foram libertados contra o pagamento de uma certa quantia em dinheiro de resgate enquanto os que não conseguiam arranjar este dinheiro eram libertados se ensinassem um certo número de crianças da tribo de Ansar, a escrever.

Na batalha de Bani Mustaliq, alguns prisioneiros capturados foram libertados no campo de batalha, por generosidade, enquanto outros foram libertados sob resgate. O Profeta (s.a.w.) trouxe os restantes prisioneiros para Medina e enquanto esperavam que as suas famílias os procurassem, deixou-os sob custódia temporária dos seus Companheiros. Entre eles encontrava-se também Sayyidah Jawairiyah. O seu pai chegou com alguns camelos como resgate. O Profeta (s.a.w) questionou-o relativamente a dois camelos bem constituídos que ele tinha escondido atrás. Isto surpreendeu-o tanto – pois ele sabia que não havia maneira de o Profeta (s.a.w.) ter sabido deles – que ele aceitou a fé islâmica. Ao mesmo tempo Sayyidah também aceitou a fé. O Profeta (s.a.w.) propôs casamento à jovem ao que o pai deu o seu consentimento. Após isto o casamento foi realizado . O resultado deste casamento foi que todos os prisioneiros de guerra que restavam foram libertados pelos soldados Muçulmanos, uma vez que acharam não ser apropriado manter os parentes do Profeta em cativeiro.

Na batalha de Khaibar, após um tratado de paz com o inimigo ter ficado concluído, as forças Muçulmanas cruzaram-se com Saffiyah bint Huyee – uma viúva indefesa de uma família aristocrata. O seu pai, Huyee bin Akhtab – um proeminente líder dos Judeus – tinha sido morto na batalha de Quraizah. O Profeta (s.a.w.) libertou-a e deu-lhe a escolher entre regressar à sua família ou de casar com ele se ela quisesse. Saffiyah deu-lhe o consentimento. Em consequência, o casamento realizou-se.

Na batalha de Hunain, milhares de prisioneiros foram capturados pelo exército Muçulmano. O Profeta (s.a.w.) esperou durante muitos dias que o seu povo viesse buscá-los mas eles nunca apareceram. Assim sendo, o Profeta (s.a.w.) regressou a Medina e distribuiu-os entre os soldados. Porém, após um intervalo de muitos dias, os seus parentes apareceram. O Profeta (s.a.w.) disse que não tinha nenhuma objecção em lhes devolver a sua parte, mas no que respeitava às outras tribos, ele apenas lhes poderia pedir que o fizessem. Mais tarde, quase todas as pessoas entregaram os seus prisioneiros quando o Profeta (s.a.w.), subsequentemente, ofereceu seis camelos por cada prisioneiro dos despojos que eles obteriam na próxima batalha. Isto foi para eles o suficiente para suprir a indemnização da sua parte.

Por conseguinte, o Profeta Muhammad (s.a.w.), ao longo da sua missão, seguiu as directivas do Alcorão de libertar os prisioneiros de guerra, tanto por generosidade ou mediante resgate. Porém, há talvez apenas uma situação na vida do Profeta que se pode tornar uma fonte de má interpretação neste campo. Isto aconteceu quando da batalha com a tribo Judaica de Banu Quraizah, em que todos os prisioneiros homens foram executados e as mulheres e crianças foram feitas escravas. Uma análise de todo o assunto mostra que o exército Muçulmano tinha sitiado o forte deles durante quase um mês. Finalmente, eles pediram para ser nomeado Sa’ad bin Mu’aaz, líder da tribo de Aus, como árbitro e prometeram aceitar de boa vontade a sua decisão. Mas Sa’ad bin Um’azz, para grande tristeza deles, tomou a sua decisão de acordo com a Shariah Judaica. De acordo com a Shariah Judaica os prisioneiros homens eram executados enquanto as mulheres e crianças eram tornadas escravas.(1) É, portanto, claro que a Shariah Islâ- mica não podia vir em socorro deles neste assunto uma vez que confrontaram o assunto de acordo com a sua própria lei e através de uma pessoa que eles mesmo tinham nomeado como mediador.

Durante o final do reinado dos Califas Piedosos também a prática da abolição da instituição da escravatura continuou com toda a força. Contudo, apesar de todas estas medidas extensivas terem atra- vessado quase metade de uma década, é um facto adquirido que não foi senão na viragem deste século que a humanidade foi capaz de se livrar completamente desta instituição. Acreditamos que a razão para tal, deve ser procurada nas complexidades sociais que existem numa comunidade. È extremamente difícil erradicar hábitos e tradições que estão profundamente enraizados numa sociedade. A sociedade como um todo não aceitou a reforma come- çada pelo Islão. Uma situação semelhante pode ser observada no caso do quadro político enfrentado pelo Islão. Ele condenou totalmente a instituição da ditadura na qual um governante déspota e os seus poucos homens de confiança exerciam poderes absolutos. Estabeleceu um governo que era demo- crático no sentido de que alcançou o governo atra- vés de um mandato maioritário. Ao longo do reinado dos Califas Piedosos este princípio permaneceu em força para a eleição do governante. Contudo, depois do fim do reinado dos Califas Piedosos, a sociedade Árabe rejeitou este sistema e retrocedeu para a ditadura.

(1) – Quando marcharem para atacarem uma cidade, façam uma oferta de paz ao seu povo. Se eles aceitarem e abrirem os seus por- tões, todas as pessoas nela se devem submeter a trabalhos forçados e trabalhar para vós. Se eles recusarem a fazer a paz e vos enfrentarem em batalha, façam cerco a essa cidade. Quando o Senhor vosso Deus a entregar na vossa mão, ponham sob a espada (matem) todos os homens dela (cidade). Quanto às mu- lheres e crianças, o gado e tudo o resto da cidade, podeis tomá-los como produto de saque para vós mesmos. E podem usar o saque que o Senhor vosso Deus vos dá dos seus inimigos. É assim que devem tratar todas as cidades que estão distantes de vocês e que não pertençam a países vizinhos. – (Deuteronómio, 20:10-15)

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Concedam aos vossos companheiros Muçulmanos os seus direitos

Ash-Shaikh ‘Abdur-Rahmaan bin Naasir As-Sa`dee (Rahimatullaah)

Fonte: Bahjatu Quloob il-Abraar wa Qurratu ‘Uyoon il-Akhyaar fee Jaami’ il-Akhbaar, pp. 65-67

Abu Hurayrah (radhiyallaahu ‘anhu – que Allah esteja satisfeito com ele) refere que o Mensageiro de Allah (sallallaahu ‘alayhi wa sallam – que a paz e as bençãos de Allah estejam com ele) disse o seguinte: “Os deveres de um Muçulmano relativamente te a um seu companheiro são seis”. Disse-lhe: “E quais são eles, ? Mensageiro de Allah”, ao que ele respondeu: “Quando se cruzarem com eles, cumprimentem-nos com a saudação da paz, quando vos convidarem, respondei ao seu convite, quando procurarem o vosso conselho, aconselhai-os honestamente, quando as pessoas espirrarem e louvarem a Allah, supliquem para que a Sua misericórdia esteja com eles, quando adoecerem, visitai-os e quando falecerem, acompanhai-os (i.e., compareçam ao seu funeral”. (Muslim)

O PRIMEIRO DIREITO:

“Quando se cruzarem com eles, cumprimentem-nos com a saudação da paz”. Na verdade, a saudação da paz é a origem do amor de uns para com os outros, o que tem como resultado a fé (Al-Imaan), que faz com que a pessoa entre no Paraíso. Segue-se o que o Profeta (sallallaahu ‘alayhi wa sallam) disse a este respeito: “Por Aquele em Cujas Mãos depositei a minha alma, nenhum de vós entrará no Paraíso, senáão quando acreditardes, e nenhum de vós acreditará, senão quando vos amardes uns aos outros. Não vos indico eu algo que, se fizerdes, levar-vos? a amar-vos uns aos outros? Espalhai a saudação da paz entre vós”. A saudação da paz encontra-se em concordância com as virtuosas características do Islão. Porque, na verdade, cada uma das duas pessoas que se cruza com a outra, suplica para que esta seja salva do mal e lhe sejam concedidas a misericórdia e as bênçoes, o que só lhe trará o bem. E, o que se segue a isto, é um rosto alegre e palavras de saudação adequadas, o que terá como resultado a unidade e o amor, assim como a remoção de sentimentos de indiferença e afastamento. Assim sendo, cumprimentar com a saudação da paz é um dever do Muçulmano para com um seu companheiro, sendo que este é obrigado a retribuir com idêntica saudação ou outra melhor do que a que recebeu. E, as melhores de entre as pessoas, são aquelas que primeiro cumprimentam com a saudação da paz.

O SEGUNDO DIREITO:

“Quando vos convidardes, respondei ao convite”. Isto significa que, quando vos convidardes para comerdes ou beberdes, respondei ao convite com que o vosso irmão vos honrou. Aceitai comparecer, a menos que vos seja completamente impossível fazê-lo.

O TERCEIRO DIREITO:

A declaração do Profeta (s.a.w.): “E quando procurarem o vosso conselho, aconselhai-os honestamente”. Isto significa que, quando fordes consultado relativamente a algo, se se deve ou não fazer, aconselhai essa pessoa, dizendo exactamente aquilo que faríeis se estivésseis no lugar dela. Assim sendo, se aquilo que ela pretende fazer for benéfico em todos os aspectos, encorajai-a a fazê-lo, mas, se for algo prejudicial, aconselhai-a a não o fazer. E, caso o que ela pretende fazer, tanto seja benéfico, como prejudicial, então, explicai-lho e pesai os pros e os contras. Do mesmo modo, caso essa pessoa vos consulte sobre o modo como lidar com outro alguém, ou se deve ou não desposar uma mulher divorciada, ou casar-se, aconselhai-o sincera e honestamente, dando-lhe a saber qual o vosso ponto de vista, e como reagiríeis na mesma situação. E evitai enganá-lo seja no que for. Porque, na verdade, quem quer que engane os Muçulmanos, é porque não é um deles, tendo, de facto, menosprezado a obrigação de ser sincero e bom conselheiro. E, esta sinceridade e predisposição para aconselhar, são absolutamente obrigatórias, não obstante o facto de serem mais enfatizadas quando é a própria pessoa a procurar o vosso conselho, solicitando-vos que lhe dêem uma opinião que seja benéfica. Foi por este motivo que o Profeta (sallallaahu ‘alayhi wa sallam) o referiu especificamente nesta importante situação.

O QUARTO DIREITO:

“E quando espirrarem e louvarem a Allah, supliquem para que a Sua misericórdia esteja com eles”. Isto deve-se ao facto de espirrar ser uma graça concedida por Allah, a qual permite expelir ar que se encontra congestionado em determinadas partes do corpo. Allah facilitou a expulsão desse ar, criando uma passagem por onde ele possa passar, o que alivia a pessoa que espirra. Assim sendo, o Profeta (sallallaahu ‘alayhi wa sallam) determinou que o Muçulmano diga a esse seu irmão o seguinte: “Que Allah seja misericordioso para contigo”. Ordenou também à pessoa que espirra que lhe responda, dizendo: “Que Allah te oriente, assim como aos teus assuntos”. Por conseguinte, quem quer que não louve a Allah, não merece que outros supliquem para que Este seja misericordioso para com ele. Neste caso, esta pessoa ninguém mais pode culpar, senão a si mesma, visto ter sido ela a única responsável por ter perdido as duas bênções: a bênção de louvar a Allah, e a bênção da súplica do seu irmão, resultado do seu louvor.

O QUINTO DIREITO:

A declaração do Profeta (s.a.w.): “E quando adoecerem, visitai-os”. A visita ao doente é um dos direitos de que usufrui um Muçulmano, e o dever que outro tem para com ele, especialmente se se tratar de uma pessoa de elevada importância e destaque para connosco, como é o caso de familiares, amigos, etc. A visita prestada aos enfermos é tida como um dos melhores actos. E, quem quer que visite o seu companheiro Muçulmano, imerge na misericórdia de Allah e, quando se senta próximo do doente, ambos estão cobertos pela misericórdia do Criador. E, quem quer que visite o Muçulmano doente logo ao amanhecer, os Anjos enviar-lhe-ão orações e bênções até anoitecer; do mesmo modo, quem quer que o visite ao anoitecer, os Anjos enviar-lhe-ão orações e bênções até amanhecer. Aconselha-se que a pessoa que visita o enfermo suplique pela sua cura e o mantenha tranquilo. Ser-lhe-á mais fácil tranquilizá-lo, isto no que respeita às suas preocupaç?es, dando-lhe notícias agradáveis de bem-estar e de recuperação (i.e., sendo positivo). Deve recordar-lhe o dever de arrepender-se e de voltar-se para Allah, dando-lhe uma advertência benéfica. Não deverá permanecer por muito tempo junto da pessoa doente (i.e., que ultrapasse o perãodo de tempo em que é bem vindo); pelo contrário, deve ficar apenas o tempo suficiente para cumprir o seu dever de visita ao doente, a menos que este seja afectado de forma positiva pelo facto de muitas pessoas o visitarem e permanecerem junto dele. Assim sendo, para cada situação existe um modo de agir diferente (i.e., um conselho de como lidar com o sucedido).

O SEXTO DIREITO:

A declaração do Profeta (s.a.w.): “E se falecerem, compareçam ao seu funeral”. Porque, na verdade, quem quer que acompanhe o funeral até que se dê a súplica pelo falecido, receberá um Qiraat de recompensas. (Nota do tradutor: um Qiraat corresponde a uma quantia equivalente ao tamanho da Montanha de Uhud, em Medina). E, caso a pessoa acompanhe o funeral até que o corpo seja sepultado, recebe dois Qiraats de recompensas. Além de que, acompanhar o funeral, compreende o cumprimento de um dever para com Allah, o falecido e os respectivos familiares ainda vivos.

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Colapsos do mito: a Teoria da Evolução

Por: Harun Yahaya

Original na língua Inglesa, enviado da Turquia especialmente para a AL FURQÁN

Nos meios de comunicação Ocidentais, encontramos frequentemente a Teoria da Evolução de Charles Darwin. Organizações de meios de comunicação preliminares, revistas conhecidas e respeitáveis levantam este assunto periódicamente. As “notícias” que normalmente utilizam é que a cadeia da evolução está completa pela recente descoberta de um “elo perdido”. Neste tipo de notícias, um crânio encontrado num canto do mundo tornou-se a maior prova dos antecedentes “macacos” do ser humano.

A aceitação do Impossível

A razão porque a evolução continua insuficiente para explicar este enigma é porque a vida assenta num equilíbrio infinito, começando nas proteínas, os blocos de contrução da vida, até ao corpo humano, a mais complexa das coisas vivas. A teoria da evolução ao negar a existência da criação consciente, não pode dar qualquer explicação à questão de como este equilíbrio é estabelecido e protegido sem consciência, mas sim só com coincidências.

Um dos mais fervorosos apoiantes da evolução, o cientista Russo A. I. Oparin, confessa esta impossibilidade no seu livro “A Origem da Vida”: “Mesmo o mais simples destes materiais (proteínas), que consiste em milhares de átomos de carvão, hidrogénio, oxigénio e nitrogénio, cada um com uma composição única, apresenta uma estrutura muito sofisticada. Para os que estudam a estrutura das proteínas, é tão impossível estas proteínas serem formadas ao acaso como o famoso poema “Eneida” do poeta Romano Virgílio ser composto por letras do alfabeto ao acaso.” (A. I. Oparin, in A Origem da Vida, p. 132-133).

Que seria mais lógico? Aceitar que um poema é escrito por um poeta consciente, ou dizer que sortidos de letras dispersos num bocado de papel em resultado de “coincidências impossíveis” produziram este verso? A evolução aceita este último argumento.

Outro cientista evolucionista confessa a impossibilidade da formação acidental de uma proteína com outro exemplo. Segundo ele, a probabilidade da formação de só uma das proteínas necessárias à vida (Cytochrome-C) é “como a probabilidade de um macaco escrever a história da humanidade à máquina sem se enganar – assumindo que ele carrega nas teclas ao acaso”.

Claro que aprovar tal probabilidade significa pôr de lado os princípios mais básicos da razão e do senso comum. Um livro da história da humanidade claro que é escrito por um autor; ninguém mentalmente são afirmaria que estas letras se juntaram “por coincidência”. O interessante é que o que a evolução defende é exactamente esta reivindicação sem sentido. A evolução é outro modo de admitir cegamente estas impossibilidades. Isto levanta a questão porque é que os evolucionistas continuam insistentemente a defender esta reivindicação extremamente sem sentido, e mais, tentam impôr este engano às pessoas através dos meios de comunicação?

O cientista do qual citámos atrás o exemplo do “macaco a usar uma máquina de escrever” também diz coisas interessantes sobre este assunto: “A probabilidade da formação de uma sequência Cytochrome-C é igual a zero. Se a vida necessita de uma certa sequência, é o mesmo que acontecer uma vez em todo o universo. Ou pode-se dizer que alguns poderes metafísicos para além da nossa definição devem ter agido na sua formação. Aceitar esta última hípotese não se adequa ao objectivo científico. Por isso, temos de tomar em consideração a primeira hipótese”. Como foi explicado atrás, a evolução é de facto uma teoria não apoiada pelas descobertas científicas. Mais uma vez, como nos dizem atrás, esta tentativa tem um objectivo, e mais importante é que este objectivo necessita de negar o facto que as coisas vivas são criadas por Deus.

Esta situação conduz-nos à missão real da Teoria da Evolução: A teoria é avançada não para revelar os factos, mas para os distorcer. O seu maior objectivo é abolir as crenças religiosas.
Bem, qual pode ser a razão? Quem beneficiaria com a eliminação da religião para fabricar uma mentira tão grande com esse fim e introduzi-la na mente das massas?

As Intenções Ideológicas por trás da Evolução

Para compreender porque a teoria da evolução é insistentemente defendida, temos de nos concentrar nos desenvolvimentos históricos que estão por detrás desta teoria.

Como se sabe, a Europa foi controlada principalmente pela autoridade da igreja até à actualidade. A partir do século XVI, esta ordem baseada em princípios religiosos começou a entrar em conflito com os interesses de grupos sociais que adquiriram grande riqueza através do comércio, mas sem poder político. Esta classe iniciou uma longa luta para acabar com a autoridade da Igreja. (Como sabem, a Revolução Francesa foi uma grande transformação social realizada devido a essa classe rica). Mas estes poderes seculares lutaram com a Igreja não só em termos sociais e políticos mas também num plano filosófico.

O espaço aberto pelo enfraquecimento ou eliminação das crenças religiosas foi preenchido pelas ideologias da mesma classe social. A primeira ideologia foi o liberalismo. O liberalismo foi seguido pelo socialismo, que se desenvolveu como uma reacção a aquele. Mais tarde, surgiu o fascismo misturado com o racismo.

Apesar das consistentes ideias opostas, estas ideologias eram todas sub-produtos do novo sistema secular e situavam-se no mesmo plano anti-religioso. Nenhuma delas falava da res- ponsabilidade do homem para com o seu Criador e da obrigação de viver segundo as Suas regras. Pelo contrário, os mais importantes que necessitavam de aderir a uma religião eram contra elas. A realidade que “o homem foi criado” não servia os seus propósitos. Por causa disto, eles necessitavam de uma explicação que provasse que o homem não tinha sido “criado”. Era digno de nota que o socialismo, a mais radical e franca destas ideologias sobre ser anti-religioso, mostrou um grande zelo para com esta nova teoria.

Karl Marx escreveu sobre o livro de Darwin, “A Origem das Espécies”, na sua carta para o seu amigo e camarada Friedrich Engels em 18 de Dezembro de 1860 que, este é o livro que apresenta as bases históricas naturais das suas ideologias. (Cartas de Marx e Engels, Vol. 2, p. 426).

O Darwinismo lançou as bases para o fascismo, que é um dos sub-produtos da nova ordem secular. Ao considerar algumas raças humanas superiores a outras, esta noção oferece que algumas raças excederam as outras no processo evolutivo. Esta opinião chamada “Darwinismo social” inspirou muitos racistas, de Arthur de Gobineau a Adolf Hitler.

É de notar que as maiores dinastias capitalistas como Rockefeller e Carnegie foram das primeiras a conceder apoio, tanto financeiro como verbal, ao desenvolvimento do Darwinismo nos E.U.A.. Várias fundações como a Fundação Rockefeller e a Instituição Carnegie fundadas por estas duas dinastias deram grande apoio financeiro às pesquisas evolucionistas realizadas até agora. Michael A. Cremo e Richard L. Thompson que fizeram notar este assunto no seu livro “A História Escondida da Raça Humana”, salientam que a Instituição Carnegie tinha como objectivo a vitória da “visão cosmológica científica que tenta tomar o lugar das velhas cosmologias religiosas” através do seu apoio. A Fundação Rockefeller apoia a mesma restringir os conceitos de Deus e espírito ao mundo da mitologia”.

Mentiras Encobertas

O significado ideológico de evolução faz com que seja apoiada com grande zelo pelos orgãos de comunicação que acreditam na sua importância. Por outro lado, os evolucionistas fizeram grande uso desta vantagem concedida pelo programa de “lavagem ao cérebro” dos meios de comunicação. Muitas pessoas acreditam tão incondicionalmente na evolução que nem perguntam “como” e “porquê” sobre o que os evolucionistas escrevem.

Por exemplo, mesmo no livro evolucionista mais “científico”, “a transferência da água para terra”, que é um dos maiores enigmas da evolução, é explicada com uma simplicidade ridícula. De acordo com a evolução, a vida começou na água e os primeiros animais desenvolvidos são peixes. A teoria afirma que um dia estes peixes começaram a precipitar-se para terra por qualquer razão (!).

E novamente, segundo a teoria, os peixes escolheram viver na terra, tiveram pés em vez de barbatanas e pulmões em vez de guelras. Mesmo nas fontes mais “científicas”, o absurdo desta afirmação é escondido por algumas frases como “a transferência da água para terra realizou-se”. Como é que se realizou esta transferência? Se supusermos que a alegada seca aconteceu e os peixes se tiveram de deslocar para terra, o que pode ter acontecido aos peixes? A resposta é evidente. Todos os peixes morreriam em poucos minutos. Ninguém pode dizer que “talvez alguns destes peixes por acaso adquiriram pulmões ao fim de quatro milhões de anos no momento em que sofriam, perto da morte”. Porque isto não faz o mínimo sentido. Mas é exactamente a hipótese dos evolucionistas.

As “formas intermédias transitórias” empregadas pelos evolucionistas para provar estas transformações imaginárias são bons exemplos de engano e distorção. Por exemplo, um peixe chamado Coelacanth (Rhipitistian Crossopterigian) apresentado pelos evolucionistas como a forma de transição da água para terra e como um organismo exterminado há quase 70 milhões de anos, foi encontrado vivo em 1939 perto de Madagáscar, para grande espanto dos evolucionistas. O mesmo peixe foi apanhado mais vezes no mar alto. E viu-se que os orgãos que fizeram os evolucionistas apresentá-lo como a “forma intermédia transitória”, (alcova do ouvido interno, espinha dorsal do tipo da cabeça, bolsa natatória), não têm nenhuma dessas qualidades.

O mesmo acontece com todos os outros fósseis apresentados como “formas intermédias transitórias”. Algumas confissões dos evolucionistas sobre o assunto são muito interessantes. Por exemplo, o bem conhecido cientista da natureza, A. H. Clark, diz: “Como não temos nem uma única prova que indique uma transição entre os fósseis e os grupos vivos, então temos de aceitar necessariamente que tais formas transitórias nunca existiram”.

Um conhecido genético e evolucionista, Richard B. Goldschimdt, confessa que não há nenhuma “forma intermédia transitória” e aceita que as espécies “se originaram de repente”. E é claro que “se originar de repente” significa serem criadas.

Embora os evolucionistas estejam embaraçados a nível científico, isto não os impede de enganar o homem comum dentro dos “limites da ciência”. Imaginem um desenho que representa a transferência da água para terra, inventem palavras latinas para o animal na água, o seu “descendente” em terra, e a “forma intermédia transitória” do meio (que é um animal imaginário) e fabriquem então uma mentira encoberta: “Eusthenopteron transformado primeiro em Rhipitistian Crossoptergian, depois em Echthyostega num longo processo evolutivo”. Se puserem estas palavras na boca de um cientista com óculos grossos e uma bata branca, conseguem convencer muitas pessoas. Porque no dia seguinte os meios de comunicação que se empenharem a difundir a evolução, terão anunciado a boa nova ao mundo com grande entusiasmo. Para a maioria que vê o mundo através dos olhos dos meios de comunicação, isto será mais do que suficiente.

Outra mentira encoberta são os desenhos de “reconstrução” produzidos pelos evolucionistas. Podem encontrar muitos nas publicações evolucionistas. Nestes desenhos, criaturas metade homem metade macaco são vistas como uma família. Com um corpo peludo, um andar levemente curvado, e uma cara entre o homem e o macaco, estas criaturas são desenhadas de acordo com os chamados fósseis encontrados pelos evolucionistas.

No entanto, estes desenhos não têm sentido. Porque os fósseis encontrados só dão informação sobre a estrutura óssea do ser. Estes fósseis não revelam qualquer informação sobre quão “peludo” era o corpo do ser vivo. Da mesma forma, não se tem qualquer informação sobre o nariz, orelhas, lábios e cabelo do ser vivo. No entanto, os evolucionistas desenham sobretudo os orgãos como o nariz, lábios e orelhas como meio homem, meio macaco.

Os evolucionistas inventam histórias tão pomposas que podem associar ao mesmo crânio muitas faces diferentes. Por exemplo, as três reconstruções totalmente diferentes de um fóssil chamado Australopithecus obustus (Zinjanthropus) são um bom exemplo disso. O imaginário homem do Nebraska “descoberto” de um dente de porco e desenhado com a sua família, com uma aparência meio humana, meio de macaco, é outro exemplo que ilustra a extensão do poder de imaginação dos evolucionistas.

Como é que cientistas tão eminentes podem fabricar todas estas imagens? Mas estes cientistas “fabricam” estas imagens no sentido literal da palavra. Porque, a evolução não é mais do que um fabrico lógico que não pode ser certificado por qualquer descoberta substancial (empírica). A razão porque este fabrico é publicitado em todo o mundo há um século e meio como um facto absoluto, é porque ele sustenta a ordem do mundo moderno governado por sistemas ideológicos seculares. Como descrito neste artigo, as ideologias desta ordem do mundo necessitam dos conceitos Darwinistas para se justificarem e, portanto, continuarem a manter em força este grande engano.

Conclusão

Toda a informação revelada pela biologia moderna mostra que a origem da vida, principalmente a estrutura molecular dos seres vivos, não pode ser explicada por coincidência. A consciência superior que reina sobre todo o universo é a evidência final da existência de Deus. De facto, os nomes eminentes da microbiologia chegaram a uma posição em que não podem mais defender a evolução.Em vez dela, começa a difundir-se entre estes cientistas outra teoria: a teoria do “desenho inteligente”.

Os cientistas que defendem esta teoria fazem notar que é muito evidente que a vida tenha sido criada por um “desenhador” consciente. Há uma realidade substancial e uma lógica muito simples em perspectiva: um sistema complexo ou uma construção muito detalhada só se podem desenvolver com o auxílio de um desenho consciente. Por exemplo, ninguém que tenha visto as montanhas Rushmore nos E.U.A. duvida que as faces nesta montanha tenham sido desenhadas. Porque as faces dos quatro Presidentes Americanos gravadas na montanha são verdadeiras obras de arte. Seria totalmente sem sentido afirmar que se formaram por coincidência, ou seja por quaisquer factores naturais como vento, terramoto ou raio.

Este é o ponto a que a ciência nos conduziu. À medida que o mundo vivo é explorado, um desenho aparente é revelado, o qual introduz Deus e o Seu Poder Eterno. Não temos necessariamente de O ver para admitirmos a Sua existência. Deus apresenta-Se a nós com a ordem perfeita que criou no universo. Mas os evolucionistas encontram-se num beco sem saí- da uma vez que são incapazes de admitir esta realidade substancial. E eles bem continuarão num caos a não ser que o admitam.

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Cinco pilares do Islão

Deus instruíu os Muçulmanos no sentido de praticarem o que estabeleceu no Islão. Por conseguinte, o Islão assenta em cinco pilares:

Credo (Chahada)

Credo é o testemunho da existência de Um Único DEUS, e de que Muhammad é o Seu último Mensageiro.

Orações (Salat) A todos os Muçulmanos são requeridas cinco orações diárias em períodos definidos do dia.

Jejum (Saum)

O jejum consiste na abstinência total de alimentos e de líquidos, e das relações sexuais entre os casais (legitimados matrimonialmente), desde o nascer até ao pôr-do-sol, durante todo o mês de Ramadão.

Contribuição de Purificação (Zakat)

é o pagamento anual de 2,5 por cento do valor dos bens de um Muçulmano, que é distribuído pelos pobres, ou por outros beneficiários legítimos.

A Peregrinação a Meca (Hajj)

O cumprimento da Peregrinação a Meca (Makkah) é obrigatória uma vez na vida para todo o Muçulmano se, tiver meios disponíveis para a fazer. A celebração da “Hajj” é realizada, em parte, em memória das provações e tribulações do Profeta Abraão, sua esposa Agar e seu filho primogénito Ismael.

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Renovação da religião

Quando acontece uma renovação da Religião, significa que a sujidade e o pó se juntaram na face da “Verdadeira Religião”. As suas cores verdadeiras distorçeram-se e necessitam restauração para a forma original. Quando a renovação for completada, será revelado que a religião é algo quase diferente do que o Homem fez com que fosse.

Em 1509 Miguel Ângelo (1475-1564), pintor, escultor, arquitecto e poeta, foi contratado pelo Papa Julião para desenhar e pintar os frescos da Capela Sistina do Vaticano. O projecto foi completado em 1512. Nos 450 anos que passaram desde então, as côres originais utilizadas por Miguel Ângelo tornaram-se consideravelmente diluidas e, portanto, distorcidas. Uma razão para isto foi que um revestimento de cola animal foi espalhado sobre a superfície dos frescos no século XVII para evitar que o estuque estalasse. Esta cola então acumulou séculos de fuligem das tochas usadas na iluminação da Capela anterior ao advento da electricidade.

Sob o Papa João Paulo II, o Vaticano ordenou a restauração dos frescos. No início de 1986 os primeiros resultados do trabalho de limpeza foram apresentados ao público. A renovação revelou algumas coisas interessantes acerca do trabalho original de Miguel Ângelo. Inicialmente calculara-se que o mestre teria usado cores desmaiadas, crepusculares, mas agora parece que as cores que usou eram tão vibrantes que foi necessária iluminação difusa quando a limpeza terminou em 1988. Os historiadores de arte agora têm de rever todo o conceito da escola Florentina a qual Miguel Ângelo representava, pois os florentinos eram considerados os mestres do desenho, mas não da pintura. George Armstrong escreve no Guardian Weekly (de 16 de Fevereiro de 1986) que o axioma de Tintoretto (1518-1594) desenhar como Miguel Ângelo, pintar como Ticiano foi atirado por terra pelas cores restauradas da Capela Sistina. A renovação, diz Armstrong, revelou Miguel Ângelo sob uma nova luz.

Do mesmo modo, a natureza da verdadeira religião foi distorçida através dos séculos. Originalmente a religião foi revelada por Deus e ensinada na sua forma pura pelos Profetas. Então, quando cai nas mão de pessoas vulgares, estas corrompem a verdadeira mensagem, tornando-a de acordo com os seus próprios desejos. Visto que originalmente a religião se baseou na crença e no futuro. Mais tarde tornou-se instrumento para a aquisição de riquezas terrenas e de poder. A verdadeira fé, tal como transmitida pelos Profetas, sai do coração, mas a religião na sua forma corrupta torna-se um mero acumulado de ritos e cerimónias, isento de qualquer espírito verdadeiro. A religião na sua forma primitiva alimenta a humildade nos seus seguidores, protejendo a unidade do Homem; mas quando a religião se torna distorcida, torna-se uma fonte de orgulho, com um grupo a usá-la para afirmar a sua superioridade sobre o outro.

Quando isto acontece, significa que a sujidade e o pó se acumularam sobre a face da verdadeira religião. As suas verdadeiras cores tornaram-se distorcidas e necessitam de restauro à sua forma original. Quando a renovação se completar, será revelado que a religião é algo quase diferente do que o Homem a fez tornar-se. Alguns teólogos serão expostos como enganadores nas suas interpretações, assim como o público foi desencaminhado nas suas opiniões.