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O Islão e os Muçulmanos

O nome desta religião é ISLãO ou ISLAMISMO, que deriva da palavra arábica “Silm” / “Salam”, cujo significado é paz. “Salam” pode também significar “saudar-se reciprocamente com paz”. Significa mais do que isso – submissão a Um só Deus, e viver em paz com o Criador, consigo mesmo, com outras pessoas e com o ambiente. Desta forma, o Islão é um sistema de vida completo.

Um Muçulmano deve viver em paz e harmonia com todos; por conseguinte, um Muçulmano é qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo, cuja obediência, dedicação e lealdade são exclusivamente para Deus, o Senhor do Universo

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O início da transmissão das ciências e cultura Arábico-Islâmica

O Ínicio da Transmissão das Ciências e Cultura Arábico-Islâmica As Ciências e Cultura Arábico-Islâmica foram transmitidas à Europa principalmente através da imigração dos Moçárabes para outros locais da Europa; através de contacto comercial, e dos caminhos percorridos entre o Norte e o Sul da Europa, bem como entre o Oriente e o Ocidente; mediante as visitas diplomáticas entre os reis Germanos e Franceses, assim como através do domínio Muçulmano na Península Ibérica; através das traduções de livros e manuscritos; mediante os estudantes europeus que frequentavam as Universidades Muçulmanas em Espanha; e também através dos Judeus e dos Cruzados. Por estas evidências, podemos afirmar que as traduções levadas a cabo, de manuscritos e livros arábico-islâmicos, foram de uma extrema importância para o processo de transmissão das Ciências e Cultura Islâmica aos Europeus.

No que respeita ao exacto momento do início deste processo de transmissão, parece-nos existir um certo desentendimento no seio dos estudiosos desta temática. Alguns afirmam que a influência Muçulmana ter-se-á iniciado na Europa somente a partir do século XII, mas a descoberta de um testemunho do século X (984 da era Cristã) exige a reabertura desta questão. Num artigo intitulado “A Introdução da Ciência Muçulmana na Lorraine no século X”, de J. W. Thompson, verificamos que o autor tenta demonstrar dois pontos.

  1. O percurso intelectual existente entre a Espanha e a Europa, além-Pirineus, que era tão antiga quanto o Império Romano, nunca foi verdadeiramente encerrado.
  2. A Ciência Muçulmana foi introduzida nas escolas da Lorraine (na Alemanha) e foi aí desenvolvida muito antes de Gerbert.

Gerbert, ao que se sabe, foi um dos mais iluminados estudiosos europeus da 2ª. metade do século X, tendo-se dedicado ao estudo das matemáticas, astronomia, física, bem como outras ciências, sob o domínio Muçulmano na Espanha. Posteriormente Gerbert viria a ser Papa sob o nome de Silvestre II, no ano 999 da era Cristã. É interessante sublinhar o facto de que, no seu percurso de regresso da Andaluzia, Gerbert fundou escolas tanto em França, como na Alemanha. Falava a língua arábica tão fluentemente como qualquer árabe letrado o faria; com a ajuda de um globo regressou de Córdova e ensinou astronomia e geografia a centenas de estudantes, que a ele recorriam à procura de conhecimento.

Encorajou a utilização dos números árabes (que hoje são utilizados no mundo ocidental) que, gradualmente, substituiram o impróprio sistema numérico romano, na Europa. Alguns dos seus comentários e actos demonstram bem quão profundamente Gerbert se encontrava influenciado pelo ensinamento dos Muçulmanos.

Quando se tornou Papa, Gerbert costumava dizer: “Ninguém em Roma é suficientemente letrado para ser um Guardião”. Ele estremecia perante os pecados abomináveis, crimes e subornos dos Papas, e exclamava: “São estes pecadores ignorantes merecedores de adoração dos povos, como o vigário de Deus”?( 1 ) No entanto, Thompson demonstra que a relação intelectual entre a Espanha e a Gália (França) continuou durante os séculos VI, VII e VIII, reportando-se a três dos mais antigos manuscritos da Vulgata. No século IX, Thompson refere o facto de, durante o reinado de Luís, o Pio (814-840), o Império Franco ter grandes interesses na Espanha, e existe mesmo uma referência de um certo Martin de Toledo, cujas “notas conferenciais” detinham uma influência considerável, bem como popularidade, nas escolas da Gália, durante o século IX.

Há, igualmente, uma menção à troca de Embaixadores entre os Califas de Córdova e Carlos, o Calvo (840-877), de França, bem como à influência deste facto na própria França. Todavia, parece que as relações culturais entre a Espanha e a França não se desenvolveram a um tão alto nível, como aconteceu com a influência que as Ciências Muçulmanas tiveram na Alemanha Saxónica, durante os séculos X e XI. Contudo, ideias da Cultura e Ciências Muçulmanas devem ter seguido os caminhos comerciais, bem como os da correspondência entre a França e outras partes da Europa, uma vez que existiam relações comerciais entre o Império Franco e a Espanha Muçulmana.

Durante o reinado de Oto I da Germânia (936-973), um monge de nome John of Gorze foi enviado, em 953, para a Espanha Muçulmana, como Embaixador. Thompson menciona o facto de que, quando John of Gorze regressou à Germânia, após uma estadia de quase 3 anos na Espanha Muçulmana, ele deve ter levado alguns manuscritos Muçulmanos de natureza científica, pois que ele se interessava, profundamente, pela matemática e astronomia, à semelhança do que ele levou, de manuscritos deste género, do Sul da Itália. Pode ser que tenha sido através de John of Gorze ou de outros como ele, incluindo o próprio Gerbert, que estudaram na Espanha Muçulmana naquela época que descobrimos o uso do tipo de astrolábio Árabe, assim como do ábaco, entre os astrónomos e matemáticos na Lorraine, durante o séc. XI. No fim do artigo, Thompson afirma:

“Estou convencido que as escolas da Lorraine, durante a última metade do século X, foram as “sementes” da Ciência Muçulmana, germinadas em primeiro lugar na Europa Latina, a partir da qual o conhecimento se expandiu a outras partes da Germânia (testemunha disso foi Herman Contractus, em Reichenau), a França, até a Inglaterra”.

Num outro artigo similar, intitulado “Lotarínguia como um Centro Árabe de Influência Científica durante o século XI”, M. C. Welborn escreve que “somente alguns dos muitos clérigos da Lotarínguia (Lorraine), que estiveram em Inglaterra no século XI, foram realmentemencionados, sendo importante sublinhar o facto de todos eles se terem interessado pelas matemáticas e astronomia.” E acrescenta “que os sábios da Lotarínguia ficaram muito populares na Inglaterra, e eram apontados como arcebispos, bisbos e mestres de escolas”. Welborn conclui o seu artigo dizendo: “Desta forma, verificamos que a Inglaterra e a Suiça (Reichenau) foram fortemente influenciadas pelos matemáticos e astrónomos da Lotarín- guia, e que a primeira “sugestão” da “Ciência Muçulmana”, veio deles”.

Podemos perguntar: como é que foi tal possível se as Ciências Muçulmanas foram introduzidas na Lorraine no século X, tendo-se esta tornado num Centro da Influência Científica Arábico-Islâmica no século XI? Devem-se ter efectuado traduções de alguns manuscritos Arábico-Islâmicos, provavelmente de John of Gorze e de outros, de forma a que a Lorraine se pudesse transformar num Centro de influência da Ciência Arábico-Islâmica, nessa época.

No entanto, o que sabemos com absoluta certeza é que muitos sábios europeus, incluindo John of Gorze, Gelbert de Aurillac e Pedro, o Venerável, foram até à Espanha Muçulmana com o intuito de estudar as Ciências e, desta forma, a Lorraine tornou-se, provavelmente, num Centro de influência da Ciência Arábico-Islâmica, no século XI. Por conseguinte, foi devido a essa influência que a curiosidade dos intelectuais na Europa foi despertada no século XI, sendo esta uma das razões porque verificamos que sábios, provenientes de todos os cantos da Europa, tais como Abelard of Bath, Robert of Chester, Plato of Tivoli, Hermann of Corinthia, Rudolf of Bruges, Gerard of Cremona e outros, afluíam à Espanha no século XII, sobretudo para estudar as Ciências, bem como para as traduzir em Latim, Hebraico e outras línguas. Este facto teve como consequência imediata a formação da famosa “Escola de Tradutores de Toledo”, que era muito similar à “Bait al-Hikmah” (A Casa da Sapiência) de Bagdad, oficializada durante o período Abássida, acima de tudo para traduzir as Ciências Gregas em Árabe.

  1. A. Oadir, in Islamic Civilization in Europe.
  2. J. W. Thompson, in Economic and Social History of the Middle Ages.
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A independência do poder judiciário no Islão

Coord. por: M. Yiossuf Mohamed Adamgy
in Editorial da Revista Al Furqán, nº. 163, de Maio/Junho.2008

Prezados Irmãos, Assalamu Alaikum:

O conceito da independência do poder judiciário é tão antigo quanto o Islão.

Muitos, muitos séculos antes de o Ocidente começar a teorizar este conceito, os tribunais do Islão actuavam com independência face ao poder executivo. Com efeito, este conceito tem base no mandamento do Alcorão relativo à justiça. O Nobre Alcorão ordena o seguinte:

Ó gente de Imán! (Fé) Estabelecei a justiça, testemunhai Allah mesmo que tenhais de ir contra vós próprios, os vossos pais ou familiares. Seja o homem rico ou pobre, sabei que Allah está perto de ambos; por isso, não deveis seguir os vossos desejos no que respeita à aplicação da justiça. (Surah Nisaa, Aayat 135)

Os governantes do Islão (os Khulafa e os Sultões) demonstraram na prática a independência do Sistema Judicial Islâmico. Para além dos Khulafa-e-Ráchidin, até os reis e sultões mundanos aplicaram o princípio da justiça. Os poderosos governantes do Islão submetiam-se, de imediato, à convocatória do Qádhi (juiz) e, sem hesitar, enfrentavam o julgamento exactamente da mesma forma que os cidadãos comuns. O episódio que de seguida relato ilustra o Sistema Judicial Islâmico bem como a independência gozada pelo poder judicial desde as origens mais incipientes do Islão.

HADHRAT UMAR (r.a.)

Hadhrat Umar (radhiyallahu an-hu = que Allah esteja satisfeito com ele) é uma figura conhecida até pelos não-muçulmanos. Os impérios romano e persa, as duas superpotências da época, foram derrotados por Hadhrat Umar (r.a). Na verdade, uma mera referência ao seu nome causava apreensão aos imperadores e reis.

A casa de Hadhrat Abbaas (radhiyallahu an-hu), o tio paterno de Rassulullah [Mensageiro de Deus] (sallallahu alayhi wasallam) era contígua à Maçjid-e-Na-bawi (Mesquita do Profeta). A água da goteira pingava para a Maçjid, causando transtorno aos mussallis (crentes que faziam a oração). Umar (radhiyallahu an-hu) ordenou que a goteira fosse retirada. E assim aconteceu, a goteira foi retirada enquanto Hadhrat Abbaas se encontrava ausente.

O TRIBUNAL

No seu regresso a Medina, quando percebeu o que tinha acontecido, Hadhrat Abbaas (radhiyallahu an-hu) ficou furioso. Apressou-se a ir ao tribunal de Qádhi e apresentou queixa pelo comportamento de Amirul Muminin, Hadhrat Umar (radhiyallahu an-hu).

Hadhrat Ubay Bin Ka’b (radhiyallahu an-hu) era o Chefe dos Qádhi, que, de imediato, convocou Hadhrat Umar (r.a.) ao Tribunal, a fim de res- ponder à queixa apresentada. No dia marcado, Hadhrat Umar, o Governante do Império Islâmico, compareceu no Tribunal do Qádhi, dando provas de profunda humildade e simplicidade. Hadhrat Umar (radhiyallahu an-hu) teve inclusivamente de esperar durante algum tempo no exterior do Tribunal, devi- do aos outros compromissos do Qádhi.

O JULGAMENTO

Hadhrat Umar (radhiyallahu an-hu) foi finalmente chamado a entrar. Quando entrou, tentou dizer algo, mas o Qádhi ordenou-lhe, que se mantivesse calado, nestes termos: “O queixoso tem o direito de falar e de apresentar o seu caso. Mantenha-se em silêncio.”

Hadhrat Abbaas afirmou: “A minha casa foi sempre contígua à Maçjid Nabawi, quer no tempo de Rassulullah (sallallahu alayhi wasallam), quer durante o Califado de Hadhrat Abu Bakr (radhiyallahu an-hu). Mas, agora, o Ami-ul Muminin demoliu a goteira e deitou-a fora. Eu fiquei bastante aborrecido com este comportamento e, por isso, quero justiça.”

O Qádhi perguntou: “Ó Amirul Muminin, o que tem a dizer?”

Hadhrat Umar afirmou então: “Retirei a goteira, é um facto. Sou o responsável por esse acto.”

O Qádhi pôs então a Hadhrat Umar a seguinte questão: “Devia abster-se de interferir de forma tão injusta na casa de outra pessoa e sem o seu consentimento. Porque é que o fez?”

Hadhrat Umar respondeu o seguinte: “Excelência, por vezes a água da goteira pingava para a Maçjid, o que causava inconvenientes e preocupações aos mussallis. Foi por essa razão que ordenei que fosse retirada. Assim sendo, considero ter agido correctamente e não creio ter cometido nenhum crime.”

O Qádhi perguntou a Hadhrat Abbaas: “O que tem a dizer em resposta a isto?”

Hadhrat Abbaas respondeu: “Meritíssimo, foi o próprio Rassulullah (sallallahu alyhi wassallam) quem demarcou as fundações da minha casa com a sua própria faca. Depois de a casa estar acabada, Rassulullah (sallallahu alyhi wassallam) ordenou que a goteira fosse construída exactamente no sítio onde estava. Rassulullah (sallallahu alyhi wasallam) disse-me para eu subir aos seus abençoados ombros e instalar a goteira. Eu recusei-me, movido pelo respeito; no entanto, Rassulullah (sallallahu alyhi wasallam) insistiu com veemência. Assim, acabei por condescender. Subi aos abençoados ombros de Rassulullah (sallallahu alyhi wasallam) e agi conforme ele ordenava: coloquei a goteira precisamente na posição de onde o Amirul Muminin ordenou que fosse retirada.

O Qádhi perguntou-lhe então: “Tem alguma testemunha ocular que confirme o que diz?”

Hadhrat Abbaas respondeu: “Não tenho apenas uma ou duas, tenho várias.”

O Qádhi afirmou: “Se as apresentar agora, este assunto pode ficar resolvido.”

AS TESTEMUNHAS

Hadhrat Abbaas (radhiyallahu an-hu) saiu e passado algum tempo voltou a entrar com várias testemunhas pertencentes ao povo de Ansar. Todas essas testemunhas prestaram depoimento e revelaram ser testemunhas oculares do sucedido.

Entretanto, o influente governante à face da terra, Hadhrat Umar (radhiyallahu an-hu) permanecia humildemente com os olhos postos no chão. Finalmente, disse o seguinte:

“Ó Abul Fadhl (Hadhrat Abbaas)! Perdoa-me, por Allah! Desconhecia em absoluto que fora o próprio Rassulullah (sallallahu alayhi wasallam) quem ordenou a construção da goteira naquela posição. Se soubesse, nem por causa justa ordenaria a sua remoção. Afinal, que direito tenho eu de retirar a go- teira cuja colocação foi ordenada pelo próprio Mensageiro de Allah (sallallahu alayhi wasallam)?”

REPARAÇÃO

Hadhrat Umar (r.a.) afirmou o seguinte: “A justiça ficará reposta se subir aos meus ombros e recolocar a goteira na sua posição original.”

O Qádhi afirmou então o seguinte: “Sim, Amirul Muminin, essa é a exigência da justiça: é isso que deve fazer.”

Passado pouco tempo, o povo viu o poderoso Califa, que derrotara o Qaisar e Kisra (os imperadores de Roma e da Pérsia), junto ao muro, com Hadhrat Abbaas (r.a.) sobre os seus ombros, recolocando a goteira na sua posição inicial.

Terminado o trabalho da reposição da goteira, Hadhrat Abbaas (r.a.) saiu de cima dos ombros de Hadhrat Umar (r.a.) e afirmou:

“Ó Amirul Muminin, o que aqui aconteceu foi a restituição dos meus direitos! Agora que, justamente, alcancei os meus intentos graças ao vosso amor pela justiça, peço perdão pelo desrespeito que essa restituição implicou. Com toda a abnegação, entrego a minha casa no Caminho de Allah Taala como uma Waqf (doação). Tendes o direito de a demolir e de incluir o terreno na Maçjid. Que Allha Ta’ala aceite a minha doação.”

Este era o conceito de justiça que os Companheiros do Profeta (s.a.w.) praticavam. Não foi em vão que o Profeta (s.a.w.) disse: “A parecença dos meus Companheiros (Sahabah) é como a das estrelas (guias). Qualquer que sigais, sereis por ele guiado (no caminho certo).”

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A idolatria

“DEUS JAMAIS PERDOARÁ QUEM LHE ATRIBUIR PARCEIROS, CONQUANTO PERDOE OS OUTROS PECADOS, A QUEM LHE APRAZ. QUEM ATRIBUIR PARCEIROS A DEUS DESVIAR-SE-Á PROFUNDAMENTE.” (Alcorão 4:116)

E assim, muitos versículos do Alcorão advertem os crentes contra a idolatria e os previne deste pecado maior. Eis alguns exemplos:

“Ó CRENTES, NA VERDADE, OS IDÓLATRAS SÃO IMPUROS…” (Alcorão 9:28)

“CONSAGRAI-VOS A DEUS; E NÃO LHE ATRIBUAIS PARCEIROS, PORQUE AQUELE QUE ATRIBUIR PARCEIROS A DEUS, SERÁ COMO SE HOUVESSE SIDO ARROJADO DO CéU, COMO SE O TIVESSEM APANHADO AS AVES, OU COMO SE O VENTO O LANçASSE A UM LUGAR LONGÍNQUO.” (Alcorão 22:3l)

“RECORDA-TE DE QUANDO LUCMAN DISSE AO SEU FILHO, EXORTANDO-O: Ó FILHO MEU, NÃO ATRIBUAS PARCEIROS A DEUS, PORQUE A IDOLATRIA é UMA GRAVE INIQUIDADE.” (Alcorão 31:13)

“DIZE: SOU TÃO-SOMENTE UM MORTAL COMO VÓS, A QUEM TEM SIDO REVELADO QUE O VOSSO DEUS é UM DEUS ÚNICO. POR CONSEGUINTE, QUEM ESPERA COMPARECER PERANTE O SEU SENHOR QUE PRATIQUE O BEM E NÃO ASSOCIE NINGUéM AO CULTO D’ELE.” (Alcorão 18:110)

As coisas que os pagãos associam a Deus não têm, na verdade, qualquer qualidade divina. Deus informa no Alcorão que tais parceiros que Lhe são atribuídos não ajudam nem prejudicam (10:18), não criam nada (10:34), não podem ajudar ou socorrer (7:192) e não conduzem ninguém ao caminho recto (10:35). Embora pareça claro que tais criaturas são impotentes, a razão pela qual os pagãos as tomam por parceiros de Deus é o facto de elas possuírem algumas qualidades de Deus.

Por exemplo, a autoridade, a soberania, a supremacia e a prosperidade que um governante transgressor possui, na verdade pertencem a Deus. Nesta vida na terra, Deus concede aqueles atributos ao governante até a um certo limite. No entanto, temer aquele governante, afirmando que ele possui aquelas qualidades e obedecê-lo nas suas determinações contra Deus, é transformá-lo em parceiro de Deus. Esse governante não é nem deus nem possui qualquer poder sobre coisa alguma. Quem quer que respeite o governante como um ser divino e o obedeça cegamente, na verdade esta adorando um falso deus criado por sua imaginação. Assim diz o Alcorão:

“NÃO É CERTO QUE É DE DEUS AQUILO QUE ESTÁ NOS CÉUS E NA TERRA? QUE PRETENDEM, POIS, AQUELES QUE ADORAM OS ÍDOLOS EM VEZ DE DEUS? NÃO SEGUEM MAIS DO QUE A DÚVIDA E NÃO FAZEM MAIS DO QUE INVENTAR MENTIRAS!” (Alcorão 10:66)

Aquele que adora alguém além de Deus sofrerá o mais profundo arrependimento no Além, quando descobrir que o objecto da sua adoração, na verdade, não possuía qualquer qualidade. As coisas que ele prefere ou adora na terra transformam Deus, o único que tem o poder, a honra e a glória, o único que é Protector, em inimigo. Os seus ídolos o abandonarão quando se encontrarem sozinhos no Além.

“UM DIA EM QUE OS CONGREGAREMOS A TODOS, DIREMOS AOS IDÓLATRAS: FICAI ONDE ESTAIS, VÓS E VOSSOS PARCEIROS! LOGO OS SEPARAREMOS, ENTÃO, OS SEUS PARCEIROS LHES DIRÃO: NÃO ERA A NÓS QUE ADORÁVEIS! BASTA DEUS POR TESTEMUNHA ENTRE NÓS E VÓS, DE QUE NÃO NOS IMPORTAVA A VOSSA ADORAÇÃO. AÍ TODA ALMA CONHECERÁ TUDO QUANTO TIVER FEITO E SERÃO DEVOLVIDOS A DEUS, O SEU VERDADEIRO SENHOR; E TUDO QUANTO TIVEREM FORJADO DESVANECER-SE-Á.” (Alcorão 10:28-30)

“ENTÃO SER-LHES-Á DITO: ONDE ESTÃO OS QUE IDOLATRÁVEIS, EM LUGAR DE DEUS? RESPONDERÃO: DESVANECERAM-SE. E AGORA RECONHECEMOS QUE AQUILO QUE ANTES INVOCÁVAMOS NADA ERA! ASSIM, DEUS EXTRAVIA OS INCRÉDULOS.” (Alcorão 40:73-74).

O Alcorão define a situação final dos pagãos desta forma:

“E QUANDO PRESENCIARAM O NOSSO CASTIGO, DISSERAM: CREMOS EM DEUS, O ÚNICO, E RENEGAMOS OS PARCEIROS QUE LHE ATRIBUÍAMOS. PORÉM, DE NADA LHES VALERÁ A SUA PROFISSÃO DE FÉ QUANDO PRESENCIAREM O NOSSO CASTIGO. TAL É A LEI DE DEUS PARA COM OS SEUS SERVOS. ASSIM, ENTÃO PERECERÃO OS DESCRENTES.” (Alcorão 40:84-85).

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Homossexualidade!

NA

O Islão ensina que os actos homossexuais são pecaminosos e punidos por Deus. Este ensinamento não vem dos seres humanos mas do Criador de todos os humanos. DEUS diz-nos nas suas próprias palavras como Ele castigou o povo de Profeta Lot (Lut a.s.) pelo seu comportamento homossexual. A história do Profeta Lot, a paz esteja com ele, é mencionada em várias passagens do Alcorão. Aqui, apenas se transcrevem os versículos 80-84 do 7º. Sura:

“E (enviamos) Lot, ( 1 ) que disse ao seu povo: Cometeis abominação como ninguém no mundo jamais cometeu antes de vós, acercando-vos licenciosamente dos homens, em vez das mulheres. Realmente, sóis um povo transgressor. E respsota do seu povo só constituíu em dizer (uns aos outros): Expulsai-os da vossa cidade porque são pessoas que desejam ser puras ( 2 ). Porém, salvamo-lo, juntamente com sua família, excepto a sua mulher, que se contou entre os que foram deixados para trás ( 3 ). E desencadeamos sobre eles uma tempestade ( 4 ). Repara, pois, qual foi o destino dos pecadores!”.

Nestas passagens aprendemos que Deus salvou Lot e os membros cumpridores da sua família, e fez cair sobre o resto uma chuva de enxofre, sendo estes completamente destruídos. Isto é mencionado no Alcorão não só como informação, mas principalmente para servir de aviso a quem ousar repetir tais actos. Os Muçulmanos acreditam que todas as acções humanas têm consequências. As boas acções implicam bons resultados, e as más acções ocasionam más consequências. Algumas destas consequências podem não se tornar conhecidas durante muitos anos após uma certa acção. As consequências de algumas acções só se manifestarão depois da morte quando se entra numa nova vida eterna. Para compreender este ponto, tenham em conta o facto que muitas vezes as pessoas contraem uma doença mortal que é diagnosticada muitos anos depois. Um erro comum entre os humanos é que, se não vêem nenhumas consequências negativas pelas suas acções, consideram-nas inofensivas.

A experiência humana ensinou-nos que uma fonte de conhecimento superior pode ser de um grande benefício para os humanos. No passado recente, médicos involuntariamente deram sangue contaminado com o vírus da SIDA a milhares de pacientes. Se uma fonte de conhecimento superior nos tivesse avisado antecipadamente, e tivéssemos tomado atenção a esse aviso, podíamos ter salvo muitas pessoas dessa doença mortal. DEUS, a fonte de todo o conhecimento, avisa-nos do Seu castigo se as pessoas cometerem actos homossexuais. Tenhamos atenção e aprendamos o caminho sem dificuldades. Alguns dirão que uma pessoa pode nascer com tendências homossexuais. Nós dizemos que toda a gente é um agente livre.

Deus põe à nossa frente dois caminhos e deu-nos conhecimento para onde esses caminhos nos conduzem. Um é o caminho para onde o diabo nos chama. Devemos evitá-lo. O outro é o caminho que leva ao Paraíso. Devemos fixar-nos nesse. Todos sentem a instigação do mal de vez em quando. Devemos resistir-lhe com toda a nossa força. Se alguém sente uma tendência para fazer alguma coisa que DEUS proíbe, ele ou ela deve procurar ajuda de uma comunidade de crentes afectuosos e solícitos que compreenderão a sua dificuldade e ajudarão a ultrapassá-la. Uma ocupação comum do diabo é convencer as pessoas que não podem evitar o pecado. Então eles nem sequer experimentam. Mas DEUS promete que o diabo não mais terá poder sobre aqueles que sinceramente procuram DEUS (ver o Alcorão 15:42). Finalmente, os nossos corpos foram-nos dados na verdade por DEUS. Ninguém deve usar o seu corpo de modo contrário ao que foi estabelecido pelo seu Criador. Os adultos também necessitam do consentimento de DEUS.

NOTAS

  1. A história de Lot é bíblica, mas destituída de algumas característas vergonhosa, o que constitui uma rasura na narrativa bíblica (ver Gênesis 19-30-36). Ele era sobrinho de Abraão, e foi enviado como profeta e admoestador ao povo de Sodoma e Gomorra, cidades sumariamente destruídas por seus inenarráveis pecados. Esse povo ainda não pôde ser localizado com precisão, mas supõe-se que viva algures nas planícies a leste do Mar Morto. A história da sua destruição é narrada no capítulo 19 do Gênesi.
  2. Uma instância do aviltante sarcasmo que os pecadores empedernidos usavam contra os virtuosos. Eles feriam com opalavras e reforçavam o insulto com actos de injustiça, pensando que, com isso, levassem os virtuosos à desgraça. No entanto, é bom que se saiba que DEUS vela pelos Seus e, no final, os iníquos, por si só, se destroem, quando a taça da sua iniquidade está cheia.
  3. Na narrativa bìblica ela olha para trás uma acção física. Aqui, ela constitui o tipo daqueles retardários, ou seja, aqueles que, por suas atitudes mentais ou morais, a despeito das suas ligações com os virtuosos, são induzidos a olhar para trás, para a rutilação da iniquidade e do pecado.
  4. A tempestade está explicitamente relatada (11:82) como tendo sido de pedras. Em 15:73-74 é-nos dito que houve uma terrível detonação ou estrondo, em adição à chuva de pedras. Comparando estas passagens com a passagem bíblica (Gênesis, 19:24), nós julgamos que a tempestade foi “uma chuva de enxofre”.