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O Islão permite o planeamento familiar?

No Islão, o casamento é obrigatório sob certas condições. O Sagrado Alcorão diz: “E deixai que aqueles que não encontrem os meios para casar permaneçam castos, até que DEUS lhes forneça os meios (financeiros) segundo a Sua graça”.

O Profeta Muhammad disse: “Ó grupo de jovens! Aquele de vós que tiver as possibilidades para sustentar uma esposa deve se casar, pois este é o melhor meio de conservar o aspecto casto e de guardar a castidade, e o que não tem possibilidades, deixai-o jejuar, pois isso actuará como restrição”. Bukhari (Compilou um número considerável das tradições do Profeta).

Para os que são pobres, nem o Islão nem o senso comum aprovarão terem muitos filhos que não podem educar e alimentar convenientemente. Por isso o planeamento familiar é essencial, não apenas para benefício individual mas para benefício da sociedade também. O que significa planeamento familiar no Islão? Significa que o casal (marido e mulher) concordam, de livre vontade, em usar um método apropriado para retardar a gravidez, ou suspendê-la por um certo tempo, ou intervalar a gravidez para dar à mãe a oportunidade de recuperar a sua saúde, e dar à família menos crianças e assim ajudar o pai a sustentar os filhos sem privações ou dificuldades. De acordo com este princípio, o planeamento familiar é permitido legalmente se houver razões para tal.

Muitos faqihs ou juristas Islâmicos, no passado e no presente, mencionaram algumas das razões que permitem aos casais planear as suas famílias através do azl (coito interrompido). Foi praticado pelos companheiros do Sagrado Profeta (a paz esteja com ele) e ele não o proibiu.

Jaber narrou o seguinte hadith (Tradição do Profeta): “Costumavamos praticar o azl quando o Alcorão estava a ser revelado, então a informação chegou ao Profeta (s.a.w.) mas ele não nos proibiu” Bukhari e Muçlim (compilaram um número considerável das tradições do Profeta).

O Azl (coito interrompido) era praticado para evitar a concepção e devia ser feito com o acordo da esposa respectiva. Na mesma base não deverá haver objecção religiosa para os modernos e inofensivos métodos de contracepção. De facto, qualquer método de contracepção, excepto a esterilização, que seja mais seguro para o utente é permitido se praticado por razões pessoais não como uma política de Estado.

O planeamento familiar é também um benefício para a sociedade. O Imam Al-Ghazali menciona no seu Ihya Ulum El-Din as intenções do uso do azl (coito interrompido). A sua visão do assunto do azl foram acrescidas pelo Imam Mahmood Shaltoot no seu livro ‘Planeamento Familiar’. Ghazali acha queevitar a gravidez é permitido e legal, pelo que a proibição depende de um texto ou analogia textual. Não há texto acerca deste problema e não há analogia a ser seguida.

No seu livro Fiqh-ul-Sunnah, Sheikh Sayed Sabiq diz que o Islão não proibe planeamento da procriação através do uso de contraceptivos ou outros meios de evitar a gravidez.

Sob certas condições: família numerosa em que o pai não consegue oferecer uma vida decente ou a esposa está doente ou fraca, ou o marido é pobre ou, tanto o marido como a esposa, têm uma doença contagiosa, o planeamento familiar é permitido.

Shaikh Abdul Majeed Saleem (1937) diz que é permitido o uso de contraceptivos para evitar a gravidez tal como o azl, ou o uso de algo que evite a entrada do sémen no útero da mulher. Marido e mulher devem usar os contraceptivos de mútuo acordo.

Sheikh Mahmood Shaltoot (1959), diz que o planeamento pelos doentes, os que não podem suportar as pesadas responsabilidades ou que não conseguem qualquer ajuda do governo ou dos ricos, não é contraditório à natureza ou proibido pela Chariah ou lei Islâmica. De facto, é necessário, e o Alcorão aconselha um período de lactação de dois anos, e que nenhuma gravidez deve ocorrer durante a lactação. Sheikh Sayed Sabiq diz que o Islão não proíbe o planeamento: sob certas circunstâncias, tomando medicamentos ou usando contraceptivos para evitar a gravidez.

Bastantes declarações (fatwas) foram emitidas pelos Muftis (juristas), as quais na totalidade não vêem contradições entre o Islão e o planeamento familiar.

Outro método de contracepção que o Islão encara é o aborto. Chariah proíbe matar a criança antes do nascimento. O aborto é permitido somente quando um médico de confiança decide que a continuação da gravidez pode fazer mal e arruinar a vida da mulher. Shaikh Shaltoot disse: Os doutos Islâmicos proibem o aborto após quatro meses de gravidez. O aborto após os quatro meses é um crime contra uma criatura viva. Se esse tipo de gravidez significa a morte da mãe, então a lei Islâmica recomenda o menor dos males, nomeadamente o aborto.

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Qual a razão porque aceitei o Islão?

Por Coronel Donald Rockwell (Exército Americano)
Tradução de Yiossuf Adamgy

Qual a razão porque aceitei o Islão?

Desde há muito tempo que andava impressionado pela claridade lógica e simplicidade formal do Islão, pela enorme atracção das suas mesquitas, pela grande solenidade e grande afeição pela qual os aderentes dessa religião se dedicavam à sua fé, pelo profundo respeito e sinceridade com que os Muçulmanos de todo o mundo se prostavam cinco vezes por dia …

Mas mesmo assim todos estes aspectos não foram suficientes para me tornarem num Muçulmano. Só depois de uma profunda análise da religião Islâmica é que me tornei num Muçulmano. Uma solene e sentimental ligação à vida; um método de consulta mútua para a realização dos afazeres diários; um habitual comportamento enriquecido com piedade e compaixão nas vidas sociais, sem discriminação; caridade para os pobres; direitos de propriedade, os quais foram concedidos a mulher pela primeira vez; todas estas coisas foram apenas algumas das muitas revoluções que só podem ser valorizadas de bombásticas.

Quão aforística e concisa é a forma da linguagem pela qual Muhammad (que a paz esteja com ele) expressa os conceitos ao dizer: Coloca a tua confiança em Deus, mas não te esqueças de prender o teu camelo!; Deus ordena os seus servos para porem a confiança n’Ele depois de terem tomado todo tipo de precauções. Por conseguinte, ao contrário do que os europeus dizem, a religião Islâmica não é uma religião para aqueles que não trabalham e que esperam tudo de Allah sem fazer nada em troca. A religião Islâmica ordena toda a gente a fazer o seu melhor e só depois depositar a sua confiança em Allah.

A justiça que o Islão fez aos povos de outras religiões foi um dos aspectos que mais impacto teve em mim. Muhammad (s.a.w.) ordena os Muçulmanos para serem benignos com os Cristãos e Judeus. O Alcorão reconhece também as profecias dos outros profetas, começando com Adão (Âdam) e incluindo também Moisés (Mûssa) e Jesus (Îssa), que a paz esteja com eles. Isto é um sentido exaltado de fé e um grande modelo de justiça que as outras religiões não possuem. Enquanto os crentes das outras religiões lançam calúnias inconcebíveis contra o Islão, os Muçulmanos lhes têm respondido favoravelmente. Um dos mais bonitos aspectos do Islão é que se purificou completamente de ídolos. Enquanto que figuras, ícones e sinais ainda são adorados pelos Cristãos, isso não acontece no Islão, o que é um indicativo da pureza da religião Islâmica.

Os factos ditos e ensinados por Muhammad (s.a.w.), mensageiro de Allâhu Ta’âlâ, chegaram aos nossos dias sem nenhuma interpolação. E o Alcorão, que é a Palavra de Deus, foi preservada na sua pureza cristalina, exactamente como foi revelada, sem perder nada da clareza que tinha no tempo de Muhammad (s.a.w.). As fabricadas superstições e lendas pelas quais os Cristãos difamaram a religião de Jesus (Îssâ a.s.) não acontece no Islão. O Islão induziu uma limpeza a todos os níveis, não só espiritualmente mas também fisicamente.

Alguns exemplos dos aspectos que fazem esta natureza superior são: jejuar durante um mês todos os anos, ser moderado em tudo, não ser nem extravagante nem parcimonioso em gastar dinheiro e etc. Num estilo único, factos que guiarão a humanidade não só temporariamente mas também para sempre depois de serem inculcados nos indivíduos. Eu visitei quase todos os Países Muçulmanos e vi pessoalmente como todos os Muçulmanos de Istambul, Damasco, Cairo, Argélia, Marrocos e de outras cidades e países Muçulmanos observavam todas estas regras e, em consequência disso, levavam uma vida pacífica.

Eles não precisavam de ornamentos, imagens, ícones, velas, música ou outras trivialidades da mesma espécie para se iniciarem ao estilo de vida que os leva à compaixão de Allâhu ta’âlâ (Deus). A consciência do facto que eles nasceram servos de Deus e os seus actos de suplicação perante Ele deram-lhes uma grande fonte de paz espiritual, felicidade e gosto. As qualidades de liberdade e igualdade inerentes à religião Islâmica sempre me atraíram. Para os Muçulmanos, uma pessoa ocupando o mais alto escalão e a pessoa mais pobre da sociedade são iguais perante Deus, e são meramente dois indivíduos no reconhecimento geral de fraternidade.

Os Muçulmanos praticam os seus actos religiosos lado a lado nas mesquitas . Não há nenhum sitio especial designado para a liderança. Os muçulmanos crêem que não existe uma terceira pessoa para fazer de intermediário entre Deuse o Seu servo. Os actos Islâmicos de adoração são feitos entre Deus e o seu servo. Eles não apelam aos homens religiosos para o perdão dos pecados. Cada Muçulmano é a única pessoa responsável pelo seu comportamento pessoal.

A fraternidade mútua entre Muçulmanos sempre me ajudou na minha vida pessoal. Esta fraternidade foi um dos factores que me encantou para o Islão. Eu sei que, para onde quer que vá, um irmão muçulmano simpatizará comigo e ajudar-me-á. Todos os Muçulmanos do mundo, de diferentes raças, cores e pontos de vista políticos são irmãos e vêm isso como uma obrigação de se ajudarem uns aos outros. Estas são as causas por que me tornei Muçulmano. Pergunto se pode ser possível conceber causas mais belas e exaltadas do que estas?

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Poligamia

A Poligamia esteve sempre presente no Mundo, em todas as épocas e nações. é um facto histórico que Gregos, Romanos, Hindús, Babilónios, Persas, Israelitas, Árabes, Africanos, etc., etc., não conheciam limites no número de matrimónios e, portanto, podiam casar com várias mulheres. Não era imposta nenhuma condição ou restrição. As esposas de um pai falecido eram divididas pelos filhos, juntamente com outra propriedade herdada, na Arábia, antes do advento do Profeta Muhammad (que a paz esteja com ele), sendo usadas como esposas. O Islão limitou esta poligamia ilimitada, então em voga no mundo, restrigindo-a com as seguintes severas limitações:

 

  1. A atitude do marido para com todas as suas quatro esposas (limite máximo) deve ser tal que não dê aso ao ódio, ciúme, insatisfação, descontentamento e frustração a nenhuma delas, resultante da injustiça, crueldade, inclinação e parcialidade por parte do esposo. A completa paz, harmonia e tranquilidade devem prevalecer no lar como resultado de um estatuto inteiramente igual de todas as esposas, em todos os assuntos, ou seja, na alimentação, vestuário, moradia, cuidados médicos, estima, conforto, tratamento geral, afecto, etc. Se o esposo não puder pôr em prática esta igualdade, não lhe é permitido casar-se com mais de uma mulher. A este respeito, o Sagrado Alcorão diz claramente: “E se receais que não podereis tratar com justiça os órfãos casai com as mulheres que vos parecerem boas para vós duas, três ou quatro. E se receais que não podereis proceder com equidade com todas casai, então, com uma somente.”(4:3)
  2. O marido deve ter meios económicos suficientes que lhe permitam dar alimentação adequada, roupas, e satisfazer outras necessidades da vida a qualquer esposa.
  3. Cada uma das esposas deve ser provida com uma casa separada, ou apartamento, e o marido deve dispender igual tempo na casa de cada uma das esposas. Estas condições não têm como intuito o de proibir o homem de praticar a poligamia; são, antes, estabelecidas especialmente para salvaguardar os direitos da mulher, assegurando-lhe a justiça perfeita. Alguns críticos sustentam que existe algo de mau na poligamia, não devendo ser permitido em caso algum e sob quaisquer circunstâncias. Ora analisemos a questão: Se a poligamia é realmente má e prejudicial, então, porque é que todos os grandes patriarcas da raça hebraica, que são olhados como exemplos da grandeza moral, praticaram sempre a poligamia? Porque casou o Profeta Moisés (a.s.) com mais de uma mulher? Seria ele amoral, ou um homem sensual? (DEUS proibiu de o ser). Porque tomaram Jacob e Abarãao (a.s.), para si, mais de uma esposa? Como se podem explicar os seguintes versículos da Bíblia, senão como uma permissão explícita e definitiva da poligamia? “E tinha ele (Salomão) setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o seu coração.” (1 Reis 11:3) “E tomou David mais concubinas e mulheres de Jerusalém, depois que viera de Hebron: e nasceram a David mais filhos e filhas.” (2 Samuel 5:13)

 

Examinemos a Poligamia em termos puramente racional:

 

Suponham que há uma guerra com a consequente dizimação da população masculina, como no caso da Europa após a Guerra dos Trinta Anos e após a Primeira e Segunda Guerras Mundiais. Que solução dão os partidários da monogamia para o problema da sobrepopulação feminina, ou seja, viúvas e outras mulheres em idade de casar e, onde iriam eles arranjar maridos para todas elas? Bertrand Russel diz: “E, em todos os países, onde há um excesso de mulheres, é uma injustiça óbvia que, aquelas que, por uma necessidade aritmética, se vêm forçadas a continuar solteiras, sejam obrigadas ao afastamento de uma experiência sexual.”

 

No caso de a mulher sofrer de uma doença crónica, que a impeça de engravidar, o homem necessita de uma outra esposa para obter filhos. Se ele divorciar-se da mulher e a abandonar à sua sorte, isso será um acto indelicado. Que deverá ele fazer? É claro que há alguns maridos que conseguem lidar com tal situação. No entanto, não se pode negar as suas potenciais necessi- dades. Assim, um segundo casamento, neste caso, poderá ser uma solução aceitável para as três partes.

 

No caso de um casamento não ter tido muito sucesso, e o marido amar outra mulher note-se que esta situação é tão familiar que é conhecida como o “Eterno Triângulo” (Triângulo Amoroso). Dentro dos parâmetros das leis Ocidentais, o marido não pode casar com uma segunda mulher sem se divorciar da primeira. Mas esta pode não querer divorciar-se. Ela pode não amar mais o seu esposo, mas pode continuar a respeitá-lo e desejar ficar com ele pela segurança do matrimónio, por ela própria e pelos seus filhos. Similarmente, a segunda esposa pode não querer dissolver a primeira família do marido.
Aqui, perguntamos aos advogados da monogomia como resolvem esta questão. Há alguns casos como este, no qual ambas as esposas poderiam aceitar um casamento poligâmico, do que enfrentar o divórcio, por um lado, ou um caso extra-conjugal, por outro.

 

Só muito dificilmente se poderá negar que, presentemente, na maioria dos países do mundo, o nascimento de indivíduos do sexo feminino é superior ao do masculino. Como resultado, temos mais mulheres do que homens. Mesmo supondo que cada homem desposa uma mulher, teríamos um excedente de centenas de milhões de mulheres! Agora, que fazer com este excedente? Será que este excedente impede-as da experiência de uma vida matrimonial, ter filhos legítimos, serem abrigadas e cuidadas por esposos legítimos e responsáveis? Qual o pecado dessas mulheres? O Islão resolveu todos estes problemas sugerindo a única solução possível e legítima a poligamia. Provavelmente, no que respeita à mulher, o aspecto mais realçado do Islão no Ocidente é o da poligamia.

 

Deve tornar-se claro que o Islão não impõe a poligamia aos Muçulmanos como uma obrigação. Ao invés, ele permite aos Muçulmanos praticarem-na como a única solução para algumas situações, conforme já foi atrás referido. O próprio Profeta Muhammad (paz esteja com ele) foi monogâmico durante uma grande parte da sua vida de casado, desde a idade de 25 anos (quando desposou a Senhora Khadija [r.a.]), até aos seus 50, quando a sua esposa faleceu. Consequentemente, dever-se-á olhar a monogamia como a norma, e a poligamia como uma excepção. É óbvio que a poligamia é considerada pela população Ocidental como um infringimento aos direitos da mulher; no entanto, praticamente todos estes monogâmicos continuam a praticar uma certa poligamia de forma subreptícia e clandestina, profanando, secretamente, as esposas, filhas e irmãs de outras pessoas. Cabe a vós decidir se é preferível a poligamia subreptícia e secreta (de profanação) praticada pelo denomi- nado Ocidente Civilizado, com os seus problemas referentes a crianças bastardas, raparigas perdidas, peso de consciência, distúrbios mentais, lares arruinados, e dissolução de casamentos, à poligamia legal Islâmica. Será, talvez, interessante apontar aqui o ponto de vista da Senhora Annie Besant e de outros grandes pensadores em relação a esta questão:

 

  1. A Senhora Annie Besant afirma: “Existe uma pretensa monogâmia no Ocidente, mas o que realmente existe é uma verdadeira poligamia sem qualquer tipo de responsabilidade. A amante é abandonada quando o homem se farta dela, indo-se aproximando da condição de mulher de rua, uma vez que o primeiro amante não tomou qualquer responsabilidade sobre o seu futuro, ficando ela cem vezes pior do que uma esposa cuidada e mãe num lar poligâmico. Quando vemos milhares de mulheres infelizes que enchem as ruas das cidades Ocidentais à noite, temos que, certamente, sentir que não assenta bem nas bocas Ocidentais censurar o Islão pela sua poligamia. É melhor, mais feliz e respeitável para uma mulher ser consorte de um homem só, com a criança legítima nos seus braços e rodeada de respeito, do que ser seduzida, abandonada nas ruas provavelmente com uma criança ilegítima, fora do alcançe da lei, sem abrigo e sem cuidados, sujeita a tornar-se uma vítima de qualquer passante nocturno, sem acesso a uma maternidade normal, desprezada.”
  2. Reverendo Canon Issac Taylor, um eminente eclesiástico inglês, disse num dos congressos eclesiásticos ocorrido na Inglaterra: “Devido à poligamia, os países Muçulmanos estão livres de párias profissionais, a maior censura à Cristandade do que a da poligamia ao Islão. A poligamia estrictamente regulada das terras Muçulmanas é infinitamente menos degradante para a mulher e menos injuriosa para o homem, do que a poliandria promíscua que se pratica nas cidades Cristãs e que é absolutamente desconhecida no Islão.”
  3. G. R. Scott diz: “O homem é essencialmente polígamo e o desenvolvimento da civilização alastrou esta poligamia inata.”
  4. O Dr. Mercier declara: “A mulher é, por natureza, monogâmica; o homem contém em si próprio o elemento da poligamia.”
  5. O semanário “Record” de Lagos, de 20 de Abril de 1901, citava um artigo da “Truth” Londrina, escrito por uma dama inglesa: “O número de raparigas vagabundas aumentou, tendo causado perturbação na nossa sociedade. Como mulher, olho para estas jovens com pena. Mas, será que a minha piedade e simpatia fazem alguma coisa para modificar tal situação, ou ajudam a curar tal mal? O que Thomas disse foi excelente. Ele diagnosticou o mal e prescreveu-lhe um remédio. Afirmou que a única solução era permitir ao homem desposar mais de uma mulher, através do qual a calamidade seria erradicada, uma vez que, dessa forma, as jovens serão esposas. O postulado europeu é o seguinte: “Um homem, uma esposa”, o que se revela culminante para um homem casado com uma mulher, tendo filhos ilegítimos que são a grande chaga e um grande fardo para a sociedade. Se a poligamia fosse permitida, nada disso teria acontecido. Toda a evidência estabelecida pela história e pela ciência torna claro que a poligamia devia ser olhada com mais seriedade. … Poligamia deve ser considerada natural e legítima. Para erradicar definitivamente a poligamia, teríamos que primeiro modificar todo o carácter da nossa civilização, depois a natureza do homem e, finalmente, a própria Natureza em si!”
  6. O Prof. C.Von Ehrenfels de Praga, testemunha a superioridade moral das leis poligâmicas e prevê o sucesso inaudito do sistema poligâmico: “O casamento poligâmico tornou-se algo de necessário, sucedendo ao sistema monogâmico, por ser moralmente superior.”
  7. Ao explanar as mentiras convencionais da civilização Ocidental, Marx Nordan sublinha: “O homem vive num estado de poligamia nos países civilizados, apesar de a monogamia ser obrigatória por lei; dificilmente se encontrará mais do que um homem de entre uma centena, que possa jurar no seu leito de morte que nunca conheceu mais do que uma mulher durante toda a sua vida.”
  8. Dr. Havelock Ellis prossegue com a explicação da grande hipocrisia do modo de vida Ocidental: “Em mais nenhuma parte do mundo a poligamia é tão preponderante, quanto o é na Cristandade Ocidental; em mais nenhuma parte do mundo é tão fácil ao homem furtar-se das obrigações inerentes à poligamia. Podemos pensar que, se recusamos aceitar o facto da existência da poligamia, então podemos recusar o reconhecimento de qualquer tipo de obrigação decorrentes da poligamia. Ao habilitar o homem de se escapar tão facilmente das obrigações da sua relação poligâmica, estamos a encorajá-lo, acaso seja pessoa de poucos escrúpulos, de, efectivamente, não cumprir com elas; colocamos um prémio à imoralidade que tão arduamente condenamos. O homem, com letra maiúscula, não representa todos os homens. Inclui apenas aqueles que fazem fé na denominada monogamia preponderante na Cristandade, aqueles que seguem o modo de vida Ocidental e, por fim, aqueles que no Oriente e no Continente Africano imitam cegamente o modo de vida Ocidental. Por outra parte, o Ocidente tem começado a reconhecer as virtudes da poligamia conforme diz Tonybee: “Uma monogamia forçada é responsável por muitos dos males da prostituição, levando a autênticas querelas, a um ciúme intenso nas mulheres e a uma maior insistência na relação física que torna a espontaniedade e a pureza em corrupção. O natural ciúme feminino não reside no facto de o homem amar outra mulher, mas no de ele a abandonar.”
  9. E finalmente, Dr. Le Bon advoga: “Um retorno à poligamia, a essa relação natural entre os sexos, resolveria muitos problemas como: a prostituição, doenças venéreas, sida, abortos, a infelicidade de milhões de solteiras e viúvas, resultamtes da desproporção entre os sexos, e das guerras, até adultério e ciúme.”

Conclusão: Para os Muçulmanos, a monogamia é ideal, a poligamia é a concessão a situações especiais bem como à natureza humana. Quer prevaleça a monogamia num país particular, quer durante um período, é uma questão de conveniência social e económica.

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O papel dos Muçulmanos na História da Ciência

No aparecimento e desenvolvimento das diferentes civilizações, a troca de ideias pertencentes a diversas culturas e nações teve, sem margem de dúvidas, o seu papel preponderante. Assim sendo, é de estranhar o facto de uma parte do Mundo Ocidental não dar aos Muçulmanos o que lhes é devido, nem reconhecer o pepel importantíssimo dos Muçulmanos na História da Ciência. Os Muçulmanos absorveram ciências, desenvolveran-nas a um grau elevado e transmitiram-nas, posteriormente, aos Europeus. Não obstante, o ponto de vista que parece prevalecer é o de que os Muçulmanos tiveram um papel muito pequeno no desenvolvimento e transmissão das ciências. Uma outra deia, largamente difundida, refere-se ao facto de supor que as ciências foram acumuladas pelos Europeus, directamente dos Gregos. Parece-nos que a maioria da bibliografia relacionada com esta temática, e com a história de autores Europeus, tem que ser, ou revista, ou escrita de forma a que a verdade venha à tona.

Foram muitos os caminhos através dos quais os Tesouros da Civilização Islâmica se propagaram e influenciaram a Europa, durante os séculos de escuridão, ou seja, durante a Idade Média, uma vez que “a Idade Média foi realmente uma época sombria, já que a grande maioria dos historiadores nos mostrou apenas o seu lado mais “cinzento”; na realidade, estes séculos nunca foram tão “escuros” quanto a nossa ignorância àcerca deles”. ( 1 )

Estes caminhos estavam concentrados em três locais na Europa. O primeiro deles encontrava-se no Ocidente, ou seja, na Espanha Muçulmana (o domínio Muçulmano iniciou-se em toda a Europa em 711, tendo terminado em 1492); o segundo localizava-se no Sul, ou seja, na Sicília e no Sudeste da Itália (os Muçulmanos dominaram esta região durante mais de 200 anos de mais ou menos 840 até 1060) ; e o terceiro encontrava-se no Oriente, ou seja, em Constantinopla (1096 a 1274). A maioria dos historiadores desta temática encontra-se de acordo com a ideia de que a Espanha, ou Andaluzia, teve um papel de elevada importância no processo de transmissão da cultura Muçulmana, bem como das suas ciências, à Europa.

Se a Espanha ficou com a maior parte neste processo de transmissão, então, quais foram os caminhos e meios, através dos quais a Cultura e Ciências Muçulmanas foram transmitidas à Europa? Este processo pode ter tido lugar de diferentes maneiras. Só o facto de os Muçulmanos, e o seu “modus vivendis”, terem dominado uma parte da Europa durante, praticamente, 800 anos é, por si só, uma grande proeza e, consequentemente, devido a esta proximidade e presença na Europa, o processo de transmissão foi grandemente acelerado. Se não fosse a presença Muçulmana na Espanha, e a sua contribuição para a Ciência, receio que o mundo Ocidental talvez nunca tivesse conseguido alcançar o estádio do pensamento moderno, nem tão pouco proezas científicas e tecnológicas, que foram obtidas durante o presente século. Por outro lado, se os Muçulmanos não tivessem dominado a Espanha, ou qualquer outro país Europeu, provavelmente nós encontrar-nos-íamos alguns séculos atrasados, visto que o processo de transmissão das Ciências Muçulmanas à Europa teria levado, neste caso, muito mais tempo a ser efectuado. O facto dos Muçulmanos terem estado presentes em Espanha, ajudou largamente os meios através dos quais as Ciências Muçulmanas foram transmitidas à Europa.( 2 )

Após o fim do domínio Muçulmano na Espanha, no século XV, é um prodígio relativo, digamos assim, encontrarmos a Espanha e Portugal Cristãos a liderarem os denominados “Descobrimentos Marítimos”, na América e no Oriente, através da circum-navegação da costa Africana. Refiro-me a estas viagens, “assim denominadas”, uma vez que a maioria destes caminhos, sulcados pelos Espanhóis e Portugueses, eram já do conhecimento dos muçulmanos. De facto, as embarcações espanholas e portuguesas fizeram uso dos mapas geográficos muçulmanos e, até mesmo, de navegadores muçulmanos, como no caso de Ibn Majid, que foi o piloto de Vasco da Gama. Por exemplo, marinheiros muçulmanos já tinham dobrado o Cabo da Boa Esperança, muito antes de Vasco da Gama, e até o baptizaram de “Jabal al Nadam”, que significa “Montanha do Arrependimento”, por causa da sua linha costeira extremamente perigosa. Ao que parece, o famoso geógrafo muçulmano do século XIV, Al-Idrissi ( 3 ) (493-560 da Hégira / 1100-1165 da Era Cristã) teria alcançado as Índias Ocidentais e, provavelmente, até a América.

Face a estes factos, poder-se-á colocar a seguinte questão: se estes caminhos marítimos eram do conhecimento dos Muçulmanos, então porque não foi tal facto celebrado entre os próprios Muçulmanos? A resposta a esta questão encontra-se estritamente ligada com os princípios básicos da crença e da fé dos Muçulmanos. Nós sabemos que no Islão toda a Glória e Poder pertencem a Deus Todo-Poderoso, e a mais ninguém. Consequentemente, verificamos que, em toda a História do Islão, os Muçulmanos nunca celebraram o facto de terem descoberto um local, esta coisa, ou aquela, do mesmo modo que os Europeus fizeram (e continuam a fazê-lo), se bem que os Muçulmanos realizaram inúmeras descobertas em muitos campos, incluindo os das Ciências. Neste ponto, julgo que a grande maioria dos livros históricos europeus encontra-se extremamente necessitada de uma profunda revisão, ou mesmo de ser escrito de novo, por forma a revelar a verdade ao Mundo.

Mais para breve.

  1. G. Sarton, in “A História das Ciências” . Por sua vez, Bertrand Russel, o famoso filósofo inglês, escreve: “A supremacia do Oriente não era só militar. As ciências, a filosofia, a poesia e as artes, todas floresceram … no mundo Muçulmano, numa altura em que a Europa se afundava em barbarismos. Os Europeus, com uma insularidade imperdoável, chamam a este período “os anos negros”, mas só na Europa Cristã existia, na verdade, a escuridão, com a excepção da Espanha, que era Muçulmana, e possuía uma cultura brilhante.” (Pakistan Quarterly, Vol. IV, nº. 3).
    Briffault, historiador, afirma no seu livro “The Making of Humanity”: “É altamente provável que para os Árabes, a Civilização Europeia moderna nunca tenha assumido o carácter que a facilitaria a trans- cender todas as fases prévias da evolução. Embora não haja um único aspecto do desenvolvimento humano no qual não exista um traço da decisiva influência da Cultura Islâmica, em parte alguma é ela tão clara e momentosa como na génese do poder que constitui a distinta força superior do mundo moderno e da fonte suprema da sua vitória as ciências naturais e o espírito científico … Aquilo a que chamamos “ciência” apareceu na Europa como resultado de um novo espírito de investigação; de novos métodos de investigação, de experimentação e observação; dimensão do desenvolvimento matemático numa forma desconhecida para os gregos. Esse espírito e esses métodos foram introduzidos, no mundo europeu, pelos árabes muçulmanos”.
  2. “Sem o contributo dos Árabes parece indubitável que o renascimento científico teria sido retardado na Europa por muitos séculos. (…) Em Córdova, no século X, a Universidade Muçulmana dispunha de vinte e quatro escolas e a sua biblioteca contava mais de meio milhão de volumes. Os judeus, à medida que eram escorraçados de país em pais, íam semeando a ciência árabe, tornando-se os seus mais eficazes vulgarizadores”. Fernando Namora, consagrado médico e escritor português, na sua obra “Deuses e Demónios da Medicina”, p. 55.
  3. Al Idrissi (de quem, recentemente, o Prof. Pedro Machado traçou um esboço biográfico publicado no Boletim dos Serviços Bibliográficos da Livraria Portugal – II Série, nº. 606, de Maio de 1993), na sua famosa obra “Kitab Rujar” , escrita em 1154, apresenta o mapa mundo, até então conhecido, com uma precisão impressionante, e já baseado no princípio de que a terra possui a forma esférica.
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Outros aspectos a considerar

Calendário Islâmico:

As práticas islâmicas são baseadas no Calendário Lunar. Contudo, os Muçulmanos, também usam o Calendário Gregoriano. Daí, que, o Calendário Islâmico inclui ambas as eras: a Gregoriana e a Hegiriana.

Celebrações festivas (EID):

Os Muçulmanos têm duas celebrações, nomeadamente EID-UL-FITRE, a celebração do fim do Ramadão, e EID-UL-ADHA, a celebração do fim da Perigrinação a Meca, em memória do sacrifício realizado pelo Profeta Abraão relacionado com o seu filho primogénito Ismael.

Regime Alimentar:

O Islão permite aos Muçulmanos que comam de tudo que seja bom para a saúde. Restringe certos géneros alimentares tais como a carne de porco e seus derivados, bebidas alcoólicas, e qualquer narcótico, droga ou intoxicante.

Lugar de Adoração:

O lugar de adoração é denominado de Mesquita ou “Maçjid”. Há três Lugares Sagrados de adoração especial para os Muçulmanos em todo o mundo. São eles:

  1. A Mesquita da Kaaba em Meca (Makkah)
  2. A Mesquita do Profeta Muhammad (p.e.c.e.) em Medina
  3. A Mesquita Aqsa, em Jerusalém

Mas, o Muçulmano pode rezar em qualquer parte do mundo, quer seja numa Mesquita, em casa, no escritório, ou em qualquer sítio limpo. Todo o mundo é lugar de adoração. É preferível que os Muçulmanos orem em congregação, contudo, ele ou ela, pode fazer a oração, individualmente, em qualquer parte.

O Dia Sagrado:

O dia sagrado dos Muçulmanos é a sexta-feira (jummâ). O Profeta Adão foi enviado ao mundo numa sexta-feira, o Profeta Moisés atravessou o rio Nilo numa sexta-feira:… e, acredita-se que o Dia do Julgamento Final terá lugar a uma sexta-feira.
Os Muçulmanos juntam-se todas as sextas-feiras nas Mesquitas, depois do meio dis, para a oração congregacional de “jummâ” . O Imame (dirigente do culto islâmico) faz o sermão (Khutba) e dirige a oração congregacional.

Distribuição dos Muçulmanos em Portugal:

Há, aproximadamente, quinze mil muçulmanos em Portugal Continental, e estão distribuidos pelas cidades de Lisboa, Loures, Vila Franca de Xira, Coimbra, Porto, Almada, Portimão e Faro; em Portugal Insular, Açores e Madeira, há relativamente poucos.
Os Muçulmanos estabeleceram em Portugal instituições académicas, centros e organizações islâmicas, escolas e lugares de culto. Vivem, em paz e harmonia, entre eles, e entre outros grupos de pessoas na sociedade portuguesa. A taxa de criminalidade e de suicídio entre os Muçulmanos é miníma. Estão integrados em vários campos, tais como por exemplo: o Comércio, na Indústria, na Cultura, na Medicina, no Ensino, no Exército, etc…

Contribuição Islâmica Para a Humanidade:

Nos primórdios da era Islâmica, os Muçulmanos foram pioneiros em Medicina, Química, Física, Alquimia, Matemática, Geografia, Astronomia, Artes, Poesia e etc… Eles contribuiram para a Renascença da Europa e para a Civilização do Mundo.